Martinho Júnior | Luanda
7- Em 2012 foram avançadas
decisões de reforma, após “estudo actuarial” no sentido de reformar
na Caixa de Protecção Social do MININT os oficiais operativos, decisões essas
que, por razões pouco transparentes para a ASPAR, foram abandonadas
intempestivamente implicando prejuízos humanos de toda a ordem, inclusive
impactos emocionais nocivos em pessoas a entrar na terceira idade, cujas
aspirações à dignidade não foram tidas nem achadas, apesar de ser necessário a
sua reinserção social sem quebra de vínculos em conformidade com os juramentos
do passado.
Além da necessidade de definição
completa das questões que se prendem ao quadro de oficiais operativos, com
vista à reforma e à reinserção social condignas, subsiste a necessidade de
definir o estatuto na reforma dos oficiais que serviram nos organismos da
Segurança do Estado, tendo em conta a natureza e o carácter dos seus vínculos
(que implicam deveres, obrigações e só depois direitos), de modo a também
corresponder aos custos de sua formação, integralmente suportados pelo estado
angolano com o apoio quantas vezes de seus então aliados naturais.
A própria ASPAR deveria ter um
estatuto de enquadramento que espelhasse o carácter de seus vínculos
institucionais com os organismos de responsabilidade, de onde a comunidade é
proveniente.
Uma avaliação dos prejuízos
directos e indirectos causados ao estado por causa do abandono a que tem sido
sujeita uma parte significativa da comunidade (que em parte está associada na
ASPAR), também em resultado da insuficiente definição do quadro funcional de
oficiais operativos, seria também recomendável, até por que se nos afigura que
o rigor que se pretende de novo implementar em benefício do estado angolano
enquanto fiel depositário dos interesses de todo o povo angolano, deve ser
também aplicado nessa avaliação.
Esse desafio preenche um repto
inadiável, legítimo e justo para o âmbito das políticas de “corrigir o que
está mal e melhorar o que está bem” que vão nortear o presente mandato
presidencial de 5 anos, ora inaugurado em correspondência mais profunda com as
aspirações de independência, soberania, identidade nacional e interesses de
todo o povo angolano.
8- A Direcção Executiva da ASPAR
exorta por conseguinte os quadros que compõem no activo as Instituições que
podem encontrar soluções com implicações de vida e âmbito social sobre o
efectivo desmobilizado que compõe a comunidade, a definitivamente as tomar,
executar e pôr em prática, enquanto forma de honrar o passado, a nossa história
e trilhar o rumo da lógica com sentido de vida que advém do carácter essencial
do Movimento de Libertação, também por que combater a corrupção é ética e
moralmente, num activo e não num passivo, dar resposta a tantas obrigações que
têm sido ostensivamente proteladas ano após ano, num assunto de estado em
relação a uma significativa franja desta comunidade, precisamente quando se
está a verificar que a orgia neoliberal foi dando para apropriação indevida de
capacidades públicas, numa roda-viva de privatizar os lucros e socializar as
perdas, desrespeitando, esvaziando e sobrecarregando o próprio estado.
Martinho Júnior - Luanda, 5 de Maio de 2018
Do anterior:
UMA COMUNIDADE SACRIFICADA PELA
ORGIA NEOLIBERAL – I – http://paginaglobal.blogspot.pt/2018/05/uma-comunidade-sacrificada-pela-orgia.html
UMA COMUNIDADE SACRIFICADA PELA
ORGIA NEOLIBERAL – II – http://paginaglobal.blogspot.pt/2018/05/uma-comunidade-sacrificada-pela-orgia_2.html
UMA COMUNIDADE SACRIFICADA PELA
ORGIA NEOLIBERAL – III – http://paginaglobal.blogspot.pt/2018/05/angola-uma-comunidade-sacrificada-pela.html
Fotos das iniciativas de
aquisição, remodelação e inauguração da sede da Acção Social Para Apoio e
Reinserção no Zango III, em Luanda, anos de 2011, 2012, 2013 e 2014 (a
inauguração foi a 7 de Janeiro de 2014 – (fotos 1, 2, 3 e 5).
Foto relativa ao Conselho
Consultivo Alargado da Acção Social Para Apoio, realizado nos dias 20 e 21 de
Novembro de 2011 – (foto 4).
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