O governo dos EUA autorizou a
venda, com a condição da Bayer se desfazer da área agrícola. A Comissão
Europeia já tinha autorizado a operação, que 'terá controle total sobre a nossa
cadeia de valor alimentar'
A compra da Monsanto pela empresa
química e farmacêutica alemã Bayer foi anunciada em 2016 e a operação está
atualmente estimada em 66 mil milhões de dólares (57 mil milhões de euros), o
que representa quase um terço do PIB anual de Portugal.
A Monsanto é uma multinacional
norte-americana e a maior produtora mundial de sementes, destacando-se pela
produção de produtos agrícolas geneticamente modificados.
"Controle total sobre a
nossa cadeia de valor alimentar”
Em março passado, a Comissão
Europeia deu luz verde à fusão, tendo o GUE/NGL criticado a decisão,
salientando que o negócio cria “uma situação de oligopólio onde três
multinacionais irão controlar dois terços da produção global de pesticidas e
agroquímicos”.
A eurodeputada Katerina Konecná,
do GUE/NGL, acusou então a comissão europeia de “dar luz verde aos OGMs
[organismos geneticamente modificados] e pesticidas na nossa comida” e
sublinhou que “este oligopólio terá controlo total sobre a nossa cadeia de valor
alimentar e vai criar dependência na agricultura e asfixiar a inovação no setor
químico”.
Nesta terça-feira, 29 de maio,
foi conhecido que o governo norte-americano autorizou a operação, apesar de
impor algumas medidas, ficando a faltar a aprovação da Justiça dos EUA.
Em comunicado, o presidente da
Bayer, Werner Bauman, declarou que a sua empresa está a caminho de se tornar
“uma empresa líder da economia agrícola”.
Bayer vende negócio agrícola à
BASF
Na autorização, o governo dos EUA
exigiu a venda do negócio agrícola da Bayer, com o montante de nove mil milhões
de dólares, o que foi considerado pelo Departamento de Justiça o maior acordo
“antimonopólio” de desinvestimento feito nos EUA.
Por sua vez, a Bayer anunciou que
vai vender o seu negócio agrícola à empresa química alemã BASF, por nove mil
milhões de dólares, envolvendo venda dos negócios de algodão, canola, soja e
sementes de hortaliças, bem como o de herbicidas Bayer Liberty, que concorrem
diretamente com os pesticidas Roundup, da Monsanto. Segundo a Bayer, esta venda
“vai resolver todas as preocupações de concorrência horizontal e vertical”.
O governo norte-americano exigiu
também que a Bayer se desfaça da propriedade intelectual e dos projetos de
investigação e desenvolvimento, assim como o negócio de agricultura digital.
Em Carta Maior | Publicado originalmente na Esquerda.Net.
Em Carta Maior | Publicado originalmente na Esquerda.Net.
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