Cá está o Expresso Curto com a devida "abertura" no Página Global. Aqui vão morar milhões da União Europeia à mistura com ladrões, corruptos, gentes da alta finança e donos disto, políticos, ministros, tanguista do parlamento, dos partidos políticos, dos blocos centrais, dos abomináveis homens do tipo Cavaco Silva, Durão Barroso, Sócrates e mais um camião TIR repleto desses tais. Adiante. Bom dia, bom dia.
Passou bem o dia do trabalhador? Mais ou menos ou descansou
mesmo a sério? Não fez nadinha, esteve de papo para o ar e pronto? Ah, essa foi
boa. Isso é que foi comemorar o dia do trabalhador. Descanso a valer. Ócio. Que
bom. Pois então hoje já foi ou será a volta ao esclavagismo – em muitos casos. E
mesmo assim é precário. Pago por tuta e meia. Até faz lembrar os tempos em que
os escravos eram “libertados” e passavam a contratados. Depois eram
escravizados na mesma e alegadamente tinham direito a pagamento, só que era na
roça do patrão que havia uma “loja” que vendia os produtos de alimentação e
outros. Onde até a linha de coser as sacas com que se vestiam, era vendida a metro e cara. A
massa, cotovelos (p.ex.), era vendida à unidade e cara… e assim sucessivamente. Moral
da história: o escravo “libertado” entrava em dívida. Porque estava em dívida
tinha de se “aguentar” com aquele patrão e naquela roça. Não podia sair de lá e
ir trabalhar para outro… porque estava em dívida superior ao “ordenado”. Ou
seja: o escravo continuava a ser propriedade do patrão esclavagista. Estava
lixado. E assim acontecia com todos os escravos “libertados”.
Atualmente, com novos instrumentos e manhas da atualidade a “coisa”
vai dar quase ao mesmo. A diferença é que não tem só um dono mas sim imensos. Mas sempre pode passear a pé, descansar por uns dias, votar, julgar-se a participar na
democracia. Deixar-se iludir pela justiça dos ricos... Enfim, ser enganado à força toda por donos e sabujos em conluio com
os donos. E esses tais até podem ser ministros ou juízes. Olhem o caso recente do senhor
Manuel Pinho. Olhem, os casos para trás e para a frente (no tempo). Olhem como
eles, apesar de os políticos receberem tão pouco por pagamento (queixam-se
disso), estão gordos e anafados, têm umas “coisitas” nos offshores, mais aqui e ali.
Enfim, umas "migalhas doadas” por Frescos, por Salgados e por os que derem mais vantagens de refundir pé-de-meia para ensaios de novos ricos. Pois.
Faz tarde. Disto não vai sair muito mais. Parece que no Fórum
TSF o cômputo geral do programa de hoje se pode resumir no seguinte: vocês são
uns grandessíssimos criminosos que gozam de imensa impunidade. São uns
corruptos retratados nos livros de Eça de Queiroz. São… Adiante.
E vai disto. Adeuzinho, até amanhã se puder acontecer. Boa
quarta-feira e não esqueçam: estamos a ser enganados, estamos a ser roubados,
em governos e parlamento, nos partidos políticos acoitam-se imensos criminosos,
corruptos, mafiosos… E isso já acontece há décadas, não é de agora, nem de
ontem. Mesmo assim, sorria… para parecer um escravo feliz.
Vêm aí mais uma caterva de milhões da UE… Olhem para eles,
até se estão a babar de vontade em lhes deitar as mãos e atirá-los para
offshores. O que prova que estamos rodeados de muitos ladrões e vígaros que não
merecem um pingo de consideração. (MM | PG)
Bom dia este é o seu Expresso Curto
É hoje! É hoje!
Cristina Peres | Expresso
A apresentação do orçamento da
União Europeia para os próximos sete anos vai permitir avaliar o estado da
união. Ou da desunião. O aumento proposto para aproximadamente €1,25
biliões foi pensado para preservar o poder de resposta comunitário após a saída
do Reino Unido, permitindo investir “a sério” em três setores de eleição:
migrações, defesa e inovação. O diário digital da revista “The Economist”
arrisca que haverá desproporção no debate que prevê “rancoroso, passível de
provocar divisão e desproporcionado” tendo em conta as quantias envolvidas:
pouco mais de 1% do produto nacional bruto da UE. Mais precisamente 1,11%, segundo
o “Financial Times”. Acrescentando elementos fora do orçamento a
percentagem chegará a 1,14%. Os detalhes finais serão conhecidos após a reunião
de hoje em Bruxelas. Uma vez revelada, a chamada “moldura financeira plurianual”
abrirá a contenda para uma das mais duras negociações de sempre, que
deixará mais à vista a divisão leste-oeste sobre o futuro da União e as
obrigações dos Estados-membros.
Não é para já, mas o que está em
causa é a redução
de gastos com programas tradicionais, como desenvolvimento e agricultura,
desviando o investimento para novas prioridades como a defesa, controlo de
fronteiras e economia digital. Haverá condições reforçadas para os recipientes
de fundos, entre as quais reforma económica e “valores” como o Estado de
Direito: Polónia e Hungria estão debaixo dos holofotes de Bruxelas, que promete
aplicar termos mais rigorosos. Podem mesmo chegar a cortes de fundos aos países
cuja Justiça esteja ameaçada. Os chamados contribuidores “net” como a Alemanha,
a Holanda e a Suécia terão esforços acrescidos por parte da Comissão para lhes
acalmar os piores receios, ao mesmo tempo que vão ter de seduzir os eleitores
em casa. Os países recipientes, em particular na Europa de leste, vão lutar
pelos subsídios que podem chegar aos 6% do PIB.
OUTRAS NOTÍCIAS
Por cá, Manuel Pinho vai comparecer à comissão parlamentar de inquérito, mas não vai falar. O ex-ministro só quebrará o silêncio se for primeiro ouvido pelos procuradores do Ministério Público.
Hoje, o Bloco de Esquerda vai entregar no Parlamento uma proposta para a criação de uma comissão parlamentar de inquérito à atuação de Manuel Pinho enquanto ministro da Economia e aos alegados pagamentos recebidos do Grupo Espírito Santo.
Avançam as greves nos próximos dias. Dizem os sindicatos que é o Governo quem escolhe: ou evolução ou estagnação. Os setores afetados pela paralisação prometida são os hospitais, as escolas e os comboios.
Manchetes do dia: “Pedrógão Grande: Inspeção revela que houve provas do combate ao incêndio que foram apagadas ou destruídas”, Público; “Faz hoje 50 anos que os estudantes ocuparam a universidade de Nanterre, Paris”, i; “Máfia da amêijoa escraviza imigrantes”, JN; “Metade dos dividendos vai para o estrangeiro”, Negócios; “Greves adiam 18 mil cirurgias, muitas para o próximo ano”, DN; “Reforço para os fogos com horário de escritório”, CM.
Ontem, durante as comemorações do Dia do Trabalhador, PS e BE garantiram a subida do salário mínimo em 2019: "O aumento do salário mínimo nacional foi uma promessa do PS", disse Ana Catarina Mendes durante a manifestação da CGTP em Lisboa. "Foi aumentado em 2016, 2017 e em 2018, será aumentado em 2019", garantiu a secretária-geral adjunta reforçando que "é para isso que o PS está a trabalhar". CGTP pede €650 mínimos para 2019. Nem tudo foram rosas nascomemorações deste 1º de maio.
Em 2018, chegaram 21.981 e 606 morreram a tentar. São os números mais recentes da Organização Internacional das Migrações sobre o número de pessoas que atravessou o Mediterrâneo para alcançar território europeu. Enquanto a legislação tende a endurecer, seguir em direção a norte continua a fazer sentido para quem foge. 43% destas pessoas chegaram a Itália e os restantes dividiram-se pela Grécia (37%) e por Espanha (20%). Em igual período de 2017, chegaram 44.625 pessoas. Em 2016, 200 mil.
A Casa Branca adiou por mais 30 dias a aplicação de tarifas ao aço e alumínio vendidos à União Europeia, Canadá e México. Escreve o “New York Times” que Washington toma assim fôlego extra para desenvolver a “guerra comercial à China” e para tentar evitar represálias sobre os produtos norte-americanos por parte de Estados-membros da UE. A China responde que a sua comitiva aterrará esta semana em solo norte-americano e recusará as exigências americanas. E apela ao bom senso dos dois lados, como aqui poderá ler. Um artigo da Newsweek explica como a Europa se recusa a negociar sob ameaça norte-americana.
Michelle Wolf partiu a louça no jantar anual da Associação de Correspondentes, a que Donald Trump faltou no sábado passado. Com o comentário “o número de Wolf foi tão obsceno como o Presidente”, leia aqui a opinião de Masha Gessen na revista “New Yorker” cujo título diz que a comediante quebrou todas as ficções do jornalismo na era de Trump.
Base T-4, diz-lhe alguma coisa? É a designação da maior base síria que se situa no coração da potencial guerra entre Israel e Irão, como “The Guardian” aqui bem explica. Imagens recentes de satélite desta fortaleza rodeada por quilómetros quadrados de deserto dão origem à avaliação do ponto de tensão presente.
Não tem graça nenhuma porque o Knesset acaba de emendar uma lei que exigia que uma declaração de guerra de Israel fosse votada por todo o Governo. Desde o final da tarde de ontem que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu passou a ser o único voto necessário para que o país declare guerra seja a quem for.
Pelo sim, pelo não, o Irão nega insistentemente as alegações de Netanyahu segundo as quais Teerão está a violar o acordo nuclear e a desenvolver o seu programa.
Não se ganha, não se para, não se pode sair, assim se descreve com rigor a posição dos Estados Unidos no Afeganistão, 16 anos depois da intervenção norte-americana no país. Análise das consequências dos ataques suicidas de Cabul e Kandahar nos quais morreram mais de 50 pessoas há dois dias.
O “ano intenso” que o Facebook viveu depois do escândalo Cambridge Analytica serviu para render mais uns quantos milhões a Mark Zuckerberg e para encorajar os seus criativos a inventarem uma alternativa ao Tinder. Como a proteção de dados vai ser “tomada em conta”, toca a namorar através do Facebook, que é muito seguro. Já se tinha percebido que os dados valem e muito. Esta nova ideia de negócio não deve ter nada a ver com o facto de 200 milhões de utilizadores de Facebook se assumirem como solteiros… Matthew Cantor diz que a invasão de privacidade vai finalmente ficar sexy.
Diz-se que os animais acabam muito semelhantes aos seus donos, mas é a estes que cabe a responsabilidade de ministrar os tratamentos químicos prescritos pelos veterinários. Em muitos casos, trata-se das mesmas drogas com doses adaptadas para humanos e cães. Quer ficar a saber porque é que cada vez mais cães tomam Prozac? Leia aqui o que escreve o “Washington Post”.
2-2 foi o resultado do jogo de ontem entre o Real Madrid e o Bayern Munique. Saiba aqui porque é que Ulreich não é Neuer, Ronaldo não foi Ronaldo mas Real Madrid de Champions continua a ser Real Madrid…
FRASES
“Não é preciso mais leis [anti-corrupção]”, Amadeu Guerra, diretor do Departamento Central de Investigação e Ação Penal ao Público
“O maio de 68 preparou-me para o 25 de abril”, Sérgio Godinho, no dossiê Maio de 68 chega aos 50 anos no i
“Em Portugal, as questões do maio de 68 só se tornam relevantes depois do PREC”, Pacheco Pereira, ibidem
“Há muitas pessoas com doenças mentais que não se tratam porque têm vergonha”, José Caldas de Almeida, psiquiatra e ex-coordenador nacional da saúde mental ao Público
O QUE QUERO VER E LER
Estou na expectativa das conversas que nos trará a terceira ediçãodas Conferências de Lisboa nesta quinta e sexta-feiras na Fundação Gulbenkian sob o mote Desenvolvimento em Tempos de Incerteza. Entrevistei o analista e autor George Friedman, fundador do think tank Stratfor, que abandonou para fundar o Geopolitical Futures. Esta conversa decorreu pouco menos de três anos depois de ele ter expressado a sua profunda desconfiança perante o sucesso futuro da União Europeia, como aqui poderá ler. O resultado da conversa que acabámos de ter poderá ser lida na edição de papel deste sábado do Expresso e vale a pena. Da China vem Wang Yiwei, da Rússia vem Ivan Timofeev, da Índia Montek Singh Ahluwalia que, juntamente com o sérvio Vuk Jeremić, Mary Kaldor da LSE, e o outro norte-americano, Daniel Hamilton, vão ombrear com o nosso PR, Isabel Mota, Francisco Seixas da Costa, Raquel Vaz Pinto, António Costa Silva, Luís Amado e o MNE Augusto Santos Silva, entre outros.
Sabe que é má ideia substituir políticos por peritos? Um Long Read publicado no 1º de maio no “Guardian” explica porque é que é perigoso, na era de Trump e do Brexit, recorrer “àqueles que sabem bem o que fazem” porque “a democracia está cansada, é vingativa, auto iludida, paranóica e muitas vezes ineficaz”. Má ideia. Mesmo!
Para mais ideias, não deixe de consultar www.expresso.pt a qualquer hora e lembre-se que hoje lá para as 18h regressa o Expresso Diário após a justa pausa do Dia do Trabalhador. Há Tribuna e Blitz e o Expresso Curto volta dentro de 24 horas. Bom dia!
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