O Movimento Independentista de Cabinda (MIC) pede um referendo à desanexação do enclave angolano face à escalada de tensão na região. Governo em Luanda não abre mão de Cabinda, um território rico em recursos naturais.
A situação é tensa no enclave de Cabinda que continua a ser palco de conflitos armados entre forças do Governo e movimentos independentistas. O Executivo em Luanda insiste em descrever a província como um território em paz efetiva, mas Carlos Vemba, presidente do Movimento Independentista de Cabinda (MIC), tem outra opinião.
"É claro que Cabinda é um
território
Carlos Vemba acusa as tropas angolanas de invadirem campos de refugiados na República Democrática do Congo (RDC), junto à fronteira com Cabinda, e de matarem à queima roupa alguns civis. "Isto já demonstra que o território não goza de paz. Cabinda é um território sob fogo cruzado", garante.
Referendo, a única solução?
Para além da intolerância política, os independentistas denunciam violações de direitos humanos por parte das FAA. Segundo o responsável do MIC, só há uma solução: "Depois destes 45 anos de ocupação militar de Cabinda por parte do Estado angolano, nós entendemos que a única forma de resolver esse problema é a realização de um referendo, mas um referendo supervisionado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e outras organizações creditadas internacionalmente", sugere.
Carlos Vemba acusa também Luanda de suprimir direitos fundamentais, com a liberdade de expressão. "O MIC, desde a sua criação e proclamação, tem vindo a realizar manifestações e marchas pacíficas, mas são atividades às quais Luanda tem vindo a responder musculosamente", denuncia Carlos Vemba.
Mananga Padi, jurista e advogado, entende que o fim do conflito passa pelo diálogo. "Sempre disse de que não existirá uma solução melhor, em qualquer litígio que possa existir com quaisquer partes, do que a negociação, do que uma conversa franca, uma conversa aberta", considera.
"No âmbito da negociação, ambas as partes podem tirarem proveitos dessa conversa", conclui.
Fernando Antunes (Luanda) | Deutsche Welle
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