Mário
Motta, Lisboa
Francisco Louçã escreve no Expresso um manso alerta para os mais distraídos ou confiantes de que alguma coisa está a mudar
no Partido Socialista e a marcha para a viragem à esquerda é imparável. Só ingénuos
é que podem acreditar nisso. Entre linhas Louçã parece dizer que há muitos que
se devem preparar para uma grande desilusão. O autor escreve mansamente. Nós não.
O PS é o PS, consultem o
historial isento – se existir – e logo perceberão que atinge melhores e até
boas eleições quando governos da direita radical (CDS) ou de pantufas (PSD) começa
a esbulhar e reprimir demasiado os portugueses. Vence eleições mas raramente
atinge maiorias absolutas. Logo de seguida é o PS que dá as mãos às direitas com o
nefasto Bloco Central e faz que alivia as vidas dos portugueses mas pouco ou
nada alivia. E por uns tempos o que prevalece é a cosmética que encobre o
verdadeiro e histórico PS alinhado mais à direita que ao socialismo.
O PS é de alguns Francisco Assis com várias caras. Baralha e volta a dar cartas viciadas… e lá
vai fazendo umas coisitas positivas para baralhar as hostes. Para os ditos
socialistas do topo da organização o jogo preferido é o mesmo do da direita: põe,
tira, deixa, rapa. E é como os portugueses estão em quase todos os níveis das
suas vidas, rapados. Mas talvez muito esperançados, apesar de saberem que as
migalhas que agora caíram por “bondade” deste governo PS vão ser rapadas para
sustentar os milhões das corrupções, das dádivas a banqueiros e bancos, etc. Para esses há sempre dinheiro... Muitos
de nós sabemos tudo isso. Que é assim que sempre acontece… Mas quase sempre caímos
na esparrela de acreditar nos bandos de intrujões que se instalaram nos poderes
e por entre eles dividem pataca a ti, pataca a mim… Chuchemos no dedo, porque a
cobardia é enorme para fazermos o manguito e revoltarmo-nos de facto. Agindo de acordo com o que é a democracia e não regimes de faz-de-conta, de benefícios a elites parasitárias.
No Expresso, Francisco Louçã aborda
a jogada do PS neste momento e deixa perceber momentos seguintes. O que sabemos
é que o PS continua desonesto, está recheado de pessoas desonestas que
prevalecem nas suas políticas de direita, que não permitem que o alinhamento à
esquerda se concretize. O PS sempre teve e tem cumplicidades com os mais ricos
de Portugal, que o sustentam, que o compraram já lá vão muitos anos. Não merece
a confiança dos que querem um Portugal equilibrado, democrático, justo, de políticas transparentes, sem pobreza extrema, sem tão
flagrantes diferenças entre ricos e pobres, entre os Donos Disto Tudo e os que
realmente trabalham e produzem riqueza que maioritariamente reverte só para uns
quantos privilegiados, os DDT. Com esses existem cumplicidades inenarráveis. Infelizmente é este o PS. Está à vista e ainda vai estar mais. Os partidos políticos que têm dividido entre si os poderes (do arco da governação) ao longo destas quatro décadas não têm ponta por onde se lhes pegue.
Vão ao Expresso ler Louçã. Provavelmente
não será fácil aceder… Aqui damos-lhe um "cheirinho". Prepare a carteira se quer ler tudo. (MM | PG)
Duas parece coincidência, três
parece intenção
Francisco Louçã | Expresso
Se me pergunta se o Governo está
a provocar crises e crispações, a resposta é sim. Está, sabe o que faz e é
mesmo isso que quer. É uma estratégia e está a ser seguida meticulosamente.
Começou no congresso do PS, que
foi o que foi: a festa de um partido que sonha com a maioria absoluta, um
príncipe a promover o recentramento político com o ousado elogio da saudosa
terceira via e o líder a prometer um programa para o regresso dos jovens
emigrados, tudo inaugurado com um bandeirante espetáculo a La Feria e servido
com especulações sobre as linhagens da sucessão longínqua. Acha pouco? O
congresso gostou.
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