Existem imensas pessoas que não são de
bem, nem transparentes nos cargos que desempenham e nas ações por que optam. Imensas
são de ignorar, porque não nos aquece nem arrefece os seus procedimentos. O
mesmo não podemos dizer sobre ignorá-los quando desempenham cargos que “mexem”
com o país e os portugueses. É o caso dos que governam, é o caso dos militares
de patentes superiores, ou não, que se escudam na mentira, na omissão, no
engano de tudo e de todos. Neste “saco” de considerações podemos meter governo,
ministro da Defesa e chefias militares. O que aconteceu realmente em Tancos? É
que a saber o relatório não relata no que diz respeito acerca de “quem, quando
e como” e sem isso as responsabilizações, o crime, a culpa, “morrem solteiros”.
É o que pretendem altas patentes militares? É o que pretende o governo e o
ministro da Defesa? Se é tal tem por significado que não são pessoas de
confiança. E então porque continuam nesses mesmos cargos? Demitam-se ou demitam-nos. E que de uma vez por todas se investigue e que seja relatado o que
realmente aconteceu, quais são os responsáveis a receber as consequências pelo sucedido. Mas, primeiro, a verdade sobre o acontecimento. Sem subterfúgios. (PG)
Relatório de Tancos enviado pela
Defesa não responde ao “quem, quando e como”
O Ministério da Defesa já enviou
o relatório sobre o furto de material militar de Tancos ao Parlamento, no qual
remete a “resposta cabal” ao “quem, quando, porquê e como” do roubo para a
investigação criminal do Ministério Público.
O relatório enviado esta
quarta-feira à noite pelo Ministério da Defesa ao Parlamento remete para a
investigação criminal a "resposta cabal" ao "quem, quando,
porquê e como" foi perpetrado o furto de material militar de Tancos.
Na introdução do relatório, intitulado
"Tancos 2017: Factos e documentos", o Ministério da Defesa admite
como "evidentemente legítima" a pergunta de "quem, quando,
porquê e como perpetrou o furto de material de guerra nos Paióis Nacionais de
Tancos".
Contudo, recomenda que se deverá
aguardar "serenamente, para resposta cabal, pelo termo das investigações
(que, à data da divulgação deste dossier, ainda decorrem), orientadas por quem
de direito, o Ministério Público".
O ministro da Defesa, Azeredo
Lopes, sustenta que as sanções inerentes à prova de culpa "depende da
avaliação e de um juízo" que é competência dos tribunais" e que
"eventuais decisões de caráter disciplinar suplementares decorrentes desse
juízo" proveem do "exercício de competências exclusivas" das
chefias militares.
O relatório apresenta um resumo
histórico dos paióis nacionais de Tancos desde a origem e as suas
"constantes dificuldades e insuficiências", descreve os sistemas de
proteção e vigilância, faz uma cronologia dos acontecimentos, estabelece o
enquadramento jurídico e as competências legais, as ações desenvolvidas pelo
Ministério e pelos ramos militares, em especial o Exército.
A atuação do ministro da Defesa
"consistiu na análise da situação e no dever de adoção de determinações
eficientes" e na articulação com outros órgãos de soberania, "sempre
no respeito das responsabilidades e tutelas diferenciadas".
Azeredo Lopes sublinha que a
investigação criminal "é uma matéria da exclusiva competência da
autoridade judiciária competente, coadjuvada pelo órgão de polícia criminal
respetivo".
Por isso, acrescenta, "não
existe aqui, portanto, e não podia existir, qualquer espaço para a intervenção
do Governo", a não ser a garantia do dever de colaboração.
O documento divulgado visa,
refere o Governo, "clarificar" os "acontecimentos, na perspetiva
daquilo que, no âmbito do Governo e do Ministério da Defesa Nacional, em
particular, cabia fazer".
Lusa | em Expresso | Foto de Nuno
Botelho
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