Díli, 03 mai (Lusa) - Os
responsáveis da Comissão Nacional de Eleições (CNE) reuniram-se hoje com
representantes dos oito partidos e coligações concorrentes às legislativas de
12 de maio em Timor-Leste para analisar a situação na reta final da campanha.
Além do presidente,
vice-presidentes e seis comissários da CNE, participaram no encontro
representantes da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL) e das oito forças
candidatas, que relataram a sua avaliação da situação.
Apesar de várias queixas
apresentadas, todas elas a ser investigadas ou pela CNE ou pela PNTL, o
encontro - que foi aberto à imprensa - confirmou que a campanha tem decorrido
sem incidentes significativos, com a situação a manter-se calma em todo o país.
Inocêncio da Silva, da PNTL,
confirmou que houve "alguns incidentes, mas nenhum grave" e que
efetivos continuam no terreno a garantir a segurança e a atuar, em coordenação
com as entidades territoriais.
Um reforço da segurança vai ser
feito em locais de potencial maior risco na reta final da campanha,
especialmente em Díli, tendo instruções claras sido dadas aos comandos
municipais, explicou.
"Vamos dar atenção especial,
em Díli, aos movimentos no dia 08 e 09 por maiores ações de campanha na
capital. Haverá segurança de proximidade e mais afastada para garantir que não
há problemas em Díli", disse.
"Apelo a que continuem a
informar militantes para se manterem em segurança", disse ainda.
No encontro, vários comissários e
responsáveis da CNE deram conta de pequenos incidentes e queixas que tinham
sido levantadas durante a campanha em vários pontos do país.
Uma parte dos pequenos incidentes
relatados, quer pelos comissários, quer pelos representantes dos partidos
políticos, envolveram militantes das duas maiores forças políticas, a Aliança
de Mudança para o Progresso (AMP) e a Frente Revolucionária do Timor-Leste
Independente (Fretilin).
A tensão entre os dois partidos
foi mesmo destacada por outros representantes, como Vitor Ximenes Reis Cadalar
do Movimento Desenvolvimento Nacional (MDN), que se mostrou
"preocupado" com a questão.
Acusações de manipulação do
eleitorado, de impedimento de ações de campanha ou de remoção de atributos
partidários são a maior fatia dos incidentes relatados, nenhum dos quais foi
considerado de grande gravidade.
Uma das queixas mais repetidas é
a remoção de material de campanha de um partido ou coligação, ou a participação
em atos eleitorais de crianças, questões proibidas segundo a lei eleitoral
timorense.
Vários pequenos incidentes,
especialmente envolvendo lançamento de pedras, por exemplo, estão a ser
investigados pela Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL).
O comissário da CNE Bernardo
Cardoso pediu para que se ajude a parar rumores nas redes sociais que tentam
pôr em cheque a credibilidade do ato eleitoral, por exemplo, questionando os
boletins de voto ou as urnas.
O vice-presidente da CNE, Duarte
Tilman, disse que todos os casos são investigados e nas situações em que há
potenciais crimes cometidos são referidas à polícia para investigação adicional.
Responsáveis partidários
presentes no encontro saudaram o trabalho dos órgãos eleitorais e das forças de
segurança desenvolvido no terreno.
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