sexta-feira, 20 de outubro de 2023

Javalis da Jamba Sujam o Parlamento -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Os Media garantem que o Hamas cometeu crimes hediondos sobre civis israelitas e de outras nacionalidades. Uma redundância porque qualquer crime contra inocentes é hediondo. Israel mata centenas de seres humanos em Gaza com bombas potentes. Chamam a este extermínio de palestinos “retaliação punitiva”. O ministro da Defesa sionista já decidiu que os habitantes da Palestina são “animais sub-humanos”. Assim vai a democracia no ocidente alargado e seus meios de comunicação social.

O Conselho de Segurança da ONU rejeitou um projecto de resolução da Federação Russa, que propunha “um cessar-fogo humanitário imediato para aliviar a situação da população civil em Gaza”.​​​​​​ Os proponentes são Criminosos! Terroristas! A proposta foi a votos e registou o apoio de cinco países: Federação Russa, China, Gabão, Moçambique, e Emirados Árabes Unidos. Votaram contra Estados Unidos da América, França e Reino Unido: Matem os palestinos até onde for preciso! Acabem com a Palestina! Seis países abstiveram-se: Se os palestinos são sub-humanos as sociedades protectoras dos animais que tratem do assunto. Canis aos cães. Gatis aos gatos. Bombas aos palestinos. 

Comentadoras e comentadores às ordens dos donos imediatamente entraram em campo para condenar a Federação Russa: Eles matam civis na Ucrânia sem cessar-fogo e agora querem uma trégua para salvar os amigos do Hamas. Isto não é liberdade de expressão. Porque mentir, manipular, falsificar é crime e ninguém tem liberdade para cometer crimes. A Federação Russa no início da operação militar para desnazificar e desarmar a Ucrânia calou as armas e abriu negociações com os nazis de Kiev. Já se esqueceram mas a Pide do Zelensky fuzilou um dos seus negociadores, Denis Kireyev, por defender um acordo. O presidente da Ucrânia assinou um decreto proibindo negociações de paz com Putin! 

A guerra na Ucrânia é até ao último ucraniano, não por vontade dos ucranianos mas por decisão do estado terrorista mais perigoso do mundo. A Federação Russa desencadeou a operação miliar especial para desarmar um regime nazi. O ocidente alargado mete todos os dias armas na Ucrânia. Alimenta a guerra. Quer a guerra. Matar civis na Ucrânia é um crime tão hediondo como matar civis na Palestina ou em Israel. Perceberam? Mas há diferenças.

Os colonialistas britânicos, do alto da sua infinita arrogância e desumanidade (redundâncias porque todos os colonialistas são desumanos e arrogantes) decidiram que a sua colónia Palestina passava a ser o “lar dos judeus”. Para isso expulsaram das suas casas, das suas lavras, das suas aldeias e das suas cidades 780 mil palestinos (números oficiais). As vítimas dessa brutalidade terrorista, igual à dos nazis sobre os judeus, hoje chamam-se “refugiados”. Assim nasceu Israel. Em 75 anos, aos espoliados iniciais já se juntaram mais dois milhões que vivem em campos de concentração e de extermínio. Com a conivência da ONU são chamados “campos de refugiados”.

A Federação Russa não quer exterminar os ucranianos nem acabar com a Ucrânia. Israel está a fazer uma limpeza étnica na Palestina e quer ocupar todo o território por via do extermínio. Esta violência terrorista chama terrorismo. Esta brutalidade insana desencadeia brutalidade. Este crime contra a Humanidade gera desumanidade. No dia 7 de Outubro essa realidade ficou à mostra. Ninguém esperava outra coisa. Ninguém espera que os bombardeamentos à Faixa de Gaza sejam retribuídos com ramos de flores e convites para tomar chá.

O regime de Kiev é nazi. Os Bandera, Sector Direita e Batalhão Azov, legítimos herdeiros dos assassinos de judeus ao lado de Hitler, estavam a fazer uma limpeza étnica do Leste da Ucrânia (Donbass) porque os seus habitantes são russos. O regime sionista de Telavive está a fazer o mesmo na Palestina. Condenar o Hamas pelos crimes cometidos contra civis só faz sentido se forem condenados igualmente os crimes dos sionistas de Israel. Combater o terrorismo do Hamas só faz sentido se ao mesmo tempo forem combatidos os terroristas de Israel.

A paz é possível na Palestina e em Israel se os “colonatos” forem desmantelados e os “refugiados” palestinos regressarem às suas lavras, casas, aldeias, vilas e cidades. Muitos já morreram. Mas deixarem descendentes. E têm as chaves dos seus lares brutalmente roubados pelos colonialistas britânicos. Ninguém está em paz, ninguém está em segurança, se ocupar pela força a terra dos outros, a casa dos outros, a pátria dos outros.

O que se espera do ocidente alargado é que promova a paz e não a guerra na Palestina e Israel. Isso não se faz berrando que o Hamas é terrorista e Israel tem o direito de exterminar os palestinos. Parem com esse truque nojento de pedirem a Telavive que não invada a Faixa de Gaza por terra. 

O apelo tem de ser ao contrário: Parem com os bombardeamentos aéreos! Se querem mesmo combater o Hamas, entrem na Faixa de Gaza e enfrentem os seus combatentes. Entrem por terra. E levem à frente o trio assassino Biden, Blinken e Austin. Todos os sionistas do governo de Israel. Se não for pedir muito levem também Macron, Sunak, Sholtz e a flausina Úrsula. Vai ser uma festa para os povos de Israel e da Palestina. Mas também para a Humanidade.

As deputadas e deputados da UNITA excrementaram a Assembleia Nacional, um órgão de soberania. Afrontaram o Presidente da República, titular de um órgão de soberania e o mais alto magistrado da Nação. Se qualquer um dos 90 agressores ousasse levantar a voz para Savimbi assinava a sentença de morte. Eles eram mortos com pauladas nos cornos. Elas iam parar às fogueiras depois de violadas colectivamente.

Os sicários da UNITA, depois de insultarem a democracia, a Assembleia Nacional e o Presidente da República foram para as suas mansões, nos seus carros de luxo, beber do fino e comer do melhor. As e os deputados da UNITA gritaram na Casa das Leis que Angola é uma ditadura. Estão viciados na mentira. Eles próprios desmentem o que disseram. Se vivessem numa ditadura, ontem nem um saía da Assembleia Nacional a bem. Iam directos ao Bentiaba ou directamente para os anjinhos. Mas não se esqueçam. Até nas democracias há limites para o banditismo social e político.

Ontem fui radical. No Estado da Nação nem tudo está lixado. João Lourenço, os amigos, os golpistas do 27 de Maio de 1977 e os sicários da UNITA estão na maior. O Abílio Numa até escreveu isto: “Os deputados do MPLA são palhaços do Executivo”. No final do mês vai receber o triplo da sua pensão de general. Em Angola quem despreza as Forças Armadas e ataca o MPLA é logo recompensado. Por isso estou lixado, como o Estado da Nação.

* Jornalista

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