segunda-feira, 31 de outubro de 2022

ADVOGAR A TERCEIRA GUERRA MUNDIAL É APENAS UM SENSO COMUM AGORA

Todas as medidas devem ser tomadas para evitar uma guerra mundial na era nuclear

Caitlin Johnstone | South Front |  Originalmente publicado por VeteransToday

Os especialistas dominantes na segunda metade de 2022 estão repletos de artigos de opinião argumentando que os EUA precisam aumentar muito os gastos militares porque uma guerra mundial está prestes a eclodir, e eles sempre a enquadram como se isso fosse algo que  acontece com  os EUA, como se suas próprias ações não tivessem nada a ver com isso. Como se não fosse o resultado direto do império centralizado nos EUA acelerando continuamente em direção a esse evento horrível, recusando todas as saídas diplomáticas possíveis devido à sua incapacidade de abandonar seu objetivo de dominação planetária unipolar total.

#Traduzido em português do Brasil

O exemplo mais recente dessa tendência é um artigo intitulado “A América pode vencer uma nova guerra mundial? — O que seria necessário para derrotar a China e a Rússia ” publicado pela Foreign Affairs, uma revista que pertence e é operada pelo  extremamente influente think tank  Council on Foreign Relations.

“Os Estados Unidos e seus aliados devem planejar como vencer simultaneamente as guerras na Ásia e na Europa, por mais desagradável que a perspectiva possa parecer”, escreve o autor do artigo, Thomas G Mahnken, acrescentando que, de certa forma, “os Estados Unidos e seus aliados têm vantagem em qualquer guerra simultânea” nesses dois continentes.

Mas Mahnken não afirma que uma guerra mundial contra a Rússia e a China seria um passeio no parque; ele também argumenta que, para vencer tal guerra, os EUA precisarão – você adivinhou – aumentar drasticamente seus gastos militares.

“Os Estados Unidos claramente precisam aumentar sua capacidade e velocidade de fabricação de defesa”, escreve Mahnken. “No curto prazo, isso envolve a adição de turnos às fábricas existentes. Com mais tempo, envolve a expansão das fábricas e a abertura de novas linhas de produção. Para fazer as duas coisas, o Congresso terá que agir agora para alocar mais dinheiro para aumentar a produção.”

Mas os gastos explosivos com armas dos EUA ainda são inadequados, argumenta Mahnken, dizendo que “os Estados Unidos devem trabalhar com seus aliados para aumentar sua produção militar e o tamanho de seus estoques de armas e munições” também.

SITUAÇÃO MILITAR NA UCRÂNIA 31 DE OUTUBRO DE 2022 (ATUALIZAÇÃO DO MAPA)

South Front

- A Rússia atingiu as posições AFU perto de Gulyaipole com mísseis de alta precisão;

- A Rússia atingiu as posições AFU perto de Nikolayev com mísseis de alta precisão;

- A Rússia atingiu as posições AFU perto de Novaya Kamenka com mísseis de alta precisão;

- O exército russo repeliu os ataques da AFU perto de Orlyanka;

- O exército russo repeliu os ataques AFU perto de Kuzemovka;

- O exército russo repeliu os ataques da AFU perto de Chervonopopovka;

- O exército russo entrou na cidade de Pavlivka;

- Os confrontos entre o exército russo e a AFU continuam perto de Davidyv Brid;

- Os sistemas de defesa aérea russos derrubaram 13 drones ucranianos perto de Popasnaya, Novonikanorovka no LPR, Mechnikovo na região de Kharkov, Volnovakha, Kirillovka, Nikolskoye no DPR, Kazatskoye na região de Kherson;

- Os sistemas de defesa aérea russos derrubaram 4 foguetes HIMARS e Olkha e 7 mísseis HARM perto de Novaya Kakhovka e Antonovka na região de Kherson.

Ler em South Front:

Situação militar no sul da Ucrânia em 30 de outubro de 2022 (atualização do mapa)

Visão geral dos ataques russos em 31 de outubro: Ucrânia mergulhando na escuridão

Acusações russas de que a Ucrânia poderia estar preparando ataques de “bomba suja” não devem ser descartadas

AS (IN)DEPENDÊNCIAS DA EUROPA

Carlos Branco, major-general [*]

Ao contrário do que afirmam os dirigentes europeus, a transição energética, tecnológica e industrial que a Europa pretende trilhar não vai conduzir à sua autonomia ou independência, mas sim aumentar as suas dependências, agora da China, em vez da Rússia.

Tanto Ursula Von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, como Charles Michel, presidente do Conselho Europeu, têm-se pronunciado repetidas vezes sobre a autonomia estratégica e a independência energética da União Europeia.

Temos dúvidas como conseguirá a União atingir esses objetivos tão ambiciosos, perante a série de dependências que as tensas relações entre a China e os EUA, a crise da Covid-19 e a guerra na Ucrânia trouxeram à tona de água, não só em matéria de comércio, investimento e cadeias de abastecimentos, como das matérias-primas necessárias à transição energética e tecnológica, que a União pretende implementar. Um dos aspetos que os oito meses de guerra tornaram evidente é o facto do modelo de desenvolvimento económico europeu assente em matérias-primas baratas, que lhe permitiam obter vantagens competitivas no mercado global, se encontrar esgotado.

Um relatório efetuado no âmbito da Comissão Europeia identificava 137 dependências da União. Dessas, 52% tinham origem na China, e apenas 3% na Rússia. Sem se estabelecer uma relação com a natureza do impacto de cada uma delas, a sua contabilização é um instrumento de análise insuficiente.

Preocupar-nos-emos neste texto apenas com as dependências de maior impacto na tão almejada transição energética e tecnológica. Pensamos nas novas tecnologias altamente exigentes em dados (comunicações móveis de quinta/sexta geração, inteligência artificial, quantum computing, robotização, biotecnologia, veículos sem condutor, aparelhos médicos de alta performance, a designada “internet das coisas” e as indústrias de defesa) que definirão o futuro paradigma tecnológico e industrial.

GOLPE? Generais brasileiros descartam eventual golpe de Estado. "Vida que segue"

Vários responsáveis das Forças Armadas brasileiras descartam um golpe de Estado. De acordo com a notícia avançada pela Globo, os responsáveis garantem que vão cumprir a Constituição.

Apesar de, segundo a publicação brasileira, alguns coronéis e oficiais da Polícia Militar brasileira terem manifestado o descontentamento com os resultados entre si, generais do Alto Comando garantem que "o clima é de absoluta normalidade". "Vida que segue", referiu uma das fontes à Globo.

"Os generais de 'quatro estrelas' estão sentados na Constituição", afirmou à Globo um outro integrante do Alto Comando do Exército

Teresa Banha | Notícias ao Minuto

UM JUIZ SUSPEITO E PARCIAL – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Calma, calma, ainda não vou bater à porta das consciências das nossas e nossos magistrados judiciais de todas as instâncias. O juiz suspeito e parcial de que vou falar chama-se Sérgio Moro e por piedade, não vou qualificá-lo como ser humano. Apenas recordo que esse magistrado condenou Luiz Inácio Lula da Silva. Essa condenação passou pelo crivo de outros magistrados de outras instâncias e o resultado foi igual. Condenação. Porque o processo estava inquinado de vícios e ilegalidades gritantes. Os outros não sabiam ou não quiseram saber. Confiaram. Erradamente.

Os magistrados de instâncias superiores foram enganados por Sérgio Moro e sua equipa exterminadora da Justiça. Até que os conselheiros do Supremo Tribunal Federal acabaram com os atentados à Justiça e anularam a sentença da quadrilha de Moro. Porque o juiz, como sentenciou a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, “agiu com parcialidade”. E os conselheiros declararam definitivamente a suspeição do juiz que condenou Lula da Silva. Um juiz marcado com a mancha ignominiosa da suspeição. Sérgio Moro foi denunciado como parcial. Abandonou a magistratura. E mostrou quem era quando apareceu como ministro de Bolsonaro. Agora é senador. 

Um juiz parcial é mais grave do que um polícia fazer biscates numa quadrilha de salteadores. Tal é a gravidade do comportamento de Sérgio Moro. Os detractores de Lula da Silva dizem que a decisão do Supremo foi tomada por um amigo do político agora presidente eleito do Brasil. Falso. Falsa notícia. Em Abril deste ano o Comité de Direitos Humanos da ONU também reconheceu a parcialidade do juiz Moro quando condenou Lula da Silva, induzindo com a sua parcialidade criminosa, todas as outras condenações, até o Supremo Tribunal Federal acabar com a farra do banditismo judiciário. Demasiado tarde.

Sérgio Moro e a sua quadrilha perseguiram Lula da Silva e condenaram-no para impedir que ele concorresse às eleições presidenciais. Assim, Jair Bolsonaro foi eleito. Ontem, os eleitores brasileiros disseram de sua justiça. Pela primeira vez na história da democracia brasileira um candidato foi eleito três vezes para a Presidência da República. Nunca antes um candidato tinha somado tantos votos. Lula merece esta reabilitação assinada por 60 milhões de eleitores.

A extrema-direita avança inexoravelmente rumo ao nazismo universal. É justo reconhecer que Joe Biden colocou o primeiro pau na engrenagem, ao derrotar Trump nas eleições dos EUA. Mas ontem Lula da Silva infringiu à organização uma derrota estrondosa. Mais justo ainda é associar a estas duas vitórias, a de João Lourenço, ao esmagar os nazis angolanos unidos numa frente tenebrosa que tinha uma agenda escondida na qual constava o regresso das fogueiras da Jamba. Se ganhassem as eleições do dia 24 de Agosto, sempre que os sicários do Galo Negro precisassem de desfazer-se de adversários incómodos, colocavam-lhes um letreiro de bruxas e bruxos. Morte nas fogueiras!

Caminhoneiros bolsonaristas fazem bloqueios em rodovias de quatro estados do país

Além do Rio de Janeiro, também foram registrados bloqueios em rodovias do Mato Grosso, Santa Catarina e Rio Grande do Sul

247 – em Desacato - A Via Dutra foi fechada nos dois sentidos por caminhoneiros bolsonaristas em protesto contra a vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno das eleições, realizada neste domingo (30).  De acordo com o UOL, além do Rio de Janeiro, também foram  registrados bloqueios em rodovias do Mato Grosso, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

#Publicado em português do Brasil

“Vídeos que circulam nas redes sociais mostram interdições na BR-116, altura de Barra Mansa, no interior do Rio de Janeiro. O UOL confirmou a informação com a CCR RioSP, que administra a rodovia”, destaca a reportagem.

Segundo a agência de notícias Reuters, a BR-163 também registrou ao menos seis pontos de bloqueio em Mato Grosso na manhã desta segunda-feira (31). “A concessionária Rota do Oeste, que administra a rodovia, confirmou em balanço às 5h27 o fechamento nos seguintes pontos: Nova Mutum, na altura do km 594, sentido sul; Lucas do Rio Verde, no km 691; Sorriso, km 746; Sinop, no km 835; Cuiabá, no km 395 e Várzea Grande, no km 524”, diz a reportagem”.

“A concessionária segue acompanhando, sem interferência, as manifestações com foco na segurança viária. As equipes operacionais da Rota do Oeste estão sinalizando o final da fila, como forma de evitar acidente”, informou a Rota do Oeste por meio de nota.

Brasil | O SILÊNCIO DOS INSOLENTES

Henrique Monteiro | Henricartoon

Brasil | Ministros de Bolsonaro tentam convencê-lo a reconhecer derrota para Lula

Bolsonaro e familiares temem ser presos

Bolsonaro teme que ele e seus filhos sejam alvos do Judiciário após deixar o poder: "a partir do ano que vem, Bolsonaro não terá mais a proteção de Aras", alerta um aliado

#Publicado em português do Brasil

247 - em Desacato Ministros da chamada ala política do governo federal iniciaram na manhã desta segunda-feira (31) uma operação para tentar convencer Jair Bolsonaro (PL) a reconhecer a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições deste domingo (30), informa Caio Junqueira, da CNN Brasil.

“A aposta é de que ele deverá reconhecer a derrota ainda nesta segunda-feira (31). O movimento deverá vir acompanhado por uma defesa de seu legado”, diz a reportagem.

Segundo Valdo Cruz, do g1, “ministros e líderes do Centrão aconselham Jair Bolsonaro a evitar confrontos com o presidente eleito e concentrar suas energias em cuidar do seu capital político para as eleições municipais. Segundo eles, Bolsonaro tem mais a perder do que a ganhar, porque é alvo de várias investigações no Supremo Tribunal Federal (STF), e seus filhos também enfrentam inquéritos no Ministério Público”.

Um ministro próximo de Bolsonaro afirma que há preocupação com possíveis implicações judiciais contra o clã: “Bolsonaro precisa agir em duas frentes. Cuidar pessoalmente dele e de seus filhos, que são alvos de investigações. E do seu grupo político, que, mesmo derrotado, saiu com força das eleições deste ano, conquistando o principal Estado do país, São Paulo”.

“Partir para o confronto vai aguçar um sentimento de revanchismo por parte de quem vai assumir o governo. E, a partir do ano que vem, Bolsonaro não terá mais a proteção de Augusto Aras, ele perde o foro privilegiado”, alerta um aliado.

Portugal | EXCELÊNCIAS DO GOVERNO. QUANDO É QUE DESCEM À TERRA?

António Capinha* | Diário de Notícias | opinião

Emigrantes sem visto - São 25 mil a precisarem de autorização ou renovação de residência. As suas vidas estão no fio da navalha. Não podem trabalhar. Passam horas ao telemóvel a tentarem um contacto com o SEF. Se a sua situação estivesse regularizada teriam as suas vidas resolvidas e estariam a contribuir para a riqueza do país com o pagamento de impostos e descontos para a Segurança Social. Entregaram as suas manifestações de interesse e aguardam uma entrevista do SEF para regularizarem a sua situação. Devido ao que vivem não podem deixar o país.

Previsivelmente vão ter de esperar dois anos para conseguirem a tão desejada autorização de residência e integrarem o mercado de trabalho resolvendo assim a sua situação de trabalho e inserção em Portugal. Boa sorte!

Maria José e Alberto - Maria José tem 77 anos. Alberto tem 75 anos. Viviam há nove anos numa modesta casa quando a dura realidade do crescimento do alojamento local de Lisboa lhes bateu à porta. Com um rendimento parco de 700 euros mensais foram despejados há dois meses e meio e ficaram sem teto. A Gare do Oriente tem servido de abrigo. Tiveram direito a visita presidencial de Marcelo Rebelo de Sousa e de um representante da Santa Casa da Misericórdia. Marcelo falou de novo do número dos sem-abrigo que segundo o próprio estão numa tendência de crescimento. Não admira. Com a guerra e a pandemia outra coisa não seria de esperar. Em simultâneo com a visita presidencial veio também um elemento da Santa Casa da Misericórdia com uma tentativa de solução. Maria José e Alberto são apenas dois protagonistas dessa dura realidade dos sem-abrigo que Marcelo tem jurado a pés juntos ser necessário erradicar. Há um silêncio ensurdecedor do governo e da Câmara de Lisboa sobre o assunto.

Timorenses no Martim Moniz - São cerca de duas centenas. Vieram, talvez, catalisados pela recente visita de Marcelo Rebelo de Sousa a Timor e, seguramente, na procura de uma vida melhor. Dormem na rua. Não vão regressar porque têm a secreta esperança de em Portugal encontrarem uma vida melhor para si e para as suas famílias. Têm problemas de acolhimento, teto e alimentação. Já receberam a visita presidencial. Disse Marcelo então que têm de cumprir as regras vigentes e que "há um esquema legal que permite haver ou não vistos com uma grande latitude simplesmente devendo ser respeitadas as regras de contratação e isso deve ser fiscalizado". Quer dizer, podem vir de Timor quase ao "Deus dará!" Sobre esta realidade dos timorenses do Martim Moniz nem uma palavra do Governo.

NEM. Esperas de uma hora - Temos de acreditar no que diz o Sindicato dos Técnicos de Emergência Hospitalar. Adiantou que há pelo menos cinco ambulâncias que demoram mais de uma hora a serem acionadas pelo INEM. Isso acontece sobretudo nos distritos de Lisboa, Faro e Setúbal. O mesmo Sindicato afirma que em Matosinhos um português de 52 anos faleceu enquanto esperava pelo INEM. Foram precisas três chamadas e isso não evitou a morte do nosso compatriota. O INEM divulgou que faltam 369 técnicos de emergência pré-hospitalar nos serviços. No último concurso entraram apenas 49. Pois aqui está um desagradável contributo no controlo do défice.

Uma família em Minsk a aguardar um visto humanitário - Na terça-feira fomos surpreendidos com uma notícia num dos canais de televisão (SIC Notícias) sobre uma família de refugiados do Médio Oriente de seis pessoas que aguardam há dois meses e meio que o Ministério dos Negócios Estrangeiros lhes conceda uma visto humanitário. Pai, mãe e quatro filhos dos 4 aos 12 anos estão fechados num sórdido apartamento de Minsk, capital da Bielorrússia, a aguardar o desejado visto do MNE português. A razão do seu pedido de visto humanitário radica no facto de toda a família se ter convertido ao cristianismo. Isso, coloca, seriamente, em perigo as suas vidas. Associações de Defesa dos Direitos Humanos (ONG Humanity e Migrap) ouvidas por aquele canal televisivo deram conta que outros países concedem visto humanitário no prazo de uma semana. Por cá já lá vão dois meses e meio e o MNE ouvido pelo canal televisivo declara, laconicamente, que está a aguardar um parecer do SEF. E do SEF nem uma palavra.

E pronto é isto que temos. O governo é responsável? É sim senhor! Mas só o governo? Não. São responsáveis os funcionários que não cuidam de cumprir com rigor as suas funções. As chefias superiores e intermédias que, sistematicamente, fecham os olhos à falta de rigor e proficiência dos seus subordinados e varrem para debaixo do tapete os sinais de desleixo e abandalhamento às vezes tão frequentes no funcionalismo público. E somos responsáveis todos nós quando sabemos ser muito exigentes com ou outros, mas muito pouco connosco.

*Jornalista

PCP ACUSA GOVERNO DE TER “CONTAS CERTAS” COM OS GRUPOS ECONÓMICOS

PORTUGAL

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, acusou o Governo de ter "contas certas" com os grupos económicos, defendendo que as opções do Orçamento do Estado para 2023 reservam aos portugueses "exploração e empobrecimento".

"Considerando as opções desta proposta de Orçamento do Estado bem como o teor dos acordos subscritos pelo Governo com o grande patronato e algumas organizações sindicais nas últimas semanas percebe-se hoje melhor o regozijo manifestado pelos grupos económicos com a maioria absoluta do PS no dia seguinte às eleições. São esses que têm as contas certas com o Governo para continuarem a apropriar-se de fatias crescentes da riqueza nacional", defendeu Jerónimo de Sousa.

O líder comunista intervinha no encerramento do debate na generalidade do Orçamento do Estado para 2023, que tem aprovação garantida pela maioria absoluta do PS.

"Para a grande maioria dos portugueses o que as opções do PS reservam é a exploração, o empobrecimento, as injustiças e desigualdades, a acelerada e profunda degradação das condições de vida", vincou.

Na opinião dos comunistas, esta proposta de Orçamento "agrava a injustiça fiscal, recusando as medidas que há muito se justificam de alívio para os rendimentos do trabalho, e acentua a política de desvalorização real dos salários, das carreiras e profissões na Administração Pública, seguindo o caminho de empobrecimento delineado para o setor privado".

O PCP insistiu que "quanto às pensões e reformas o que está em curso é uma verdadeira fraude aos reformados e pensionistas".

"O contraste entre a maioria absoluta do PS e os seis anos anteriores é evidente. Entre 2017 e 2021 foi-se além da lei e decidiram-se aumentos extraordinários para que os reformados e pensionistas pudessem ter aumentos do seu poder de compra. A partir de 2022, com a maioria absoluta do PS, decidem-se cortes nos aumentos que a lei prevê, em prejuízo dos reformados e pensionistas que voltam a perder o seu poder de compra", salientou.

Esta "marca de injustiça social da maioria absoluta do PS", defendeu o secretário-geral comunista, "acentua-se ainda mais com as benesses distribuídas pelos grupos económicos, com destaque para os novos benefícios fiscais e o aumento das verbas públicas destinadas a serem desviadas para os lucros das grandes empresas por via de PPP [Parcerias Público-Privadas], de contratos de prestação de serviços e outras alcavalas".

Quanto aos "colossais" lucros dos grupos económicos, continuou Jerónimo de Sousa, "têm como resposta do Governo apenas promessas tímidas de alguma espécie de taxação que a União Europeia entretanto já se encarregou de condicionar a uma expressão quase nula".

"E não se venha com o argumento da guerra [na Ucrânia], como o faz o governo, que serve para justificar tudo. O problema é que justifica pouco sobre a especulação desenfreada dos grupos económicos e das multinacionais a que assistimos hoje. Aproveitam-se da guerra e das sanções, como se aproveitaram da epidemia", acusou.

Para o PCP, "num momento em que a inflação torna cada vez mais difícil a vida do povo, é cada vez mais evidente a necessidade de medidas de controlo e fixação dos preços para travar o aumento do custo de vida, bem como de aumentos de salários e pensões que permitam garantir melhores condições de vida e uma distribuição mais justa da riqueza nacional".

Os comunistas vincaram o seu "compromisso com os trabalhadores e o povo", prometendo um "combate ao fatalismo e à desesperança por um país melhor e mais justo".

Jerónimo defende medidas de emergência para travar regressão económica

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, defendeu, em Grândola, no distrito de Setúbal, que são precisas medidas de emergência e soluções que travem a regressão económica e social e assegurem o desenvolvimento do país.

"São precisas medidas de emergência e são precisas soluções que garantam a elevação das condições de vida do povo, travem a regressão económica e social e assegurem o desenvolvimento do país", afirmou.

Jerónimo de Sousa falava no encerramento da VI Assembleia da Organização Regional do Litoral Alentejano, que se realizou hoje em Grândola.

Segundo o líder comunista, estas medidas de emergência "não se veem" na "proposta do Orçamento do Estado (OE) para 2023, no acordo na Concertação Social, recentemente, assinado entre Governo e grandes confederações patronais" e "no acordo subscrito para a Administração Pública".

Notícias ao Minuto | Lusa | Imagem: © Global Imagens

Portugal | A INFLAÇÃO E A DÍVIDA PÚBLICA

O Estado, tão lesto em acudir ao grande capital, em vez de aproveitar as crescentes receitas fiscais associadas ao crescimento nominal dos preços, limita-se a distribuir umas esmolas.

Miguel Viegas | AbrilAbril | opinião

Já vimos em artigos anteriores que os efeitos da inflação são muito diferentes, havendo quem ganhe muito com a atual situação. As grandes empresas acumulam lucros fabulosos em função do crescimento das margens que decorre de um aumento superior nos preços de vendas face ao aumento dos custos. Basta ler a imprensa especializada onde são divulgados quase diariamente os resultados das principais empresas nacionais e estrangeiras. Para que uns ganhem, outros têm de perder. Os trabalhadores, pensionistas e restantes consumidores estão hoje confrontados com uma imensa perda de poder de compra dos seus rendimentos face ao crescimento galopantes da maioria dos bens essenciais. O Estado, tão lesto em acudir ao grande capital, em vez de aproveitar as crescentes receitas fiscais associadas ao crescimento nominal dos preços, limita-se a distribuir umas esmolas, preferindo subjugar o país à ditadura do défice, do euro e da União Europeia.

Existe, contudo, uma outra razão para o governo sorrir com esta inflação. Esta razão chama-se dívida pública. A dívida pública mede-se hoje em percentagem do PIB. A sua evolução depende de três fatores. Em primeiro lugar, o saldo primário das contas públicas (diferenças entre receitas e gastos, excluindo o pagamento de juros). Um saldo positivo diminui a dívida e vice-versa. Em segundo lugar temos o chamado «efeito bola de neve». Como a dívida é medida em percentagem do PIB, podemos ter uma dívida em valor a crescer, mas se o PIB crescer mais, a dívida em % do PIB pode baixar. Este efeito depende da diferença entre a taxa de crescimento nominal do PIB (que inclui a inflação) e a taxa de juro implícita da dívida. Finalmente, temos o efeito de stock que depende da gestão de ativos do Estado e de acertos estatísticos.

Bloqueio contra Cuba condenado em várias cidades norte-americanas e no mundo

A exigência do fim do bloqueio económico, financeiro e comercial imposto à Ilha há mais de 60 anos pelos EUA fez-se ouvir em várias cidades norte-americanas e também noutros pontos do mundo.

Em Miami, realizou-se uma caravana organizada pelo movimento Puentes de Amor, para reafirmar no estado da Florida a exigência do fim do cerco a Cuba, com a participação de cubanos ali residentes e de outras pessoas solidárias que vivem na cidade.

No estado do Maine, ocorreu uma iniciativa semelhante, também para reclamar uma mudança de atitude por parte da administração do presidente Joe Biden e para apoiar a Ilha na sua autodeterminação, informa a Prensa Latina.

Igualmente em território norte-americano, realizaram-se mobilizações contra o bloqueio unilateral que afecta as famílias cubanas em Portland (Oregon), Minneapolis e Duluth (Minnesota), e Phoenix (Arizona).

Há poucos dias, teve lugar em Hartford, capital do estado de Connecticut, uma manifestação para exigir o fim do bloqueio a Cuba, organizada pelos movimentos Nemo (NoEmbargoCuba), Greater Hartford Peace Council e Connecticut Peace and Solidarity Coalition.

em Nova Iorque, realizou-se no sábado uma marcha como prelúdio à votação da resolução na Assembleia Geral da ONU, nos dias 2 e 3 de Novembro, sobre a necessidade de acabar com o bloqueio por parte de Washington.

Brasil | LULA ELEITO. SAIBA COMO FUNCIONA A TRANSIÇÃO DE GOVERNO

Alexandro Martello e Guilherme Mazui, g1 — Brasília

Presidente eleito pode formar uma equipe de transição para os próximos dois meses; posse é em 1º de janeiro. Grupo tem a missão de se inteirar da administração federal e preparar primeiros atos.

#Publicado em português do Brasil

Eleitoneste domingo (30) com 50,9% dos votos válidos, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terá direito a uma "equipe de transição" para os próximos dois meses (entenda mais abaixo as regras para funcionamento desta esquipe).

Se for efetivado, o grupo terá a missão de se inteirar do funcionamento dos órgãos e entidades da administração pública federal – e preparar os primeiros atos do novo governo, geralmente editados já no primeiro dia do ano.

As regras para o processo de transição estão listadas na Lei 10.609/2002 e no Decreto 7.221/2010. O decreto diz que a transição governamental começa com a proclamação do resultado da eleição e se encerra com a posse do novo presidente.

Até lá, Lula tem o direito previsto em lei de formar sua equipe de transição para receber os dados a respeito da administração do país e "preparar os atos de iniciativa do novo Presidente da República, a serem editados imediatamente após a posse".

Durante a campanha presidencial, Lula afirmou que, entre os seus primeiros atos, estará a revogação dos decretos de Bolsonaro sob sigilo de 100 anos. No primeiro discurso após o resultado, neste domingo, o ex-presidente disse que o "compromisso mais urgente é acabar outra vez com a fome".

Durante a campanha presidencial, Lula afirmou que, entre os seus primeiros atos, estará a revogação dos decretos de Bolsonaro sob sigilo de 100 anos. No primeiro discurso após o resultado, neste domingo, o ex-presidente disse que o "compromisso mais urgente é acabar outra vez com a fome".

Derrotado, Bolsonaro se isola, cancela entrevista e não responde nem a assessores

PÓS-ELEIÇÕES BRASIL - "Bolsonaro não quer receber ninguém", dizem assessores após vitória de Lula na eleição presidencial

#Publicado em português do Brasil

O candidato derrotado Jair Bolsonaro (PL) se isolou após a confirmação da vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O ex-capitão cancelou um pronunciamento à imprensa no Palácio da Alvorada logo no início da apuração da eleição que deu a vitória petista.

De acordo com o jornal O Globo, "Bolsonaro não quer receber ninguém". "Ministros e deputados que tentaram visitá-lo neste domingo após o resultado das urnas foram informados de que o presidente não deseja ver ninguém neste momento, nem seus aliados mais próximos", diz a reportagem.

revista Veja também indica a mesma postura. "Jair Bolsonaro, segundo seus auxiliares, se isolou nos aposentos presidenciais e não atende telefonemas de nenhum aliado próximo", afirma a reportagem.

Mais cedo, quando os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já indicavam a aproximação de Lula – que saiu atrás, mas venceu o pleito com 50,9% –, o comboio do presidente deixou o Palácio da Alvorada e partiu rumo à Granja do Torto, residência oficial ocupada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. Depois, retornou ao Alvorada.

Bolsonaro é o primeiro presidente da história do país a perder a disputa à reeleição. Dessa forma, termina o mandato sem igualar o feito de todos os presidentes que concorreram à reeleição desde a abertura dessa possibilidade, em 1997, durante o governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

Brasil de Fato | Brasília (DF) | Edição: Nicolau Soares

Brasil - Eleições | Lula, 77 anos, é eleito para o 3º mandato de presidente da República


Pedro Rafael Vilela - Repórter da Agência Brasil - Brasília

O candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT), 77 anos, eleito neste domingo (30), em segundo turno, para o terceiro mandato como presidente da República, tem uma longa trajetória na política brasileira, que começou ainda no início da década de 1970. Na época, o país vivia ainda sob ditadura militar e Lula era diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, um dos principais centros industriais do país.

#Publicado em português do Brasil

Em 1975, Lula é eleito presidente do sindicato, que representava 100 mil trabalhadores. Três anos depois, em 1978, após ser reeleito presidente da entidade, Lula lidera as primeiras greves operárias em mais de uma década. Naquele momento, o país vivia um processo de abertura política lenta e gradual. Em março de 1979, mais de 170 mil metalúrgicos pararam as fábricas no ABC Paulista. No ano seguinte, cerca de 200 mil metalúrgicos cruzaram os braços. A repressão policial ao movimento grevista, que chegou a levar Lula à prisão, fez emergir a liderança popular de Lula, que criaria o Partido dos Trabalhadores (PT), em 1980. Alguns anos depois, ele fundaria também a Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Em 1984, Lula foi uma das principais lideranças da campanha das Diretas Já para a Presidência da República. Em 1986, foi eleito o deputado federal mais votado do país, para a Assembleia Constituinte, que elaborou a Constituição Federal de 1988.

Liderança nacional consolidada, Lula foi lançado pelo PT para disputar a Presidência da República em 1989, após 29 anos sem eleição direta para o cargo. Perdeu a disputa, no segundo turno, para Fernando Collor de Mello, por pequena diferença de votos. Dois anos depois, no entanto, Lula liderou uma mobilização nacional contra a corrupção que culminou no impeachment de Collor. Em 1994 e 1998, Lula voltou a ser candidato a presidente, sendo derrotado por Fernando Henrique Cardoso nas duas ocasiões.

Em 2002, por meio de uma inédita aliança política até então, o PT aprovou uma coligação política que incluía PL, PCdoB, PCB e PMN, lançando Lula novamente a presidente, tendo como vice-presidente na chapa o senador José Alencar (PL), de Minas Gerais, um dos maiores empresários do país.

Em 27 de outubro de 2002, em segundo turno, aos 57 anos de idade, Lula obtém quase 53 milhões de votos e se elege pela primeira vez presidente da República. Seu mandato foi marcado pela ampliação de programas sociais e expansão nas áreas de educação e saúde, além de uma política de valorização do salário mínimo. Uma das principais marcas do seu governo foi a redução da miséria no país. Em 2006, Lula e José Alencar são reeleitos e terminam o mandato, em 2010, com a maior aprovação de um governo da história do país, superior a 80%.

Essa popularidade impulsionou a eleição de Dilma Rousseff (PT), que era a principal ministra de Lula, e foi eleita a primeira mulher presidente da história do país.

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