segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

Presidente americano Joe Biden realiza em Angola a sua última visita de Estado

O Presidente do Estados Unidos começa hoje uma visita de Estado de três dias a Angola. Esta deslocação, dedicada ao reforço da cooperação bilateral, com o Corredor do Lobito a estar no centro da agenda, é simultaneamente a primeira visita de um chefe de Estado americano a Angola e também a última viagem de Joe Biden oao exterior na qualidade de Presidente dos Estados Unidos.

Francisco Paulo | RFI

Observadores aplaudem a vinda de Joe Biden a Angola, mas receiam um fracasso dos investimentos americanos, por conta de uma série de factores que, alegadamente, ainda mancham a imagem do país. 

A visita esta segunda-feira, 2 de Dezembro, pela primeira vez, do chefe de Estado norte-americano a Luanda, a convite do Presidente angolano, está a ser traduzida como um ganho diplomático por especialistas angolanos. 

Em Angola, Joe Biden vai, durante três dias, desdobrar-se em encontros com o Presidente João Lourenço e com a classe empresarial, devendo igualmente deslocar-se ao Corredor do Lobito na província de Benguela, assim como anunciar vários memorandos nos sectores da saúde, comércio e segurança alimentar.

O especialista em Relações Internacionais, Gouveia Neto, olha para a visita de Joe Biden como um ganho diplomático, mas teme que o investimento americano não se concretize no país, devido à suposta má imagem de Angola no cenário internacional.

“O Presidente Joe Biden virá com empresários que se vão reunir com empresários nacionais, onde o Presidente poderá jogar as suas cartas da diplomacia económica, para convencer os empresários americanos a investirem em Angola. Mas, para mim, este não é um facto directo e nem sequer será imediato. Se um americano quiser investir em Angola numa área onde o mercado internacional não presta muita atenção, ele terá receio pelo facto da nossa lei interna, os nossos tribunais não serem muito de confiança. E também estamos a falar de outras questões burocráticas que existem no nosso mercado, concretamente, a própria imagem que Angola tem, a questão da corrupção e má governação”, disse o estudioso.

Para o analista político Agostinho Canando, a vinda de Presidente do Estados Unidos da América, Joe Biden, não vai trazer ganhos económicos e nem sociais ao país.

“A vinda de Joe Biden a Angola não trará muitas vantagens para nós, porque já não representa os anseios do Governo norte-americano. E a sua visita em Angola, de uma de cortesia não passará, o que significa, em princípio, ganhos como tal nós não teremos”, lembrou o também jurista e professor universitário. 

Em 2023, o comércio entre os Estados Unidos e Angola totalizou aproximadamente 1,77 mil milhões de dólares (1,69 mil milhões de euros), o que tornou Angola no quarto maior parceiro comercial de Washington na África Subsaariana.

Angola e os Estados Unidos estabeleceram relações diplomáticas formais em 1993.

Imagem: O Presidente dos EUA, Joe Biden, cumprimenta o Presidente angolano, João Lourenço, durante uma reunião no Salão Oval da Casa Branca, em Washington, DC, a 30 de Novembro de 2023.(Foto de arquivo) AFP - ANDREW CABALLERO-REYNOLDS

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