Bom dia. Segue-se o Curto do Expresso que aborda no inicio da lauda o FCP (Futebol Clube do Porto) e suas agruras. É muito triste sabermos que o clube nos 42 anos de presidência de Pinto da Costa acoitou mafiosos e criminalidade. Desde quando e até quando é que ainda não sabemos. O que sabemos é que apesar de todas essas vergonhas que publicamente vamos conhecendo dificilmente acreditamos que o presidente Pinto da Costa não sabia de nada acerca da criminalidade que abrigava, ele e outros da direção. O FCP, nem outro qualquer clube, merecia nem merece tal situação vergonhosa.
Os crimes cometidos, segundo o que vem ao conhecimento público, eram "lavados" por Pinto da Costa com a sua arrogância, a vitimização e a sua característica ironia. Uma tristeza, uma enorme vergonha por agora e para o futuro histórico que sempre constará a manchar a glória do tão vitorioso clube. Pinto da Costa não se salvará de ficar 'salpicado' da nojeira imensa e dos prejuízos infligidos ao próprio majestoso clube.
A justiça que resolva o imbróglio naquele super dimensionada polvo mafioso que queremos que seja já passado. Um triste e vergonhoso passado, apropriado à tão referida porta pequena por que os associados do clube fizeram sair Pinto da Costa e seus 'muchachos' diretivos...
Novo presidente foi eleito, Vilas-Boas, com mais de 80 por cento da votação. Ele que espere pelo reacionarismo dos mafiosos e que tenha a força e sabedoria para proporcionar ao FCP a 'limpeza' e a dignidade que merece.
Acabemos o Curto para dar a palavra aos que nos lêem. Longa vida de sucessos futuros ao clube, sem máfias nos seus quadros. Não é desejar pouco mas sim o que será normal e então merecido. Certo é que o Porto esteve ou está muito perto da desgraça. Nem associados, nem adeptos, nem jogadores - de futebol e outras modalidades desportivas - o merecem. Força e discernimento dos novos dirigentes é o que devemos desejar e fazer cumprir. Avante!
Bom dia. Boa semana... Só não sabemos é como. É que a máfia da política e seus próximos anda por aí. É o que tantos sentem e dizem. A senhora dona Inconsolável, de profissão vidente, assim afirma. Diz mesmo que na política tudo lhe cheira mesmo muito mal. A podridão, o oportunismo, as falácias e falsas promessas deviam ser punidas. Ela lá sabe. Vantagem de bruxa. Pois.
O Curto já a seguir. Vá lá.
Mário Motta | Redação PG
Buscas, suor e lágrimas no Dragão
João Pedro Barros, editor online | Expresso (curto)
Bom dia,
Quando se pensava que já não havia mais tempestades para atingir o FC Porto até
ao final da época desportiva, eis que o dia de ontem amanheceu com mais uma: buscas no Estádio do Dragão (e em outros locais do
Porto, Gaia e Matosinhos) a propósito de uma nova operação, denominada “Bilhete
Dourado”, que investiga a venda ilegal de ingressos de jogos do clube, com
aparente retorno financeiro avultado para o líder dos Super Dragões, Fernando
Madureira. Pelo menos é isto que diz o Ministério Público (MP).
As suspeitas não são propriamente novas – uma volta nos arredores do estádio em
dias de jogo seria suficiente para as adensar –, mas surgem aqui mais nítidas:
apesar de Fernando Madureira estar em prisão preventiva desde 31 de janeiro –
no âmbito da denominada “Operação Pretoriano”, que investiga os incidentes
ocorridos na Assembleia Geral de 13 de novembro de 2023, e da qual nasceu esta
investigação –, o negócio terá continuado pela mão de uma das filhas,
Catarina Madureira, cuja ação foi vigiada pela PSP em pelo menos seis datas, segundo o mandado de busca e apreensão, a que o Expresso
teve acesso.
Foram constituídos 13 arguidos e apreendidos 4000 ingressos para
jogos do FC Porto: a bancada sul do estádio, habitualmente dominada pelos
membros dos Super Dragões, esteve quase vazia durante o dérbi de ontem à
noite, frente ao Boavista.
No mandado, a procuradora Graça Ferreira, do DIAP do Porto, faz a pergunta do
milhão de euros: importa “apurar cabalmente se os valores referentes aos
bilhetes emitidos” para os Super Dragões, entregues em conluio com pelo menos
dois funcionários e usando até casas do clube com existência aparentemente
fictícia, chegam depois “na totalidade ou em parte” aos cofres do Dragão.
Porém, o MP não hesita em dizer que são várias as pessoas “com lucros
consideráveis”, lesando “claramente o Futebol Clube do Porto e o Estado”, e que
este procedimento é “moeda de troca pelo apoio” dos Super Dragões ao clube.
Na nova vida do FC Porto, com André Villas-Boas como presidente, já se tinha
percebido que os Super Dragões perderiam inevitavelmente poder – e, nesse
sentido, esta operação pode ajudar a nova direção a fazer uma “limpeza” aos
procedimentos de bilhética que até o anterior presidente, Pinto da Costa, já
tinha admitido serem problemáticos. No entanto – e a confirmarem-se estes
indícios, num processo que provavelmente vai demorar largos meses ou anos
– resta saber até que ponto a cadeia do comando estava envolvida nesta
linha alternativa de comercialização de bilhetes. E Villas-Boas traz
uma promessa para cumprir da campanha: ser “implacável” com quem quer que tenha
lesado o FC Porto.
No campo, a equipa parece refletir, direta ou indiretamente, toda esta
turbulência: no tal dérbi que referi em cima, a vitória foi arrancada a ferros, com um golo de Taremi,
após assistência de Francisco Conceição, naquele que terá sido o último jogo do
iraniano no Estádio do Dragão. O triunfo por 2-1 valeu a vantagem na ida a
Braga, na última jornada, para defender o terceiro lugar, e deixou Taremi em
lágrimas, num daqueles momentos em se percebe porque é que o futebol é a
coisa mais importante do mundo de entre as menos importantes.
Na tribuna presidencial, partilhada por dois presidentes (Pinto da Costa mantém
a liderança da SAD até quase ao fim do mês), André Villas-Boas pôde
sorrir, mas a tarefa vai ser hercúlea: quando a maré finalmente começar a
baixar depois do tsunami e tiver o controlo total do clube, vai ter de apanhar
muitos cacos para refazer uma estrutura vitoriosa. Será preciso muito mais suor
do que foi vertido ontem em campo, e provavelmente algumas lágrimas.
OUTRAS NOTÍCIAS
Europeias – Os debates começam esta noite, na SIC, com um frente a frente
entre Marta Temido (PS), Sebastião Bugalho (AD), João Cotrim Figueiredo (IL) e
Francisco Paupério (Livre). Ontem, Rui Rocha apresentou o manifesto da IL às
eleições, aproveitando para recusar apoiar António Costa para um cargo europeu, por
este não ter uma visão reformista.
Marques Mendes – O comentador da SIC vê o novo Governo a ganhar ritmo e
iniciativa e identifica as últimas medidas sociais como “a reconciliação da AD
com pensionistas e reformados”. Para além disso, prevê que “nos próximos dias
seja anunciado Alcochete como a nova localização do aeroporto, seguindo a
proposta da Comissão Técnica Independente”. Pode ouvir em podcast.
Livre – No encerramento do XIV Congresso do partido, Rui Tavares acusou o Governo de “desorientação política” e apontou
de novo a uma união da esquerda. Francisco Paupério, o controverso cabeça de
lista às europeias, mantém a meta de dois eurodeputados. Lista de continuidade
na direção do partido vai manter a maioria dos membros, 10 de um total de 15.
Fátima – Foi uma das maiores enchentes dos últimos ano: 250 mil pessoas acompanharam a cerimónia de procissão das velas e é esperada nova multidão hoje, a partir das 10h, para a missa
final da peregrinação de maio, presidida pelo cardeal espanhol Juan José
Omella, arcebispo de Barcelona.
Lisboa – Vereador da Cultura de Lisboa Diogo Moura suspendeu o mandato a pedido de Moedas, após ter sido
acusado pelo MP de fraude em duas eleições internas do CDS-PP.
Catalunha – Os socialistas ganharam claramente as eleições de ontem, mas a
ingovernabilidade continua a ser uma grande ameaça: pode ouvir a análise de Lourenço pereira Coutinho no Expresso
da Manhã. Os independentistas perdem a maioria, o que representa uma
vitória para o presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, mas construir uma maioria com a ERC e o Em Comum-Somar será uma
tarefa difícil. A direita também cresce: o Partido Popular quintuplica a
sua bancada e a Aliança Catalã, de extrema-direita, entra no hemiciclo.
Rússia – Sergei Shoigu vai ser substituído por Andrei Belousov,
vice-primeiro-ministro russo, no cargo de ministro da Defesa russo. A medida
decretada por Vladimir Putin, e que ainda terá de ser formalmente aprovada
pelos deputados russos, é justificada com a necessidade de ter um ministério
"aberto à inovação e a nova ideias".
Gaza – Número de mortos já ultrapassou os 35 mil, segundo dados do Ministério da
Saúde do território, controlado pelo movimento radical Hamas. Os EUA reiteram o
apoio a Israel mas também a oposição à ofensiva em Rafah.
Brasil – Número de mortes causadas pelas inundações no sul do país sobe para 144
Novo podcast – Hoje é dia de estreia de Consulta Aberta, com a médica Margarida
Graça Santos. O tema é o sono: “Há pessoas que podem usar a televisão ou o
telefone para dormir, precisam é de perceber se tem autocontrolo no uso da
tecnologia”.
Mais futebol – Benfica bateu Arouca por 5-0, na despedida de Rafa. Nacional e Santa vão fazer parte da Liga principal na próxima época.
Mais desporto – O Sporting é campeão europeu de hóquei em patins, Portugal vai estar de novo no Mundial de andebol e Sébastien
Ogiervenceu o rali de Portugal.
FRASES
Tudo isto parece apenas entretenimento, mas não é. Para além da mensagem
deixada pelos organizadores da Eurovisão, ao suspenderem a Rússia e permitirem
a participação de Israel, a falsa afirmação de que a Eurovisão é apolítica
degenerou, para impedir a contestação do que se passa em Gaza, num conjunto de
imposições censórias ao público e aos concorrentes que não podem ser toleradas
por televisões públicas de democracias.
Daniel Oliveira, colunista do Expresso, sobre as polémicas em torno do Festival da Eurovisão
São Tomé sempre condenou a invasão. Conseguiu ter um acordo com a Rússia e
considerá-la uma potência agressora.
Nuno Rogeiro, no Leste/Oeste da SIC Notícias, disponível em podcast, sobre o acordo técnico militar
assinado entre São Tomé e Príncipe e a Rússia
Temos pessoas nos vários partidos com condições para ser excelentes
eurodeputados. Críticos da própria Europa, não é preciso eurobeatos.
Ana Gomes, no seu espaço de análise na SIC Notícias, também disponível em podcast
O QUE EU ANDO A OUVIR
“I Inside the Old Year Dying”, de PJ Harvey, já tem quase
um ano de vida. Quando ouvi o álbum no verão passado, talvez também por ser um
disco outonal, passou-me bastante ao lado. Depois de saber que a britânica
vinha ao Primavera Sound em junho dei-lhe uma segunda oportunidade. E a descrição que o site de crítica Pitchfork faz parece-me
perfeita: os álbuns de PJ Harvey agora “sentem-se sem que sejamos capazes
de os explicar”.
Ainda espero que PJ Harvey toque músicas tão diretas como “Dress” ou “50ft Queenie”, mas para citar novamente Evan Rytlewski na
Pitchfork, no início ela dava-nos murros no estômago e “agora brinca com a
mente”. "A Child's Question, August" ou “Autumn Term” são duas canções que não me saem da
cabeça e são uma espécie de labirintos de três minutos.
O disco é baseado em "Orlam", poema narrativo que PJ Harvey escreveu
em dialeto do sudoeste de Inglaterra. Afinal de contas ela é de Dorset e faz
questão de referir as suas origens rurais e a influência que tiveram na sua
música – e que curiosamente parecem estar cada vez mais presentes. “I
Inside the Old Year Dying” é etéreo, delicado e pessoal, mas tenho a certeza de
que também vai ser envolvente para a multidão que vai encher o Parque da Cidade
do Porto nessa primeira quinta-feira de junho.
Este Expresso Curto fica por aqui. Tenha uma excelente semana e siga-nos também na Tribuna, na Blitz e no Boa Cama Boa Mesa. Espreite a nossa página de Exclusivos e se gosta do que lê e vê assine o Expresso. Nós vamos continuar deste lado a acompanhar a atualidade em permanência.
Sem comentários:
Enviar um comentário