Curto do Expresso fora de horas. Acontece. Problemas técnicos, explicam. Bem-vindos.
O tema abordado pode ser representado por um quadro negro, com uma bandeira manhosa e negra. Negra da fome de democracia de facto nessa UE de um clube de desonestidades e pseudodemocracia. Os donos daquela coisa dizem que não, evidentemente, mas certo é que a UE não é mais nem menos que um sucursal das políticas dos EUA em que mainatos emproados se exibem a fazer de conta que são democratas, pacifistas, justos e defensores dos interesses dos povos europeus e dos refugiados que dão à costa em cadáveres ou ainda meio-vivos a precisarem de apoios. Esta lenga-lenga é por demais referida. Quem não se sente não é filho/a de boa gente. Pois não são, esses tais pseudo-eleitos, sendo que boa parte até é eleita só pelos iguais. Eleitos não, nomeados pelos da pandilha do 'tá-se bem' e do sim senhores ianques.
Basta. Tudo isso e muito mais já sabemos. Só não sabem convenientemente os ignorantes e os distraídos.
Mas o Curto vem recheado de mais, sem ser treta fastidiosa. Vá ler. Não deixe de se informar e de fazer as suas ideias sobre os temas. Pensar não dói nada. É o que dizem os sábios.
Bom dia, boa tarde, Vá nessa. Use os miolos com moderação em vez do vinho e similares. Até porque para se gramar (suportar) estes descalabros nacionais e internacionais o melhor é andarmos meio adormecidos, a modos que bêbados.
Eis o Curto. Vá ler. Está convidado. Saúde.
Redação PG
Pedro Lima, editor-adjunto de economia
Bom dia,
Por problemas técnicos este Expresso Curto é publicado mais tarde do que a hora
habitual.
Ainda a digerir os novos equilíbrios de forças que resultaram das legislativas
de 10 de março, temos as eleições europeias de 9 de junho já à porta e com polémica a rebentar devido à provável escolha de Rui Moreira
para cabeça de lista pela Aliança Democrática (AD).
A provável indicação do presidente da Câmara Municipal do Porto caiu mal junto
das estruturas do PSD no Porto e levou inclusivamente um conjunto de 20
autarcas sociais-democratas, onde se inclui o ex-vice da Câmara do Porto,
Vladimiro Feliz, a assinar um manifesto contra a hipótese de ter este
independente como rosto do PSD. Os promotores do manifesto dizem que esta
nomeação é uma “traição aos portuenses, aos militantes, simpatizantes e
autarcas eleitos pelo PSD” e deixaria “marcas profundas na confiança que os
portuenses têm no PSD”.
Miguel Côrte-Real, líder da bancada municipal do PSD no Porto e um dos
assinantes do manifesto, colocava a questão, em declarações ao Expresso, no
seguintes termos: “Não há problema com a governança do município. O que estamos
a avaliar é que demos a cara como uma alternativa a Rui Moreira por considerar
que havia pessoas mais indicadas e não nos revíamos nele. Como é que, menos de
três anos depois, vimos dizer que o Rui Moreira é o melhor candidato? É uma
questão de coerência”.
Será esta segunda-feira à noite que quer o PSD quer o CDS reunirão os seus
conselhos nacionais para avançar com as escolhas. E com a AD a governar sem
maioria, tumultos dentro destes partidos – e em especial no PSD – seriam
dispensáveis, porque dão sempre armas aos adversários.
Este domingo Rui Moreira não escondeu o seu apreço pelas causas europeias. O
projeto europeu “é um projeto que me atrai”, disse o autarca, que considera que
os seus projetos para o Porto estão quase todos “concretizados” e que por isso
esta seria uma boa hora para sair.
Não é a primeira vez nem será certamente a última que as escolhas de figuras
independentes para lugares de destaque em eleições esbarram contra as
estruturas partidárias. A questão é se haverá um nome mais forte para levar o
PSD – e o CDS – a uma vitória expressiva nas europeias, capaz de mostrar que os
dois partidos continuam numa dinâmica de vitória. Apesar de serem eleições
diferentes, haverá sempre leituras a fazer dos seus resultados. Se a AD tiver
um mau resultado, será porque os portugueses já estão descontentes com o
Governo? E o contrário, um bom resultado quer dizer que os portugueses gostam
da governação que têm apesar dos poucos dias que ela ainda leva?
Nestes novos tempos, a estratégia de tentar esvaziar o Chega é evidente: apesar de o nome do partido ou do seu líder, André Ventura,
nunca ter sido referido pelos líderes do CDS no 31º congresso do partido que se
realizou este fim de semana, foi mais uma vez claro que são o adversário
preferencialdo CDS para tentar reganhar terreno e votos. No discurso final
de Nuno Melo, o líder do CDS pediu aos portugueses que “não se deixem enganar”
nas eleições europeias, onde vão ter de escolher “entre a tolerância e os
extremismos”.
“Nas próximas eleições europeias a opção nas urnas será entre a tolerância e os
extremismos, entre os que se reveem nas lideranças de Helmut Kohl, Margaret Tatcher
ou Carl Bildt e os novos adoradores de Putin ou de Lukatchenko”, disse Nuno
Melo.
Anunciou também a formação de uma “comissão para as comemorações nacionais
dos 50 anos do 25 de novembro, plural e justa, com militares e civis”, no que
está concertado com o PSD. É um tema caro à direita com que os dois partidos
contam claramente capitalizar votos.
OUTROS ASSUNTOS
Diplomacia. O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, visita
a China esta semana, e na agenda tem os temas do Médio Oriente e da
Ucrânia, bem como as relações entre Washington e Pequim.
Energia. A Galp, que hoje completa 25 anos, anunciou no domingo a conclusão,
com sucesso, da primeira etapa da exploração de petróleo na Namíbia, indicando
que potencialmente está perante uma “importante descoberta comercial”. E as ações da empresa
abriram a sessão de bolsa desta segunda-feira com um disparo de 18%.
Clima. Esta segunda-feira é o Dia Mundial da Terra. O relatório sobre o estado
do clima na Europa, divulgado esta segunda-feira, nota que 2023 teve um recorde de dias com “stress térmico extremo”. Também hoje arranca o julgamento de 11 ativistas pelo clima que
bloquearam o Viaduto Duarte Pacheco, em Lisboa.
Montenegro. O primeiro-ministro deslocou-se a Cabo Verde. Mas recusou falar de
justiça e da situação na Madeira, temas que só abordará quando regressar a Portugal. Eis o que marcou a passagem de dois dias de Luís Montenegro pelo
país africano.
FRASES
“Passos Coelho achava que a troika era um bem virtuoso, eu achava um mal
necessário” - Paulo Portas, comentador político
“Estamos muito empenhados em conseguir encontrar pontos de acordo, por isso não
temos um limite a priori” - Ana Paula Martins, ministra da Saúde, sobre negociações com sindicatos
“A decisão do Tribunal da Relação é um arraso ao Ministério Público” - Ana
Gomes, antiga eurodeputada
PODCASTS A NÃO PERDER
RETRATOS DE ABRIL - Maria Antónia Palla, uma mulher da
liberdade que lutou pelo direito ao aborto e continua a lutar pelos direitos
das mulheres portuguesas
CONTAS POUPANÇA - Não se deixe abalar pela nova tabela
de IRS: Pedro Andersson conta quanto poderá poupar com os novos escalões
EXPRESSO DA MANHÃ - Pedro Magalhães e o 25 de
Abril: “Portugal distingue-se pela negativa por ter muita gente que defende
formas de governar não democráticas”
ANA GOMES - Ana Gomes e a Operação Influencer: “A
decisão do Tribunal da Relação é um arraso ao Ministério Público”
ISTO É GOZAR COM QUEM TRABALHA - “Luís Montenegro
é pessoa para dizer, 'Vai, agora toda a gente a baixar as calças!', numa praia
de nudistas”
Votos de uma boa semana, continue a acompanhar-nos em www.expresso.pt.
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