segunda-feira, 26 de julho de 2021

GRANDE COMPETIÇÃO DE POTÊNCIA REQUER DISSUASÃO DE TEATRO

# Publicado em português do Brasil

Almirante James Stavridis* | em Katehon

Com a publicação de  Advantage at Sea , a Marinha, o Corpo de Fuzileiros Navais e a Guarda Costeira têm uma teoria estratégica ampla e convincente de como aplicar o poder naval no turbulento século 21. A Advantage  se concentra no crescimento da competição entre pares com a China e a Rússia, ao mesmo tempo em que reenfatiza os objetivos navais amplos tradicionais de projeção de poder, controle do mar, dissuasão estratégica e transporte marítimo estratégico. Embora esses quatro pilares da atividade naval remontem de uma forma ou de outra a Alfred Thayer Mahan, eles permanecem uma estrutura sólida através da qual podemos ver a aplicação do poder marítimo em um nível estratégico.

Mas passar da estratégia global de ponta para a atividade operacional requer a compreensão de que a competição tática e a geografia física conduzem muitas das necessidades e escolhas disponíveis para os planejadores - portanto, o "geo" na geopolítica.2 Os principais palcos da competição entre os Estados Unidos e a China e a Rússia são claras: o Mar da China Meridional e o Atlântico Norte, incluindo grande parte do Oceano Ártico. Existem outras zonas de preocupação (o Golfo Pérsico e o Mediterrâneo oriental, por exemplo), mas o Mar da China Meridional e o Atlântico Norte são centrais para uma competição renovada pelas grandes potências. Eles exigirão uma abordagem conceitual nova e muito específica para que os serviços marítimos tenham sucesso em sua missão geral: a  dissuasão do teatro.

“Dissuasão teatral” não é um termo comumente usado, mesmo entre planejadores militares. Inclui parte tanto do controle do mar quanto da projeção de poder, bem como algum nível de planejamento de “contraforça” e “contra-valor” da disciplina de controle estratégico de armas. A dissuasão no teatro, no entanto, vai além da simples presença avançada, pois carrega conotações de capacidade militar precisamente dimensionada e medida.

A dissuasão é a arte de criar o medo do ataque na mente de um oponente. A dissuasão no teatro, então, pode ser definida como ter poder de combate suficiente dentro de um determinado teatro geográfico para que o inimigo hesite em empreender operações hostis. Se você tiver força militar suficiente disponível para derrotar um oponente se entrar em uma luta, os bandidos hesitarão em começar uma.

Os militares americanos olham ao redor do mundo pelos olhos dos comandantes combatentes, que estão autorizados a conduzir operações de combate, criar os planos operacionais e de contingência que orientam tais operações e são os usuários finais dessa ideia de dissuasão do teatro. Para entender o que a dissuasão do teatro significa em termos práticos, vamos examinar o conceito nos dois espaços marítimos perigosos mencionados, incluindo os tipos e disposições das forças para criar o efeito dissuasor necessário na China e na Rússia.

Porque a UE toma partido contra a China

Manlio Dinucci [*]

O Parlamento Europeu, em 20 de Maio, congelou a ratificação do Acordo UE-China sobre investimentos, assinado em Dezembro pela Comissão Europeia após sete anos de negociações. A resolução foi aprovada por uma esmagadora maioria com 599 votos a favor, 30 contra e 58 abstenções. É formalmente motivada como sendo a resposta às sanções chinesas contra membros do Parlamento Europeu, decididas por Pequim depois dos seus funcionários terem sido sujeitos a sanções, rejeitadas pela China, por violação dos direitos humanos, particularmente os do Uighur. Os legisladores da UE argumentam que, se bem que as sanções chinesas sejam ilegais porque violam o Direito Internacional, as sanções europeias são legais porque se baseiam na defesa dos direitos humanos aprovados pelas Nações Unidas.

Qual é o verdadeiro motivo que se esconde por trás da capa de "defesa dos direitos humanos na China"? A estratégia, lançada e liderada por Washington, é de recrutar países europeus para a coligação contra a Rússia e a China. A alavanca fundamental desta operação é o facto de 21 dos 27 países da UE serem membros da NATO sob comando dos EUA. Na primeira fila contra a China, tal como contra a Rússia, estão ao mesmo tempo os países de Leste, membros da NATO e da UE, que, estando mais ligados a Washington do que a Bruxelas, aumentam a influência dos EUA na política externa da UE. Uma política que segue substancialmente a dos Estados Unidos, sobretudo através da NATO. Mas nem todos os aliados estão ao mesmo nível: a Alemanha e a França fazem acordos com os Estados Unidos com base na conveniência recíproca, enquanto a Itália obedece, mantendo-se em silêncio em detrimento dos seus próprios interesses. O secretário-geral da NATO, Stoltenberg, pode assim declarar, no final da sua reunião com o Presidente francês Macron, em 21 de Maio: "Apoiaremos a ordem internacional com base em regras contra o impulso autoritário de países como a Rússia e a China".

Confidencial

Anabela Fino*

A ProPublica, uma organização de jornalistas sem fins lucrativos que acedeu às declarações financeiras dos milionários nos EUA, revelou que os ricaços norte-americanos pagam poucos ou nenhum impostos. A Casa Branca preocupou-se mais com a fuga de informação do que com a substância dos factos, e vai investigar… os jornalistas. A “democrata” administração de Biden, ao invés de se preocupar com a (in)justiça fiscal, persegue quem a desnuda. Percebe-se. O segredo, a par da hipocrisia é a alma do negócio.

Entre 720 milhões e 811 milhões de pessoas no mundo sofreram o flagelo da fome em 2020, revela o relatório anual da ONU relativo ao «Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo», divulgado esta semana em Roma. O documento considera que se está perante um «agravamento dramático» da fome a nível mundial, com quase um décimo da população do planeta a sofrer de subnutrição.

O agravamento da situação está relacionado com as consequências da COVID-19: «a pandemia continua a expor as fraquezas dos nossos sistemas alimentares, que ameaçam a vida e a subsistência de pessoas em todo o mundo», lê-se no documento, que revela ainda que mais de 2,3 mil milhões de pessoas (cerca de uma em cada três pessoas no mundo) não tiveram uma alimentação adequada em 2020, o que representa um aumento de quase 320 milhões de pessoas face a 2019. As principais vítimas são as crianças, e não apenas nos países pobres: na União Europeia ascendiam a 18 milhões, 22,5%, as que em 2019 enfrentavam a pobreza e a exclusão social.

Enquanto isso, no mesmo período, cresceu o número de milionários no mundo, mostra o Relatório Global de Fortunas divulgado pelo banco Credit Suisse. Este clube restrito acolhe agora cinco milhões de pessoas, ultrapassando pela primeira vez a fasquia de um por cento da população mundial. Portugal, onde um quinto da população é pobre e mais de 11% dos trabalhadores vive em situação de pobreza, também está representado no selecto grupo: 136 mil milionários, mais 19 mil do que em 2019.

Portugal | O adeus a Otelo Saraiva de Carvalho

Marta F. Reis | Jornal i | opinião

A dor é grande para os que perderam, que não são só os “vencidos da história”, mas os que perderam os seus quando a luta se radicalizou e que merecem uma palavra em democracia. Ontem pode não ter sido o dia, mas terá de ser.   

Morreu aos 84 anos Otelo Saraiva de Carvalho. Fazia ontem a A23 a ouvir as reações, do homem que com as ganas de ser possível, que tinha de ser possível, organizou o 25 de Abril – de que gerações mais novas como a minha tiveram a sorte de ser herdeiras sem nunca poder saber e sentir realmente o que foi viver sem liberdade num país onde os miúdos, os nossos avós, iam, quando iam, descalços para a escola – à tragédia das vítimas das FP25 e à resistência em julgar, sempre e agora na hora da sua morte, um dos seus mitos.

Ao ver a estrada deserta, as portagens a debitar, pensava no tanto que ainda há por realizar nesse Portugal que ontem se pôs mais uma vez em revisitação e com que chocamos em cada saída de uma grande cidade para o interior, cada vez mais deserto, com ruínas e casas à venda, os velhos mais velhos.

Otelo Saraiva de Carvalho tinha a candura, como ele reconhecia, de dizer o que pensava, o coração na boca e foi isso que o fez persistir após o fracasso do golpe de 16 de março de 1974. Na última entrevista que deu ao SOL e ao i, em 2020, sobre as comemorações limitadas do 25 de Abril em tempo de pandemia, respondeu que não ia estar presente mas que até preferia ver de casa. “Confesso que faço um frete todo os anos para corresponder ao convite que me é enviado pelo presidente da Assembleia da República para comparecer à cerimónia solene da comemoração do 25 de Abril. Faço um certo frete em ir lá porque os representantes de cada um dos partidos fazem discursos de circunstância”.

Seria, na linguagem atual, um populista de esquerda, notou ontem um politólogo.

Foi um herói por acaso, Vasco Lourenço estava nos Açores. Mas foi-o e derrubaram naquela madrugada o regime, os conhecidos e os que trabalharam anonimamente nas transmissões, nos abastecimentos e de que não reza a história, depois de anos contra uma guerra que tantas vidas e juventude roubou e tantos traumas deixou nos que agora envelhecem neste Portugal desigual. 

Otelo morre como figura controversa e a sua vida (e a história) encerra a contradição de ter sido um dos que deram a Portugal a democracia, mas que julgado na justiça nessa democracia foi amnistiado por uma maioria política e cumpriu apenas cinco dos 15 anos de prisão a que foi condenado por associação terrorista. A dor é grande para os que perderam, que não são só os “vencidos da história”, mas os que perderam os seus quando a luta se radicalizou e que merecem uma palavra em democracia. Ontem pode não ter sido o dia, mas terá de ser.

Portugal | Velório de Otelo Saraiva de Carvalho realiza-se esta terça-feira

Corpo será cremado na quarta-feira, em Cascais. Capitão de Abril tinha 84 anos.

O funeral de Otelo Saraiva de Carvalho, o estratega do 25 de Abril de 1974, realiza-se na quarta-feira, antecedido pelo velório, na véspera, na Igreja da Academia Militar, em Lisboa, informou este domingo a Associação 25 de Abril.

Num comunicado, a associação recorda Otelo, que hoje morreu aos 84 anos, como um "homem de enorme coragem e generosidade".

O velório do militar de Abril será na terça-feira, na Igreja da Academia Militar, na capital, e o corpo será cremado no dia seguinte, em Cascais.

Otelo Saraiva de Carvalho, militar e estratego do 25 de Abril de 1974, morreu hoje de madrugada aos 84 anos, no Hospital Militar, em Lisboa.

Nascido em 31 de agosto de 1936 em Lourenço Marques, atual Maputo, Moçambique, Otelo Nuno Romão Saraiva de Carvalho teve uma carreira militar desde os anos 1960, fez uma comissão durante a guerra colonial na Guiné-Bissau, onde se cruzou com o general António de Spínola, até ao pós-25 de Abril de 1974.

No Movimento das Forças Armadas (MFA), que derrubou a ditadura de Salazar e Caetano, foi ele o encarregado de elaborar o plano de operações militares e, daí, ser conhecido como estratego do 25 de Abril.

Depois do 25 de Abril, foi comandante do COPCON, o Comando Operacional do Continente, durante o Processo Revolucionário em Curso (PREC), surgindo associado à chamada esquerda militar, mais radical, e foi candidato presidencial em 1976.

Na década de 1980, o seu nome surge associado às Forças Populares 25 de Abril (FP-25 de Abril), organização armada responsável por dezenas de atentados e 14 mortos, tendo sido condenado, em 1986, a 15 anos de prisão por associação terrorista. Em 1991, recebeu um indulto, tendo sido amnistiado cinco anos depois, uma decisão que levantou muita polémica na altura.

TSF | Lusa | Imagem: António Cotrim

Tratamentos de radioterapia em risco no IPO de Lisboa

Falta de profissionais no IPO e outros é programa do governo e de privados para debilitar o SNS*

Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa tem sete aceleradores lineares, aparelhos altamente sofisticados usados nos tratamentos de radioterapia. A complexidade destes aparelhos exige a presença de físicos médicos, profissionais especializados que escasseiam no IPO de Lisboa.

No início do passado mês de Junho, a TSF avançou que o IPO de Lisboa tinha perdido 50 profissionais de saúde, com o fim do estado de emergência.

Perante este alerta da TSF, o Governo prometeu ser rápido a avaliar os pedidos de contratação, mas mais de um mês e meio depois, o processo pouco avançou.

Em resposta a um pedido da TSF, o IPO de Lisboa revela que foi autorizada a contratação de 20 médicos.

Ministério da Saúde comprometeu-se também com a contratação de 36 enfermeiros, 26 assistentes operacionais, quatro físicos médicos e 12 técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica, mas o Ministério das Finanças ainda não autorizou a contratação destes 78 profissionais de saúde.

Na resposta à TSF, o IPO de Lisboa sublinha que a escassez de pessoal pode mesmo levar à suspensão de alguns aceleradores lineares usados nos tratamentos de radioterapia.

A TSF sabe que três dos sete aceleradores lineares correm o risco de parar, colocando em causa os tratamentos de radioterapia não só dos doentes do IPO de Lisboa, mas também dos doentes oncológicos que são enviados pelo Centro Hospitalar de Lisboa Central e pelo Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental.

No ano passado, foram tratados 2713 doentes, no Serviço de Radioterapia, mas 1260 doentes tiveram de ser enviados para o sector privado. A fatura foi de dois milhões e meio de euros.

O IPO de Lisboa pediu a contratação de nove físicos médicos, o que teria um custo anual de cerca de 205 mil euros.

A falta de recursos humanos está ainda a impedir a abertura da segunda ala do novo Bloco Operatório do IPO de Lisboa.

As novas salas de cirurgia estão prontas, mas precisam de mais 25 enfermeiros e 15 assistentes operacionais.

Na resposta enviada à TSF, o IPO destaca o empenho dos profissionais, que têm feito horas extraordinárias, para tentar resolver o problema, mas salienta que a contratação de pessoal é imprescindível para o funcionamento do Instituto, nomeadamente para o novo Bloco Operatório e para "evitar restrições nos aparelhos de radioterapia".

A escassez de recursos humanos agravou-se com a saída de 50 profissionais de saúde, com o fim do estado de emergência, no início de Junho.

O IPO de Lisboa precisa de um reforço de 364 pessoas, até ao final do ano. O Instituto trata e acompanha 57 mil doentes com cancro. Todos os anos, recebe 14 mil novos utentes.

Cristina Lai Men | TSF

*Subtítulo PG

Relacionado em TSF:

PCP e BE criticam demora na contratação de profissionais para o IPO de Lisboa

Portugal | O Chega vive do nosso medo e está a vencer

Paulo Baldaia* | Diário de Notícias | opinião

Ignorar é a maneira que se pensa politicamente correcta de olhar para os problemas criados pelos partidos xenófobos, racistas, homofóbicos e tudo o mais que lhes apetece ser em nome de uma suposta liberdade de expressão. Mas tudo tem limites e, como tanto gostam de dizer os politicamente incorrectos, a vida não está para meias tintas. Por isso, sugiro às autoridades deste país que façam cumprir a lei. Não vale tudo e os ataques racistas e homofóbicos dos últimos dias exigem que se perceba de vez que André Ventura é perigoso e põe em causa a liberdade em Portugal.

A limitação do líder do Chega e dos principais dirigentes leva-os a imitar comportamentos de partidos estrangeiros e a repetir à exaustão ataques a diferentes comunidades, procurando utilizar a ignorância de uma parte da sociedade para a dividir e liderarem os mais intolerantes e violentos. O medo que cresce em tempos de maior incerteza leva a que muitos de nós procuremos culpas nos que são diferentes. Diferentes na cor da pele, nos costumes, na religião que professam, na orientação sexual e até no campo político em que militam. Este medo natural que pode existir em relação ao que nos reserva o futuro é o único território em que prosperam os extremismos. Dos ciganos aos africanos, dos muçulmanos aos judeus, dos da ala esquerda aos da ala direita, dos homossexuais aos outros LGBTQI+, todos servem para mostrar que há uns "puros" que devem impor as regras aos outros. A vida em ditadura é a solução que preconizam para não terem de aturar ciganos e africanos ou "atitudes espalhafatosas de pessoas de orientação sexual diferente", gente que é agredida por culpa "deles e só deles próprios", como defende Ventura.

Estes ensaios de "porrada" que se vão repetindo aqui e ali pretendem espalhar o medo e fazer com que as minorias deixem de defender os seus direitos ou que entrem no jogo e façam crescer o confronto no terreno que agrada ao Chega. Num país democrático, isto é inconcebível e, num Estado de direito, isto são crimes puníveis por lei. Não apenas as agressões e os insultos, também a apologia do caminho da confrontação anti-democrática. Acobardámo-nos, quando decidimos ser tolerantes com a intolerância, quando julgamos ser possível convencê-los pelo exemplo, dando a outra face, quando tememos confrontá-los com a lei e a ordem, imaginando que isso os tornaria mais fortes. Eles vivem do nosso medo e estão a vencer.

Ciganos perseguidos sistematicamente pelo líder do Chega, insultos constantes a portugueses descendentes de africanos, discriminação de outras nacionalidades, ataques homofóbicos com agressões físicas, ameaças a jornalistas, infiltração das forças de segurança... Há uma responsabilidade dos partidos democráticos na Assembleia da República. É tempo de acabarem com os sorrisinhos cúmplices com o deputado racista. Ele não tem piada e representa uma ameaça séria para a sociedade portuguesa. Há uma responsabilidade acrescida dos partidos à direita (PSD, CDS e IL), que não podem defender nenhum tipo de conversação com o partido de todas as intolerâncias para chegar ao poder. Num país de cobardes, quando é que a lei se aplica ao Chega e a Ventura?

*Jornalista

Otelo. Alegre revoltado por não haver luto nacional. "Estou-te grato, pá!"

O histórico socialista afirma ao DN que se Soares fosse vivo e tivesse poder a morte do estratego de Abril seria assinalada com luto nacional. Marcelo reagiu dizendo que "ainda é cedo" para a História registar a sua importância

Manuel Alegre não esconde alguma revolta. Falando ontem ao DN, assegura: "Se Mário Soares fosse vivo e tivesse poder, decretaria luto nacional pela morte do Otelo. Acho que a morte dele merece luto nacional".

Não foi porém esse o caminho do Governo - que é quem decreta o luto nacional, por acordo com o Presidente da República, que promulga - e o histórico socialista lamenta-o. "Vivo um sentimento de luto um dia de luto para todos os portugueses que se reconhecem na liberdade e no 25 de Abril".

No entender do poeta, "basta o que o Otelo fez naquele dia, 25 de Abril, para ter um lugar na História". "Otelo é o homem do 25 de Abril", afirma, recordando que foi ele quem desenhou o plano de operações da revolução e quem a comandou, a partir do Posto de Comando do MFA estabelecido num quartel na Pontinha, arredores de Lisboa. "Estou-te grato, pá!", afirma Alegre, imitando o próprio Otelo, conhecido por usar muito o "pá" nas suas conversas e nas histórias que contava. Citando De Gaulle, esse "conservador revolucionário", Alegre conclui: "A glória do mundo é daqueles que não cederam, resistiram e foram libertadores."

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