Carvalho da Silva* | Jornal de Notícias | opinião
Na EDP vive-se um conflito
laboral que se arrasta desde dezembro de
O direito à negociação coletiva é um direito constitucional bem definido. E o princípio de “para trabalho igual salário igual, de forma a garantir uma existência condigna”, está plasmado no Art.o 59 da CR. O unilateralismo patronal, que está na “moda”, nega a democracia. Lembremos que, em Portugal, essa prática patronal típica de ditaduras começou a ser arredada, por duras lutas sindicais, a partir de 1968/1969.
A Administração rompeu a
negociação com os sindicatos e impôs, através de um ato de gestão, um aumento
salarial de 3%, quando a empresa teve, em 2023, um resultado líquido de 1300
milhões de euros (ver p. 240 do “Relatório e Contas da EDP
A EDP é uma empresa estratégica para a economia nacional. Por isso, procurava recrutar e não deixar sair os melhores profissionais, técnicos e quadros superiores, promovendo práticas de valorização das qualificações e profissões, de boa negociação coletiva. Os processos negociais serviam muitas vezes de referência positiva para o mundo do trabalho. Atualmente os trabalhadores jovens (em geral qualificados) sentem-se frustrados e muitos consideram abandonar a empresa, exatamente por não se sentirem valorizados nas profissões e nas carreiras, que têm uma estrutura longa, logo com evolução muito diminuta.
Em
E, quem tem sido o rosto da intransigência negocial da EDP? Nem mais nem menos, o atual secretário de Estado do Trabalho, Adriano Moreira. Porque se trata de uma empresa com forte influência sobre o poder político e a Comunicação Social (os pacotes de publicidade valem muito), deu uma branca na quase totalidade dos comentadores políticos e nada tem sido dito sobre o percurso deste homem no grupo EDP.
É muito positivo que os jovens
estejam a intervir em força no conflito
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