quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

ESTÁ AÍ A IIIª GUERRA MUNDIAL!


Martinho Júnior, Luanda 

2020 começou da pior maneira para a humanidade: ainda estalavam no ar os foguetes dos fogos de artifício das celebrações da passagem de ano, ainda se ouviam por toda a Terra os votos de Bom Ano e de Felicidades, quando em Bagdad, uma das cidades-mártir da região fulcral das tensões planetárias desde o início do século XXI, eram assassinados pelo imperador Donald Trump, combatentes que haviam sido dos maiores responsáveis pela derrota do caos e do terrorismo do Estado Islâmico na Síria e no Iraque. (https://www.brasil247.com/blog/os-eua-dao-o-pontape-inicial-nos-loucos-anos-20-declarando-guerra-ao-ira)

Está aí, com todos os seus transversalmente tenebrosos ingredientes, a IIIª Guerra Mundial!

No Médio Oriente Alargado está bem patente o que venho anunciando de há anos a esta parte: a "IIIª Guerra Mundial", assimetricamente variável e de não menos mortífera intensidade, que a qualquer momento pode proliferar até se tornar numa incontrolável escalada atómica!...

Todos os continentes se apresentam neste momento, duma forma ou de outra, com problemas e entre os problemas, alguns não têm mais humana solução!

Os Estados Unidos estão a escolher seu próprio caminho no Médio Oriente Alargado: há muito que estão a mais ali e em todas as partes do mundo onde disseminaram bases militares e expedientes operativos geradores de caos e terrorismo, ao invés de, acabando com os exércitos e os mercenários, fazerem proliferar responsáveis e dignas acções de paz!

Os Estados Unidos e seu cortejo de vassalos e cúmplices, são responsáveis pela fabricação de “inimigos úteis”, a fim de armadilhar os seus verdadeiros inimigos, numa espiral de violência que agora está mais a nu que nunca!

É no Médio Oriente Alargado onde se registam os maiores embates entre os que persistem no império da hegemonia unipolar disseminador de caos e terrorismo wahabita-sunita sob o sopro sionista, face à imparável expansão das integrações emergentes e multilaterais, que procuram estratégias de paz e integração, galvanizando a partir da história e do respeito multicultural, acima de tudo o imenso continente euro-asiático.

Agora a fasquia não é já ao nível da tensão hegemonia unipolar versus emergência multilateral: agora é entre os que rompem com todo o tipo de leis descendo ao surrealismo da barbárie em pleno século XXI e os que se prendem ao campo das leis e da legitimidade, numa precária defesa da civilização e da vida! (https://outraspalavras.net/geopoliticaeguerra/assim-os-imperios-cometem-suicidio/?fbclid=IwAR1d-9ocemBRBwiscguraaAl4R8glX8ewgpDEsPHX5wEJ-OuT6Qj1nAGvB0).

A China e não só o Irão, sob fogo USA no Médio Oriente


 Manlio Dinucci*

Independentemente das questões exclusivamente iranianas, os Estados Unidos estão preocupados com as relações que este país mantém com a China. Progressivamente, Pequim confia em Teerão para concretizar na Ásia, o seu gigantesco projecto das Novas Rotas da Seda.

O assassínio do General iraniano Soleimani autorizado pelo Presidente Trump desencadeou uma reacção em cadeia que se propaga para além da região do Médio Oriente. Esse objectivo estava nas intenções daqueles que decidiram esse acto. Soleimani estava sob a mira dos Estados Unidos há muito tempo, mas os Presidentes Bush e Obama não haviam autorizado a sua morte. Por que é que o Presidente Trump o fez? Há vários motivos, incluindo o interesse pessoal do Presidente em salvar-se do ‘impeachment’, apresentando-se como um firme defensor da América diante de um inimigo ameaçador. O motivo fundamental da decisão de assassinar Soleimani, tomada pelo ‘Estado Profundo’ antes da Casa Branca, deve ser procurado num factor que se tornou crítico para os interesses dos EUA só nos últimos anos: a progressiva presença económica chinesa, no Irão.

O Irão desempenha um papel de primeira importância na Nova Rota da Seda, lançada em Pequim em 2013, numa fase avançada de realização: ela consiste numa rede rodoviária e ferroviária entre a China e a Europa através da Ásia Central, do Médio Oriente e da Rússia, combinada com uma rota marítima através do Oceano Índico, do Mar Vermelho e do Mediterrâneo. Para as infraestruturas rodoviárias, ferroviárias e portuárias em mais de 60 países, estão previstos investimentos de mais de 1 trilião de dólares. Neste contexto, a China está a efectuar um investimento no Irão, de cerca de 400 biliões de dólares: 280 na indústria petrolífera, do gás e da petroquímica; 120 em infraestruturas de transporte, incluindo oleodutos e gasodutos. Prevê-se que estes investimentos, realizados num período de cinco anos, sejam renovados sucessivamente.

Guerra comercial. Acordo já foi assinado entre China e EUA


Donald Trump garante que “este é um fantástico acordo para os EUA”. China diz que é vantajoso para os dois países por resolver “graves divergências”. Fase dois será assinada em 2021.

Um mês após o anúncio de que havia acordo, o documento foi finalmente assinado, reduzindo assim as tensões entre os Governos norte-americano e chinês e removendo algumas sanções económicas dos EUA em troca de uma intensificação de compras de produtos agrícolas e energéticos norte-americanos por parte da China. Está assim ultrapassada a “Fase Um”, mas Donald Trump e o vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, remetem para 2021 uma segunda fase do tratado.

“Este é um fantástico acordo para os Estados Unidos”, disse o Presidente norte-americano na cerimónia de assinatura realizada em Washington, embora tenha admitido que várias tarifas retaliatórias se manterão até que haja um acordo para a “Fase Dois”. Já o vice-primeiro-ministro chinês leu uma carta enviada pelo Presidente Xi Jinping, dirigida a Donald Trump, em que reconhecia que este acordo “é bom para os dois países ao permitir resolver graves divergências”.

Moçambique/Renamo | Líder dissidente ameaça intensificar ataques armados


O líder dissidente da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição no país, ameaçou hoje intensificar ações armadas nas principais estradas das províncias de Sofala e Manica, centro de Moçambique.

"Tenho informação que os deputados vão tomar posse. Bem aventurados são eles, mas que saibam onde andar. Eu agora não vou poupar mais ninguém: autocarros de passageiros, homem ou mulher, vou bater. Já não há mais brincadeiras", disse à Lusa Mariano Nhongo, falando em contacto telefónico a partir de um ponto incerto do centro de Moçambique.

Em causa estão os ataques que se têm registado nas estradas nacionais EN1 e EN6, nas províncias de Manica e Sofala, incursões que já provocaram 21 mortos e têm sido atribuídas à autoproclamada Junta Militar da Renamo, um grupo de guerrilheiros dissidentes do partido que exige a renegociação do acordo de paz assinado em 06 de agosto e a demissão do atual líder daquela força política, Ossufo Momade.

O líder da autoproclamada Junta Militar da Renamo critica a tomada de posse (marcada para segunda-feira) dos deputados da Renamo, enquanto "os guerrilheiros estão no mato a sofrer, sem sapatos nem comida".

Moçambique | Presidente Nyusi vangloria-se de pagar dívidas inconstitucionais


O Presidente Filipe Nyusi vangloriou-se, após jurar “respeitar e fazer respeitar a Constituição”, do pagamento das dívidas inconstitucionais e ilegais da EMATUM, “melhorou a classificação da economia de Moçambique”, afirmou na quarta-feira (15).

Após ser investido para o seu 2º mandato como Presidente da República e depois de jurar “por minha honra respeitar e fazer respeitar a Constituição”, Nyusi classificou de avanço notável na economia a reestruturação da dívida inconstitucional e ilegal da Empresa Moçambicana de Atum (EMATUM).

“Esses avanços foram reconhecidos a nível internacional por agências de notação financeira como a Moddy e a Fitch. Há apenas dois meses, a Standard & Poor´s, melhorou a classificação da economia de Moçambique, retirando-a da categoria de incumprimento financeiro”, afirmou o Chefe de Estado.

Filipe Nyusi referia-se ao acordo que o Governo chegou em Outubro passado com os credores da EMATUM embora o Conselho Constitucional tenha especificamente declarado inconstitucional o empréstimo de 850 milhões de dólares norte-americanos, contraído em 2013 com Garantias Soberanas que violaram a Constituição da República e Lei orçamental, e que vai custar pelo menos 1,8 bilião de dólares a serem pagos até 2033.

Aliás este ano Filipe Nyusi pagou aos credores da EMATUM 40 milhões de dólares por terem aceite a reestruturação que novamente não foi aprovada pela Assembleia da República.

 Adérito Caldeira  | @Verdade

Moçambique | CIP condena "despesas ocultas" com as dívidas ocultas


Centro de Integridade Pública diz que a defesa do ex-ministro das Finanças Manuel Chang, detido na África do Sul, está a custar milhões aos cofres do Estado moçambicano. E este não é um caso isolado.

Segundo o Centro de Integridade Pública (CIP), o Governo de Moçambique já gastou mais de 100 milhões de meticais (o equivalente a quase 1,5 milhões de euros) com os advogados sul-africanos que tentam evitar a extradição do antigo ministro das Finanças Manuel Chang para os Estados Unidos.

Chang está detido desde dezembro de 2018 na África do Sul, acusado pela Justiça norte-americana de crimes financeiros no âmbito das dívidas ocultas. E este não é o único processo relacionado com o escândalo a dar despesa aos cofres moçambicanos, diz Borges Nhamire, do CIP, em entrevista à DW África. No entanto, sublinha o investigador, o Governo "não se digna" a revelar quanto gasta com estes processos.

DW África: O CIP diz que o Governo já gastou mais de 100 milhões de meticais com os advogados sul-africanos que contratou para o caso Chang. Que trabalho estão estes advogados a fazer?

Borges Nhamire (BN): Nos termos contratuais, o trabalho era, primeiro, de desafiar a extradição de Manuel Chang para os Estados Unidos da América. A primeira decisão do ex-ministro da Justiça da África do Sul, Michael Masutha, foi de que Chang seria extraditado para Moçambique, mas o novo ministro [Roland Lamola] interpôs um recurso, diríamos, para que essa extradição fosse anulada e que fosse ele a tomar a decisão. Aí, Moçambique decidiu, como Estado, entrar no caso para desafiar essa mudança do curso do processo. Isso custou 3 milhões de rands, mais de 13 milhões de meticais. Como a decisão foi desfavorável para Moçambique, como o Tribunal Supremo da África do Sul decidiu anular a decisão do antigo ministro e colocar, de novo, o poder de decisão no atual ministro, Moçambique decidiu recorrer e isso custou outros 20 milhões de rands, totalizando mais de 100 milhões de meticais, que é muito dinheiro no contexto moçambicano.

Angola | Candidatura presidencial de Isabel dos Santos em 2022 é "uma miragem"


O analista político Belarmino Van-Dúnem considerou hoje pouco provável uma candidatura da empresária Isabel dos Santos nas próximas presidenciais em Angola, em 2022, face à necessidade de recuperar a imagem, resolver questões judiciais e eventualmente criar um novo partido.

"Se [Isabel dos Santos] dos Santos estiver a pensar em 2022, creio ser uma miragem pouco realizável", pois a empresária precisaria de tempo para se prepara, defendeu o analista, em declarações à Lusa.

A empresária, filha do antigo Presidente José Eduardos dos Santos, cujas contas bancárias e participações em empresas angolanas foram recentemente arrestadas, admitiu na quarta-feira, numa entrevista à RTP, a possibilidade de ser candidata à presidência de Angola e queixou-se de estar a ser perseguida para ser neutralizada politicamente.

Para Van-Dunem, se a nível externo, a desmultiplicação de Isabel dos Santos em entrevistas e declarações através das redes sociais pode permitir alguns ganhos reputacionais, internamente "não será fácil obter um 'score' político favorável", nos próximos tempos.

Além disso, segundo a Constituição da República de Angola, a filha do ex-Presidente teria de se candidatar como cabeça de lista de um partido ou coligação de partidos, já existente, ou criar um novo, "o que daria trabalho", considerou.

"Seria pouco realista, ainda para mais tendo em conta que tem de resolver os problemas que enfrenta com a justiça em Angola e que está fora do país há dois anos", disse o especialista, ressalvando que tudo vai depender "das dinâmicas" que se vão desenvolver "nos próximos tempos, sobretudo durante este ano".

Banco Nacional de Angola liderou ranking mundial de má gestão


O governador José de Lima Massano afirmou hoje que o Banco Nacional de Angola (BNA) chegou a ser classificado como o primeiro de três bancos centrais no mundo exemplos de má governação.

A classificação, segundo José de Lima Massano, foi apresentada num encontro à margem das reuniões de verão do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional, em Washington (Estados Unidos), no ano passado.

Segundo o gestor, na base da classificação estavam notícias da transferência irregular dos 500 milhões de dólares para Londres cujo estorno ou reversão para o Estado angolano só foi possível por via judicial.

O governador do BNA indicou que especialistas da Agência Nacional de Crimes Financeiros do Reino Unido chegaram a visitar Angola para apurar os desenvolvimentos deste processo. A agência recebeu denúncias do HSBC, que abriu um processo para investigar o assunto. “Neste processo, perdemos bancos correspondentes do BNA no sistema financeiro internacional. Continuamos a trabalhar para recuperar a confiança”, disse.

Valores retirados ilegalmente de Angola continuam a ser uma incógnita


Economistas ouvidos pela DW Africa veem fragilidades na ofensiva do Governo angolano contra a corrupção e consideram que o eventual confisco dos ativos de Isabel dos Santos não terá grande impacto na economia.

O impacto económico dos bens arrestados à Isabel dos Santos por decisão da justiça angolana seria uma gota d'água no oceano. E o que pensa o diretor do Centro de Estudos e Investigação Científica da Universidade Católica de Angola (CEIC), Manuel Alves da Rocha.

"Ao falar-se em 1.100 milhões de dólares, montante que ainda não percebi como é que foi atribuído… Isso é uma gota d'água [num oceano]. As necessidades financeiras da economia angolana são eventualmente cem vezes mais do que isso", pondera.

Rocha lembra que continua a ser uma incógnita o montante total de valores retirados ilegalmente do Estado e transferidos de Angola para o exterior.

"Ninguém conseguiu dizer qual é o montante dos bens, o valor do dinheiro que saiu do país ou que foi retirado ilegalmente do Estado - nem o Banco Nacional de Angola, nem o próprio Governo conseguiram fazer isso", destaca o economista.

Portugal | Descentralização sem regionalização o que é?


A tese enunciada pelo PR de que «se deveria finalizar a descentralização e, só depois, dar passos no sentido da criação das regiões administrativas» acaba por ser uma forma de, defendendo aparentemente a viabilização da regionalização, a liquidar. E de caminho liquidar também a descentralização.


Reacendeu-se o debate acerca da regionalização e, o Presidente da República, que tem vindo a influenciá-lo desde há cerca de três anos, embora nem sempre de forma pública e notória, veio agora subir o tom dizendo, no Congresso da ANMP realizado em novembro 2019, que o carro não devia ir à frente dos bois. Ou seja, que se deveria finalizar a descentralização e, só depois, dar passos no sentido da criação das regiões administrativas.

Com o devido respeito, parece que tratar-se de uma hipótese sem fundamento e contrária à valorização organizacional da administração pública. Se a Constituição não tiver um carácter dúplice, isto é, com coisas que são para cumprir e outras que são para adiar ou esquecer, os obstáculos presidenciais poderiam, até, ser entendíveis como anticonstitucionais

Veja-se que tanto a descentralização como a regionalização estão constitucionalmente consagradas desde o início. É certo que, entretanto, foi possível aos seus adversários armadilhar a lei fundamental criando-lhe uma limitação contranatura que a autocondiciona (!?), fazendo depender a regionalização de um prévio referendo. Mesmo assim, não existe uma gradação hierárquica ou temporal entre um princípio e outro. Isto é, não está escrito que a regionalização só pode e deve ser concretizada depois de estar feita a descentralização.

Portugal | À espera da justiça... -- praxes


Pedro Carlos Bacelar De Vasconcelos | Jornal de Notícias | opinião

1. "Na madrugada de 16 de dezembro de 2013, numa praia de Sesimbra, seis estudantes desapareceram, arrastados por uma onda. Um mês depois, continua sem explicação o modo como se produziu tão brutal fatalidade. Apenas se sabe, com segurança, que o insólito encontro juvenil estaria associado às praxes estudantis e que o véu de ignorância que desceu sobre o caso é mero reflexo do vergonhoso pacto de silêncio que protege esses rituais".

Escrevi este desabafo, nesta mesma coluna do "Jornal de Notícias", em janeiro de 2014. Seis anos mais tarde, em janeiro de 2020, o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (TEDH) - do Conselho da Europa, a cuja Assembleia Parlamentar tenho a honra de pertencer - iria proferir uma sentença exemplar. Cabe ao Tribunal garantir o respeito pelos direitos consagrados na Convenção Europeia dos Direitos Humanos que Portugal ratificou, em boa hora, pela mão de Mário Soares e Medeiros Ferreira, em 1976.

Praxe no Meco: Catarina, Carina, Joana, Andreia, Pedro e Tiago morreram há seis anos
2. Dizia, ainda, no mesmo lugar e por essa ocasião: "As praxes corrompem! Banalizam a humilhação, ministram a aprendizagem do medo e da submissão, a velhacaria, o encobrimento, a duplicidade". Prometem "o aconchego da horda, a força da tribo, a fatalidade das hierarquias, como chaves intemporais para o sucesso individual. A própria subsistência das praxes estudantis é uma perversão criminosa, consentida por autoridades públicas e privadas, alguns professores e até familiares das vítimas e dos carrascos. Uma difusa complacência alimenta estas redes paralelas e consolida poderes informais estranhos aos valores da civilidade e da cidadania republicana, do Estado de direito e da democracia constitucional", que promovem a brutalidade e a obediência na academia como receita segura para o êxito profissional. "As vítimas irão continuar a multiplicar-se caso não haja coragem e determinação bastantes para acabar com este insidioso pacto de silêncio".

3. Demorou seis anos, mas a justiça acabou por despertar, enfim, para o reconhecimento de tão ignóbil condescendência, e condenou o Estado português a pagar uma compensação simbólica pela conduta irresponsável do nosso sistema de justiça. Os agentes da justiça são cidadãos como os outros. A independência judicial não os torna imunes ao sectarismo e ao preconceito de que certas sentenças judiciais são flagrante exemplo, nomeadamente, em questões de género. É por isso que o escrutínio e o controlo das autoridades públicas, incluindo os tribunais, é tão importante quanto a preservação da sua independência e autonomia.

*Deputado e professor de Direito Constitucional

Isabel, princesa russo-lusa-angolana sempre no badalar das gentes


Durante cerca de uma semana interrompemos as publicações quotidianas no Página Global, só recomeçámos ontem em velocidade muito moderada, por esses dias não recorremos ao habitual Expresso Curto que nos traz temas de Portugal e do mundo segundo seleção dos profissionais do Expresso, um para cada dia – exceto aos fins-de-semana (justo). Os temas trazidos são variados mas têm o interesse de consumirmos resumos de assuntos da atualidade. Política, cultura, desporto… E uma ou outra vez alguma “palha” – consideração que está disponível segundo a opinião de quem lê (justo ou injusto).

Hoje temos Curto, da fábrica do tio Balsemão Bilderberg e outras coisas, a Impresa. Pois. Neste Curto de hoje sai à tona uma princesa russo-lusa-angolana. Isso mesmo: Isabel dos Santos.

Porque queremos ser breves deixamos as considerações e interpretações do escrito por Jorge Araújo às vossas máquinas cerebrais. Pensar não dói nada. 

Mas o Curto não tem só a tal princesa no conteúdo. Tem muito mais digno de ser lido. Hoje há Rio e PSD. A lavra do autor do Expresso Curto aborda os “laranjas” pseudo sociais democratas atrelados ao fantasma de Sá Carneiro e à múmia de Cavaco Silva para tirarem vantagens dos que acreditarem e forem totós.

Basta. Aqui não pomos mais na escrita. Deixamos para si o trabalho matinal do senhor do Expresso, Araújo. Bom dia, bom resto de semana. Até amanhã. Atualize-se.

PG

UE dá primeiro passo para "salário mínimo justo"


Intenção não é impor "salário tamanho único" para todo o bloco, mas sim definir parâmetros adequados a cada um dos membros, explica Comissão Europeia.

A Comissão Europeia deu um primeiro passo para garantir uma remuneração mínima adequada em todos os países membros ao lançar a frente de trabalho Salário Mínimo Justo, na terça-feira (14/01). O objetivo é reduzir a crescente pobreza entre os cidadãos empregados e a desigualdade de renda entre os países membros – que tem provocado uma fuga de cérebros entre Leste e o Oeste do continente.

De início, foi aberto um período de consulta de seis semanas com empresas e sindicatos. Os resultados devem ser formulados numa proposta concreta em meados do ano e, eventualmente, incorporados a um plano de ação em 2021. "A Comissão está em modo de escuta: queremos saber se os parceiros sociais acreditam ser necessária uma ação da UE e, caso positivo, se desejam negociar a questão entre si", declarou o órgão, em comunicado.

As autoridades enfatizaram, no entanto, que a intenção não é criar um "salário tamanho único" para os atuais 28 membros do bloco. Segundo o comissário para Emprego e Direitos Sociais, Nicolas Schmit, a Comissão Europeia não pode prescrever a fixação dos salários num determinado nível, mas quer garantir que todos os sistemas existentes sejam "adequados" e tenham mecanismos de atualização.

Numa ocasião anterior, a presidente do órgão, Ursula von der Leyen comentara que todos os trabalhadores devem ter um "salário mínimo justo", independente de onde atuem.

Primeiro-ministro renuncia após Putin propor reformas constitucionais


Líder russo propõe pacote de mudanças com as quais, segundo críticos, poderia permanecer no poder após fim do mandato. PM Medvedev renuncia com todo o gabinete para "abrir espaço" às reformas.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, propôs na quarta-feira (15/01) um referendo sobre um pacote de reformas à Constituição que fortaleceriam o papel do Parlamento. Com as mudanças, os parlamentares teriam o poder de nomear o primeiro-ministro do país e ministros de Estado.

A medida levantou suspeitas de que poderia tratar-se de uma manobra para a sua permanência no poder, assumindo uma nova função após o término de seu mandato. A desconfiança aumentou com a renúncia do primeiro-ministro Dmitri Medvedev e de todo o seu gabinete, logo após o discurso do presidente.

Putin, de 67 anos, já conseguiu permanecer no poder por mais de 20 anos no poder – mais que qualquer outro líder russo, incluindo os da era soviética, desde Josef Stalin –, lançando mão de algumas manobras políticas para ocupar os cargos de primeiro-ministro e presidente.

A Constituição do país permite que um presidente governe por no máximo dois mandatos consecutivos. Até ao momento, Putin ainda não deu indicações concretas sobre seus planos para depois do final de seu quarto mandato no Kremlin, que se encerra em 2024.

Câmara dos EUA decide enviar destituição de Trump ao Senado


Após semanas parado, processo entra na segunda fase. Julgamento deve começar na próxima semana. Expectativa é o presidente ser absolvido pela maioria republicana do Senado.

A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou nesta quarta-feira (15/01) uma resolução para enviar ao Senado os dois artigos de destituição contra o presidente Donald Trump, mais de um mês depois de as acusações terem sido votadas pelos deputados.

A resolução envolveu a escolha dos nomes de um comité que apresentará as acusações no Senado, funcionando como um grupo de promotores. Ele será formado por quatro deputados e três deputadas democratas. A liderança caberá ao deputado Adam Schiff, chefe do Comité de Inteligência da Câmara, que participou das investigações contra Trump.

A expectativa agora é que a segunda fase do processo de destituição – o julgamento dos dois artigos – comece já na próxima semana, concluindo-se no início de fevereiro. Caberá aos senadores decidir se o presidente é culpado ou não, e se deve ser ou não afastado. Esse será o terceiro julgamento de destituição contra um presidente na história dos EUA.

O plano de Trump para militarizar o espaço


EUA investirão U$738 bi em nova Força Espacial que inclui satélites, aviões, espionagem e armas atómicas em órbita. Iniciativa fere acordos internacionais e pode levar China, Rússia e outros países a corrida armamentista ainda mais insana

Nazanín Armanian | Outras Palavras | Tradução: Rôney Rodrigues

Em 1983, Ronald Reagan, um fanático religioso e ator de cinema convertido em presidente dos EUA, lançou sua Guerra nas Estrelas com o código Excalibur: enviaria ao espaço cerca de 2.200 satélites equipados com armas de partículas subatómicas, ainda por inventar, e que com a velocidade da luz destruiriam as ogivas nucleares soviéticas, hipoteticamente lançadas em direção aos EUA. O projeto não se concretizou: custava cerca de 20 biliões de dólares e só serviria como um videojogo infantil.

Hoje, 34 anos depois, o Congresso dos EUA, de maioria democrata, aprovou um projeto de lei de “defesa”, com orçamento de 738 biliões de dólares, que inclui a criação da Força Espacial (FE), proposto por Donald Trump, outro “presidente por acidente” que afirma que o espaço é o “novo território de combate”.

Essa declaração de guerra ao mundo, como de costume, vem acompanhada por uma grande mentira: que “os EUA perderam a supremacia militar no espaço para a Rússia e a China” e não poderiam “sobreviver a um ataque furtivo da China” ou que o país de Mao “pode instalar uma base militar no pólo sul da Lua” e converter a Via Láctea em uma Rota da Seda espacial! Mas a versão oficial não relata que o maior ataque aos EUA, o 11 de Setembro, foi realizado por uma força “vinda da Idade da Pedra” e não por uma “espacial”?

Na verdade, os EUA seguem liderando o uso de satélites e a tecnologia militar espacial. Possuem 901 satélites (em comparação, China tem 280; Rússia, 150) e planeiam lançar mais 1.300. Mas o Madman de rosto alaranjado que reina em Washington acredita que as armas de destruição em massa existentes na Terra não são suficientes para acabar com todos os seres vivos do cosmo.

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