@Verdade | Editorial
Ultimamente, o Presidente da
República, Filipe Nyusi, tem mostrado a versão às críticas que lhe são feitas,
a propósito dos seus posicionamentos nada recomendável. Aliás, o Chefe de
Estado decidiu, nos últimos dias, esporadicamente responder os seus críticos,
mas na verdade não passa de um especialista na arte de vender peixe podre. Há
sensivelmente um ano e meio do fim do seu mandato, Nyusi quer convencer aos
moçambicanos de que está preocupado com a precaridade de vida que a população
leva, resultante de má governação que ele e os seus títeres impõem. Na vã
tentativa de aldrabar os eleitores e renovar o seu mandato, ele tem vindo a
apresentar soluções paliativas.
A título de exemplo, depois da
sua turma anunciar o insultuoso aumento salarial no valor de 260 meticais, o
Presidente da República, durante a visita à província de Maputo, em jeito de
resposta às críticas, encheu a boca para dizer que aquela quantia não é pouca,
pois hoje é possível comprar uma galinha com 50 meticais. Esse comentário
absurdo e que demonstra o total desconhecimento da realidade de um país que ele
supostamente governa não só representa a degradação da moral do próprio Chefe
de Estado, mas também o nível exacerbado de demagogia que o Governo da Frelimo
tem vindo a difundir desde a Independência Nacional.
Outro apsecto é que,
inesperadamente, Nyusi sentiu compaixão pelo desporto e veio a terreiro afirmar
que o Moçambola é uma actividade do povo moçambicano, e por isso o seu Governo
fará de tudo para que o campeonato nacional de futebol de 2018 chegue ao fim. O
mais intrigante é que todos os dias assiste-se a milhões de crianças em estado
de desnutrição crónica, a falta de carteira escolares, falta de escolas e
hospitais, mas Nyusi e a sua turma não consegue disponibilizar fundos para
resolver essa situação que é urgente do que o Moçambola.
Os moçambicanos menos atentos e
sem nenhuma emoção crítica devem ter achado a iniciativa louvável, quando, na
verdade, o Presidente da República e a sua corja estão a tentar distrair a
população dos reais problemas do país. Ao longo do seu mandato, Filipe Nyusi
pouco ou quase nada fez em prol dos moçambicanos, ou seja, não chegou a cumprir
metade das suas promessas eleitorais.
Portanto, os moçambicanos não se
devem deixar impressionar por futebóis deprimentes, devem, na verdade, exigir a
prestação de conta e não embarcarem na ladainha sem nenhum impacto na vida dos
cidadãos de quem passou sensivelmente três anos numa profunda sonolência.
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