segunda-feira, 13 de maio de 2024

Portugal ... E O FC PORTO TÃO PERTO DA DESGRAÇA QUE É UM DÓ DE ALMA

Bom dia. Segue-se o Curto do Expresso que aborda no inicio da lauda o FCP (Futebol Clube do Porto) e suas agruras. É muito triste sabermos que o clube nos 42 anos de presidência de Pinto da Costa acoitou mafiosos e criminalidade. Desde quando e até quando é que ainda não sabemos. O que sabemos é que apesar de todas essas vergonhas que publicamente vamos conhecendo dificilmente acreditamos que o presidente Pinto da Costa não sabia de nada acerca da criminalidade que abrigava, ele e outros da direção. O FCP, nem outro qualquer clube, merecia nem merece tal situação vergonhosa. 

Os crimes cometidos, segundo o que vem ao conhecimento público, eram "lavados" por Pinto da Costa com a sua arrogância, a vitimização e a sua característica ironia. Uma tristeza, uma enorme vergonha por agora e para o futuro histórico que sempre constará a manchar a glória do tão vitorioso clube. Pinto da Costa não se salvará de ficar 'salpicado' da nojeira imensa e dos prejuízos infligidos ao próprio majestoso clube.

A justiça que resolva o imbróglio naquele super dimensionada polvo mafioso que queremos que seja já passado. Um triste e vergonhoso passado, apropriado à tão referida porta pequena por que os associados do clube fizeram sair Pinto da Costa e seus 'muchachos' diretivos...

Novo presidente foi eleito, Vilas-Boas, com mais de 80 por cento da votação. Ele que espere pelo reacionarismo dos mafiosos e que tenha a força e sabedoria para proporcionar ao FCP a 'limpeza' e a dignidade que merece.

Acabemos o Curto para dar a palavra aos que nos lêem. Longa vida de sucessos futuros ao clube, sem máfias nos seus quadros. Não é desejar pouco mas sim o que será normal e então merecido. Certo é que o Porto esteve ou está muito perto da desgraça. Nem associados, nem adeptos, nem jogadores - de futebol e outras modalidades desportivas - o merecem. Força e discernimento dos novos dirigentes é o que devemos desejar e fazer cumprir. Avante!

Bom dia. Boa semana... Só não sabemos é como. É que a máfia da política e seus próximos anda por aí. É o que tantos sentem e dizem. A senhora dona Inconsolável, de profissão vidente, assim afirma. Diz mesmo que na política tudo lhe cheira mesmo muito mal. A podridão, o oportunismo, as falácias e falsas promessas deviam ser punidas. Ela lá sabe. Vantagem de bruxa. Pois.

O Curto já a seguir. Vá lá.

Mário Motta | Redação PG

Buscas, suor e lágrimas no Dragão

João Pedro Barros, editor online | Expresso (curto)

Bom dia,

Quando se pensava que já não havia mais tempestades para atingir o FC Porto até ao final da época desportiva, eis que o dia de ontem amanheceu com mais uma: buscas no Estádio do Dragão (e em outros locais do Porto, Gaia e Matosinhos) a propósito de uma nova operação, denominada “Bilhete Dourado”, que investiga a venda ilegal de ingressos de jogos do clube, com aparente retorno financeiro avultado para o líder dos Super Dragões, Fernando Madureira. Pelo menos é isto que diz o Ministério Público (MP).

As suspeitas não são propriamente novas – uma volta nos arredores do estádio em dias de jogo seria suficiente para as adensar –, mas surgem aqui mais nítidas: apesar de Fernando Madureira estar em prisão preventiva desde 31 de janeiro – no âmbito da denominada “Operação Pretoriano”, que investiga os incidentes ocorridos na Assembleia Geral de 13 de novembro de 2023, e da qual nasceu esta investigação –, o negócio terá continuado pela mão de uma das filhas, Catarina Madureira, cuja ação foi vigiada pela PSP em pelo menos seis datas, segundo o mandado de busca e apreensão, a que o Expresso teve acesso.

Foram constituídos 13 arguidos e apreendidos 4000 ingressos para jogos do FC Porto: a bancada sul do estádio, habitualmente dominada pelos membros dos Super Dragões, esteve quase vazia durante o dérbi de ontem à noite, frente ao Boavista.

No mandado, a procuradora Graça Ferreira, do DIAP do Porto, faz a pergunta do milhão de euros: importa “apurar cabalmente se os valores referentes aos bilhetes emitidos” para os Super Dragões, entregues em conluio com pelo menos dois funcionários e usando até casas do clube com existência aparentemente fictícia, chegam depois “na totalidade ou em parte” aos cofres do Dragão. Porém, o MP não hesita em dizer que são várias as pessoas “com lucros consideráveis”, lesando “claramente o Futebol Clube do Porto e o Estado”, e que este procedimento é “moeda de troca pelo apoio” dos Super Dragões ao clube.

Na nova vida do FC Porto, com André Villas-Boas como presidente, já se tinha percebido que os Super Dragões perderiam inevitavelmente poder – e, nesse sentido, esta operação pode ajudar a nova direção a fazer uma “limpeza” aos procedimentos de bilhética que até o anterior presidente, Pinto da Costa, já tinha admitido serem problemáticos. No entanto – e a confirmarem-se estes indícios, num processo que provavelmente vai demorar largos meses ou anos – resta saber até que ponto a cadeia do comando estava envolvida nesta linha alternativa de comercialização de bilhetes. E Villas-Boas traz uma promessa para cumprir da campanha: ser “implacável” com quem quer que tenha lesado o FC Porto.

No campo, a equipa parece refletir, direta ou indiretamente, toda esta turbulência: no tal dérbi que referi em cima, a vitória foi arrancada a ferros, com um golo de Taremi, após assistência de Francisco Conceição, naquele que terá sido o último jogo do iraniano no Estádio do Dragão. O triunfo por 2-1 valeu a vantagem na ida a Braga, na última jornada, para defender o terceiro lugar, e deixou Taremi em lágrimas, num daqueles momentos em se percebe porque é que o futebol é a coisa mais importante do mundo de entre as menos importantes.

Na tribuna presidencial, partilhada por dois presidentes (Pinto da Costa mantém a liderança da SAD até quase ao fim do mês), André Villas-Boas pôde sorrir, mas a tarefa vai ser hercúlea: quando a maré finalmente começar a baixar depois do tsunami e tiver o controlo total do clube, vai ter de apanhar muitos cacos para refazer uma estrutura vitoriosa. Será preciso muito mais suor do que foi vertido ontem em campo, e provavelmente algumas lágrimas.

OUTRAS NOTÍCIAS

Europeias – Os debates começam esta noite, na SIC, com um frente a frente entre Marta Temido (PS), Sebastião Bugalho (AD), João Cotrim Figueiredo (IL) e Francisco Paupério (Livre). Ontem, Rui Rocha apresentou o manifesto da IL às eleições, aproveitando para recusar apoiar António Costa para um cargo europeu, por este não ter uma visão reformista.

Marques Mendes – O comentador da SIC vê o novo Governo a ganhar ritmo e iniciativa e identifica as últimas medidas sociais como “a reconciliação da AD com pensionistas e reformados”. Para além disso, prevê que “nos próximos dias seja anunciado Alcochete como a nova localização do aeroporto, seguindo a proposta da Comissão Técnica Independente”. Pode ouvir em podcast.

Livre – No encerramento do XIV Congresso do partido, Rui Tavares acusou o Governo de “desorientação política” e apontou de novo a uma união da esquerda. Francisco Paupério, o controverso cabeça de lista às europeias, mantém a meta de dois eurodeputados. Lista de continuidade na direção do partido vai manter a maioria dos membros, 10 de um total de 15.

Fátima – Foi uma das maiores enchentes dos últimos ano: 250 mil pessoas acompanharam a cerimónia de procissão das velas e é esperada nova multidão hoje, a partir das 10h, para a missa final da peregrinação de maio, presidida pelo cardeal espanhol Juan José Omella, arcebispo de Barcelona.

Lisboa – Vereador da Cultura de Lisboa Diogo Moura suspendeu o mandato a pedido de Moedas, após ter sido acusado pelo MP de fraude em duas eleições internas do CDS-PP.

Catalunha – Os socialistas ganharam claramente as eleições de ontem, mas a ingovernabilidade continua a ser uma grande ameaça: pode ouvir a análise de Lourenço pereira Coutinho no Expresso da ManhãOs independentistas perdem a maioria, o que representa uma vitória para o presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, mas construir uma maioria com a ERC e o Em Comum-Somar será uma tarefa difícil. A direita também cresce: o Partido Popular quintuplica a sua bancada e a Aliança Catalã, de extrema-direita, entra no hemiciclo.

Rússia – Sergei Shoigu vai ser substituído por Andrei Belousov, vice-primeiro-ministro russo, no cargo de ministro da Defesa russo. A medida decretada por Vladimir Putin, e que ainda terá de ser formalmente aprovada pelos deputados russos, é justificada com a necessidade de ter um ministério "aberto à inovação e a nova ideias".

Gaza – Número de mortos já ultrapassou os 35 mil, segundo dados do Ministério da Saúde do território, controlado pelo movimento radical Hamas. Os EUA reiteram o apoio a Israel mas também a oposição à ofensiva em Rafah.

Brasil – Número de mortes causadas pelas inundações no sul do país sobe para 144

Novo podcast – Hoje é dia de estreia de Consulta Aberta, com a médica Margarida Graça Santos. O tema é o sono: “Há pessoas que podem usar a televisão ou o telefone para dormir, precisam é de perceber se tem autocontrolo no uso da tecnologia”.

Mais futebol – Benfica bateu Arouca por 5-0, na despedida de Rafa. Nacional e Santa vão fazer parte da Liga principal na próxima época.

Mais desporto – O Sporting é campeão europeu de hóquei em patins, Portugal vai estar de novo no Mundial de andebol e Sébastien Ogiervenceu o rali de Portugal.

FRASES

Tudo isto parece apenas entretenimento, mas não é. Para além da mensagem deixada pelos organizadores da Eurovisão, ao suspenderem a Rússia e permitirem a participação de Israel, a falsa afirmação de que a Eurovisão é apolítica degenerou, para impedir a contestação do que se passa em Gaza, num conjunto de imposições censórias ao público e aos concorrentes que não podem ser toleradas por televisões públicas de democracias.
Daniel Oliveira, colunista do Expresso, sobre as polémicas em torno do Festival da Eurovisão

São Tomé sempre condenou a invasão. Conseguiu ter um acordo com a Rússia e considerá-la uma potência agressora.
Nuno Rogeiro, no Leste/Oeste da SIC Notícias, disponível em podcast, sobre o acordo técnico militar assinado entre São Tomé e Príncipe e a Rússia

Temos pessoas nos vários partidos com condições para ser excelentes eurodeputados. Críticos da própria Europa, não é preciso eurobeatos.
Ana Gomes, no seu espaço de análise na SIC Notícias, também disponível em podcast

O QUE EU ANDO A OUVIR

“I Inside the Old Year Dying”, de PJ Harvey, já tem quase um ano de vida. Quando ouvi o álbum no verão passado, talvez também por ser um disco outonal, passou-me bastante ao lado. Depois de saber que a britânica vinha ao Primavera Sound em junho dei-lhe uma segunda oportunidade. E a descrição que o site de crítica Pitchfork faz parece-me perfeita: os álbuns de PJ Harvey agora “sentem-se sem que sejamos capazes de os explicar”.

Ainda espero que PJ Harvey toque músicas tão diretas como “Dress” ou “50ft Queenie”, mas para citar novamente Evan Rytlewski na Pitchfork, no início ela dava-nos murros no estômago e “agora brinca com a mente”. "A Child's Question, August" ou “Autumn Term” são duas canções que não me saem da cabeça e são uma espécie de labirintos de três minutos.

O disco é baseado em "Orlam", poema narrativo que PJ Harvey escreveu em dialeto do sudoeste de Inglaterra. Afinal de contas ela é de Dorset e faz questão de referir as suas origens rurais e a influência que tiveram na sua música – e que curiosamente parecem estar cada vez mais presentes. “I Inside the Old Year Dying” é etéreo, delicado e pessoal, mas tenho a certeza de que também vai ser envolvente para a multidão que vai encher o Parque da Cidade do Porto nessa primeira quinta-feira de junho.

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