domingo, 21 de maio de 2023

Angola | A Loucura da Guerra e os Terroristas Domésticos – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

As autoridades prenderam na cidade de Cabinda o pastor João Graça, da marca dos padres excomungados Jorge Congo (morto) e Raul Tati (moribundo). É suspeito de praticar o negócio de auxílio à emigração ilegal ao balcão da Igreja Lassista (quem dá o alvará a estas espeluncas?) e foi apanhado numa acção criminosa convocada pelo Movimento Independentista de Cabinda (MIC). 

Os terroristas mandaram uma carta à governadora provincial, Mara Quiosa, para que “conceda a liberdade imediata e incondicional ao pastor João da Graça”. Estes ainda estão no tempo do colonialismo. Acham que quem governa pode interferir no Poder Judicial. Se um dia fossem governo, substituíam os magistrados judiciais e os titulares da investigação e acção penal por sipaios e capitas. Um dado importante. A “missiva” é assinada por Sebastião Macaia, “vice-presidente” dos terroristas. Ainda há poucos dias assassinaram dois trabalhadores brasileiros e soldados das FAA que protegiam as populações pacíficas. Aí têm um autor dos crimes.

 O terrorismo em Cabinda apresenta-se de várias formas e com várias roupagens mas vai tudo dar a uma entidade chamada FLEC que por sua vez tem tantas facções quantos donos os seus “dirigentes” servem. Objectivo: Roubar o petróleo e outras matérias-primas ao Povo Angolano. 

A permissividade das autoridades não tem fim. A paciência também não. A traição, a rebelião e a sedição são toleradas até na Assembleia Nacional. Os Media amplificam à vontade dos donos. O problema é que os terroristas matam pessoas inocentes. Algum dia estas acções criminosas vão acabar. Mas estratégia de fingir que nada se passa está a dar resultado. Apenas engorda os Danda, Congo, Tati, Macaia e outros terroristas disfarçados de cordeiros mansinhos.  

O Supremo Tribunal de Justiça extinguiu a Associação Mpalabanda porque era um disfarce dos terroristas da FLEC. Raul Tati fazia parte da quadrilha e quando foi proferido o acórdão ameaçou: “Esta decisão vai radicalizar as aspirações independentistas dos cabindas”. Raul Danda, porta-voz do gangue, também estrebuchou mas depois lembrou-se dos tachos e ficou-se por umas quantas ameaças. É evidente que este MIC não passa de uma Mplabanda raivosa. Por isso continuam a matar impunemente às ordens dos donos que querem roubar os recursos naturais do Povo Angolano.

Rafael Marques, o criado de George Soros e outros ladrões de povos, assina um texto publicado no seu curral Maka Angola intitulado “É Preciso Liderança em Angola”. Porque “actualmente o país está tomado pela desilusão popular generalizada”. Diz o condecorado do Presidente João Lourenço que falta “amor ao povo”, empatia e humanidade. O autor do texto debita uns quantos lugares comuns muito ao gosto dos “politólogos” de aviário e conclui que o Chefe de Estado está coberto de ilegitimidade porque “não basta a legitimidade do voto”. 

Em democracia o poder político só tem uma forma de ser legitimado, a força do voto popular em eleições democráticas. Este é o regime vigente em Angola desde 1992. Acontece que UNITA e seus serventes estão permanentemente a pôr em causa a sua legitimidade. Não respeitam a vontade dos eleitores. Justificam as derrotas eleitorais invocando a fraude, pondo assim em causa as instituições democráticas. Rafael Marques, a voz de vários donos (abandonou o seu condecorador…) vem agora avisar que a legitimidade do voto não chega. Que golpada os seus donos estão a preparar? 

O porta-voz (Joe Biden) do estado terrorista mais perigoso do mundo, a propósito dos 30 anos de relações diplomáticas com Angola, garante que está com os angolanos e a democracia angolana. Mas esta declaração vale zero. Também deram milhões ao Juan Guaidó roubados ao Estado Venezuelano, deram-lhe o título de presidente e agora meteram-no numa mansão em Miami em regime de prisão domiciliária porque o petróleo da Venezuela está a fazer falta ao ocidente alargado.

O texto assinado por Rafael Marques é altamente insultuoso para João Lourenço. Traça dele um retrato falso. O Presidente da República é apresentado como alguém que está de costas voltadas para o Povo Angolano. Frio e calculista. Tudo o contrário do que eu posso testemunhar por conhecimento pessoal da vítima. 

O condecorado assina um texto onde o seu condecorador é apresentado como um ditador frio e distante. Nem frio nem distante, garanto eu. Quanto a ser ditador, lamento informar o criado de George Soros e outros ladrões de povos que mais de 51 por cento dos votos expressos nas últimas eleições garantem a João Lourenço o título de campeão da democracia naquela prova pública. Já tinha ganho a anterior ainda com mais votos. 

O Chefe de Estado é um democrata com papel passado pela maioria absoluta dos votos expressos pelo eleitorado angolano. E se for preciso ainda leva mais 30 ou 40 por cento dos abstencionistas. Portanto, não se metam em aventuras porque na hora da verdade, os patriotas angolanos colocam-se ao lado do Presidente João Lourenço. Isto não quer dizer que estejam de acordo com algumas políticas pelas quais dá a cara e assina por baixo, ainda que sejam profundamente erradas.

Guerra na Ucrânia. A União Europeia acaba de declarar que financia a guerra dos nazis de Kiev enquanto for preciso e pelo tempo que for preciso. Os europeus é que pagam as bravatas da nazi Úrsula von der Leyen mas estão adormecidos e não reagem. O desemprego no espaço do cartel europeu atinge números de desastre social. Os salários encolhem a olhos vistos. A pobreza alastra até nos países tidos por ricos. E a liderança política insiste na guerra a qualquer custo até ao último ucraniano.

Munições com urânio empobrecido estoiraram num armazém bombardeado pela Federação Russa. Milhares de toneladas. De Moscovo chegou um aviso: Uma nuvem radioactiva avança em direcção a ocidente. Ninguém reage. Está tudo à espera da contra ofensiva ucraniana que o Presidente Putin considera uma loucura de patetas. Agora anunciaram o envio de caças F-16 para o teatro de operações. 

Mais um aviso de Moscovo: “O ocidente está a correr riscos colossais”. O G7 em resposta reforçou as sanções contra a Federação Russa. A loucura anda mesmo à solta. A Organização Terrorista do Atlântico Norte (OTAN ou NATO) aposta no cerco militar à Federação Russa. Os líderes ocidentais acham que isso vai acontecer sem guerra. Enlouqueceram mesmo. 

Em Portugal é assim. Vladimir Piassov era o director do Centro de Estudos Russos da Universidade de Coimbra. Dois nazis ucranianos refugiados em Portugal acusaram-no de “fazer propaganda pró Putin”. A Reitoria demitiu imediatamente o académico com esta alegação: “Estaremos sempre ao lado do povo ucraniano”.

A Universidade de Coimbra é das mais antigas do mundo. Ao longo de séculos conquistou prestígio mundial. Está reduzida a uma cagadeira do Zelensky. Fui aluno daquela escola superior e tenho um papel passado. A partir de agora nem para fins higiénicos serve. Tanto trabalho para nada. Sou mesmo vítima do imperialismo.

Sabem qual foi a justificação à opinião pública? Não podemos tolerar o apoio a ditadores. Acontece que os alunos do Centro de Estudos Russos da Universidade de Coimbra vieram dizer que a acusação contra o director é falsa. Ele nunca fez propaganda de nada!

Em Portugal as elites corruptas e ignorantes defendem esta tese: A coligação terrorista que destruiu o Iraque fez bem porque é preciso depor os ditadores. A destruição da Jugoslávia está certa porque existia uma ditadura em Belgrado. Os terroristas da OTAN (ou NATO) destruíram a Líbia e assassinaram o chefe de Estado. Porque Kadafi era um ditador. Há que fazer o mesmo com a federação Russa porque Putin é um ditador. É mesmo verdade. Estão irremediavelmente loucos.

Esperemos que as várias iniciativas de paz tenham êxito, particularmente a africana, liderada pelo Presidente Cyril Ramaphosa. África sabe bem o que significa a guerra. Os esclavagistas e colonialistas portugueses, franceses, ingleses, alemães, holandeses, norte-americanos e de outras origens guerreiam o continente há muitos séculos. Mas a libertação está próxima. Milhões de jovens angolanos deram a vida, a saúde e a juventude nesse combate continental pela Libertação da Humanidade. Os líderes foram Agostinho Neto e José Eduardo dos Santos.

Criei na Rádio Nacional de Angla um gabinete de formação permanente nas áreas da informação e dos programas. Os primeiros formandos eram magníficos. Mulheres e homens de imenso talento na criação do tempo, da linguagem e da gramática radiofónica. Depois de alguns meses na sede, fui dar formação nas províncias. Levava sempre comigo como monitor das aulas práticas, um dos mais talentosos profissionais da casa: António Muachilela.

Hoje foi noticiada a sua morte. Uma perda irreparável para a Rádio Angolana. Eu perdi também um amigo e companheiro na construção de edifícios sonoros. Contribuímos para que a Voz Humana tivesse a dimensão do maior espectáculo do mundo. 

A tua calou-se meu camarada. Que escrever? 

* Jornalista

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