O ex-comediante e recém-eleito
chefe de Estado da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, deverá garantir uma folgada
vitória do seu partido nas legislativas de hoje, que elegerá para o parlamento
uma nova vaga de deputados que se estreiam na política.
A única questão reside na
capacidade de o partido Servidor do Povo (Sluha Narodum, SN) de Zelensky, 43
anos, garantir uma maioria que lhe permita governar sozinho, ou ser forçado a
uma coligação com outra formação. Ao prometer “quebrar o sistema”, Zelensky
esmagou o seu antecessor, Petro Poroshenko — no poder entre 2014 e 2019 — com
73% de votos na segunda volta das presidenciais em abril.
Uma sondagem divulgada durante a
semana pelo Centro Razumkov dava ao SN 41,5% das intenções de votos,
seguido da Plataforma Opositora-Pela Vida dos pró-russos Yury Boyko e Viktor
Medvedchuk, um aliado próximo do Presidente russo Vladimir Putin, com 12,5%.
Na terceira posição, com 8,8%
surge o Golos (Voz) de Svyatoslav Vakarchuk, líder da banda rock Okean Elzy
(Oceano Elzy), que ultrapassa o Solidariedade Europeia (YS), o partido de
Poroshenko (8,3%). No entanto, um outro estudo credita o Golos com 4% das
intenções de voto, insuficiente para entrar no parlamento.
No quinto lugar surge o
Batkivschina (União pan-ucraniana ‘Pátria’), da ex-primeira-ministra Yulia
Tymoshenko, com 7% dos votos, segundo a sondagem do Centro Razumkov. As
restantes formações não alcançam o mínimo exigido de 5% para obter
representação parlamentar.
De acordo com a lei eleitoral,
metade dos 450 deputados do parlamento unicameral (Verkhovna Rada, Rada
Suprema) desta ex-república soviética de 42 milhões de habitantes minada pelo
pobreza e corrupção, são eleitos durante cinco anos por escrutínio proporcional
e os restantes por escrutínio maioritário a uma volta.
No entanto, 26 deputados não
poderão ser designados na Crimeia, península anexada pela Rússia em 2014, e nos
territórios do leste controlados pelos separatistas pró-russos, onde o conflito
já provocou mais de 13.000 nos últimos cinco anos.
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