A oficina gráfica de Luanda existia na colegiada dos Jesuítas, no convento por trás da Igreja da Nazaré e que existiu até finais do século XIX. Ficava situado no espaço onde hoje começa o Eixo Viário.
Mais recentemente, em 1982, Laurence Hallewell publicou em Londres uma obra sobre a História da Imprensa onde afirma que no século XVI, chegaram as primeiras máquinas impressoras a África, pela mão dos missionários portugueses, que as instalaram nos seus colégios da Ordem dos Jesuítas, em Luanda e S. Salvador do Congo (Mbanza Congo). A arte de imprimir chegou a Mbanza Congo na bagagem de dois mestres tipógrafos germânicos. A “divina arte da imprimissão” atingiu um desenvolvimento extraordinário, no Reino do Congo.
Os portugueses chegaram à foz do
rio Zaire num momento em que a nobre "arte da imprimissão" já estava
muito desenvolvida no reino. D. Afonso V, o Africano, recebeu informação da
invenção de Gutenberg precisamente no momento em que o mestre impressor abriu
ao público a sua primeira oficina. Portugal tinha fortes relações comerciais
com Nuremberga donde importava missangas, contas de vidro e artefactos em
latão, que trocava por ouro em África e mais tarde por pimenta no Oriente.
O Africano era um rei culto e por isso tinha uma importante biblioteca. Quando soube que havia forma de copiar vários exemplares do mesmo livro através da “divina arte da imprimissão”, tratou logo de contratar mestres impressores germânicos que chegaram ao reino menos de cinco anos depois de aberta ao público a oficina de Gutenberg.
A primeira tipografia e os mestres tipógrafos chegaram a Portugal através do Colégio de Santa Cruz por intervenção directa do bispo de Coimbra, D. João da Costa.