Artur Queiroz*, Luanda
O General Higino Carneiro está a ser crucificado porque ousou lembrar que o Presidente João Lourenço era secretário-geral do MPLA quando decorria a Operação Kissonde nas matas do Moxico, em 2002. O resultado final foi o fim da aventura belicista de Jonas Savimbi. Nem um nem outro precisam que os defenda. Mas aproveito para avivar memórias adormecidas ou propositadamente mortas. Um dos dez mais ricos de Angola, quando lhe recordaram cenas do seu tempo de estudante em Agronomia, no Huambo, disse enfadado: Não me lembrem o tempo em que éramos pobres!
Vou lembrar umas coisas. Mas antes quero demonstrar, mais uma vez, que enquanto existir o partido UNITA, a democracia angolana fica diminuída ou mesmo em risco de vida. A propósito do 4 de Abril, os sicários da direcção do Galo Negro emitiram um comunicado no qual afirmam que “a paz alcançada em 2002 foi um objectivo da luta da UNITA pela qual o seu líder fundador, Jonas Savimbi, nunca regateou esforços e empreendeu múltiplas iniciativas diplomáticas junto de organizações internacionais, Estados e amigos para a sua efectivação”. Mentiras abjectas. Falsificações grosseiras dos factos históricos. Agressão à inteligência das angolanas e angolanos. Porque Savimbi e a UNITA fizeram exactamente o contrário.
Jonas Savimbi assassinou a sua
esposa Isabel Paulino, porque ela lhe implorou para acabar com a guerra. Em
nome dos filhos que mereciam crescer
“No seio da UNITA, o presidente fundador orientou as estruturas do partido, as então Forças Armadas de Libertação de Angola – FALA – e as populações para a iminência da paz, não poupou-se a sacrifícios físicos e de outra natureza, ao ponto de doar a sua própria vida no altar sagrado da pátria”. Se alguém tem dúvidas quanto à má-fé dos sicários da UNITA, estas palavras são suficientes para dissipar todas. Angola e o mundo sabem como acabou o criminoso de guerra. E sobretudo todos sabemos que o Presidente José Eduardo dos Santos poupou os criminosos da UNITA em nome da democracia, da paz e da reconciliação nacional. Além de mentirosos e assassinos, são ingratos.