Rafael Barbosa | Jornal de Notícias
| opinião
1. E ao segundo dia de uma greve
dos motoristas de matérias perigosas, que estava a ter entre nula e escassa
atenção, instalou-se o caos. A greve por melhores salários teve uma adesão de
100%, o que talvez nos diga qualquer coisa sobre a sua justeza. Ao final da
manhã, começaram a surgir as notícias de que os aeroportos de Lisboa e Faro
iriam ficar sem combustível, ameaçando deixar os passageiros em terra. Ao final da
tarde, assistiu-se à corrida desenfreada aos postos de combustível, ao ponto de
deixar centenas deles a seco em poucas horas. O Governo também foi em crescendo
na aflição. Confrontado com o incumprimento dos serviço mínimos, decretou a
requisição civil, depois juntou-lhe o chavão da "situação de alerta"
e, finalmente, o rótulo da "crise energética". Até o INEM deu um
contributo para a sensação de pânico, pedindo aos portugueses prioridade no
abastecimento. Foi tudo muito rápido, é certo, mas fica a sensação de que o
Governo, que é quem tem a responsabilidade de evitar que o país entre em colapso,
foi apanhado com o depósito na reserva.
*Chefe de redação
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