Artur Queiroz*, Luanda
Confirmado e definitivo, a diabetes causa terríveis conflitos que matam. É preciso perdoar e abraçar, mas nem todos estão abertos ao perdão quando o açúcar no sangue aniquila e mata os seus adversários. Nem todos envolvem num abraço sentido, os familiares das vítimas desse terrível conflito político. Graças ao Presidente João Lourenço e à sagacidade do chefe Miala, a insulina reduz a glicemia, ao promover a entrada de glicose nas células. É essencial no metabolismo de sacarídeos, na síntese de proteínas e no armazenamento de lípidos. Estamos salvos.
Fernando Dinis Sambimbi, mais conhecido por general Begin, faleceu em 1999 devido à diabetes. Era diabético. Muita desgraça num homem só. Membro da UNITA. Guarda de Jonas Savimbi desde que em 1974 trocou a tropa portuguesa pelo Galo Negro. Chegou a General porque nunca disse não ao criminoso de guerra. É preciso matar à paulada? Aí vai disto. É preciso enterrar vivos? Vamos em frente. É preciso queimar mulheres e crianças nas fogueiras da Jamba? Toma lá fogo. É preciso fuzilar militantes que pensam? Já está.
Sempre pela trela do criminoso de guerra Jonas Savimbi, o general Begin entrou em conflito com a diabetes. Em 1999 o inimigo venceu. Os amigos enterraram-no caminho quando ia a matar angolanos. Graças ao Presidente João Lourenço e à sagacidade do chefe Miala, foi agora desenterrado pela CIVICOP e os restos imortais levados para Luanda.
Grande óbito! Cerimónia digna da tomada de posse de um Presidente da República. Vários Generais das FAA estiveram presentes com farda de gala. Se eu fosse a diabetes apanhava um cagaço dos antigos! Velados os ossos, o caixão partiu para o Bié onde continuou a cerimónia e a vítima da diabetes foi enterrada na sua terra natal.
A UNITA falhou à cerimónia. Foi muito criticada por isso. Adalberto da Costa Júnior mandou dizer que só aparece quando as ossadas foram de vítimas dos conflitos políticos. A diabetes é amiga. A UNITA nunca teve qualquer maka com o açúcar a mais no sangue. Lá no Galo Negro, no sangue só entra álcool a mais. E droga. Diabetes é inimiga dos brancos que comem e bebem muito açúcar. Não fazem exercício nem na cama. Que se lixem os brancos. A CIVICOP não tem nada que se meter nos conflitos entre o açúcar no sangue e os brancos.
Hoje a TPA abriu o noticiário das 13 horas com a cerimónia do velório ao General Begin. A reportagem durou 11 minutos. Nem na televisão do México nos anos 30 (era a pior do mundo) isso acontecia. Porque 11 minutos em televisão equivalem a 90 anos de idade num ser humano. Dedicar quase um século de vida humana a uma vítima da diabetes é obra!
Aviso já. Não andem com uma lanterna à procura do futuro líder do MPLA e cabeça de lista do partido na lista de candidatos a deputados. O homem certo para o lugar certo está encontrado: o chefe Miala! E sem ousar meter a catana em lavra alheia, também já temos vice-presidente: A primeira-dama Ana Dias Lourenço. Tanta complicação para nada.
Wembanyama Chicoty diz que é um acérrimo estudioso de Direto Constitucional. Portanto, não é vítima de qualquer conflito com a diabetes. Meteu-se na campanha do Galo Negro contra o MPLA, que visa convencer a opinião pública nacional e internacional de que João Lourenço quer um terceiro mandato presidencial. Mentira não quer.
Este Chicoty delirou sobre uma hipotética revisão constitucional que faz regressar o órgão de soberania Governo. Neste quadro escreveu isto: “O actual Presidente da República pode concorrer ao cargo de chefe de Governo, nas eleições legislativas, sem que para tal estivesse impedido, sendo certo que uma vez eleito Primeiro-ministro voltaria a ter quase a totalidade dos poderes políticos que detinha nas vestes de Presidente da República”.
O acérrimo estudioso ainda não chegou a uma parte que lhe interessa. Nas eleições legislativas os eleitores são chamados a eleger deputados. Só existem candidatos a deputados. Não há candidatos a primeiro-ministro ou ministro. O partido que ganha as eleições é convidado a formar Governo e indica os nomes do gabinete governamental.
Alto! Não batam mais no ceguinho. Não existe qualquer plano para rever a Constituição da República. O MPLA, no seu tempo, vai convocar um congresso e os delegados saberão escolher a nova direcção e o nodo líder. O chefe Miala tem um lugar garantido na protecção física, como guarda da portaria.
A actual primeira-dama, sendo militante, é elegível para qualquer cargo na direcção. Assim tenha votos dos delegados. Depois de 2027, João Lourenço pode ser tudo menos o líder do partido ou Presidente da República. Logo, não será cabeça de lista nas próximas eleições. E duvido muito que queira o lugar. Se bem o conheço, anda a contar os dias e as horas, penosamente, até acabar este mandato. Se pudesse, ia hoje mesmo para a fazenda.
* Jornalista
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