sábado, 21 de maio de 2011

Caso Palocci: Direita e latifundiários realizam ofensiva para aprovar o novo Código Florestal





PCO - As denúncias de corrupção publicadas pela imprensa capitalista têm como objetivo forçar um acordo para que as reivindicações sejam atendidas. Diante da ofensiva, mais uma vez o PT capitulou diante da direita e o novo Código Florestal será votado na terça

De acordo com matéria publicada pelo jornal Folha de S. Paulo o atual ministro chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, multiplicou seu patrimônio 20 vezes nos últimos quatro anos. Os dados foram obtidos através de duas aquisições de imóveis feitas por Palocci. Em 2009, ele adquiriu um escritório em São Paulo por 882 mil reais e em novembro do ano passado comprou um apartamento na cidade por R$ 6,6 milhões.

A soma destas duas aquisições, aproximadamente 7,5 milhões de reais, é 20 vezes maior que a soma do patrimônio declarado por Palocci na eleição de 2006. Na ocasião, Palocci concorreu e se elegeu a deputado federal pelo estado de São Paulo. Seu patrimônio declarado era de R$ 375 mil, que correspondia a uma casa em Ribeirão Preto, um terreno e três carros.

Os documentos apresentados pela Folha de S. Paulo mostram que ambos os apartamentos foram quitados. A denúncia reside justamente neste fato. Nos quatro anos em que foi deputado federal (2006-2010), Palocci recebeu 974 mil reais, quase oito vezes menos que suas aquisições.

Os apartamentos estavam registrados no nome de uma empresa de consultoria que tem como proprietário Antônio Palocci, a Projeto Administração de Imóveis.

Isto levantou outra questão de porque Palocci prestou serviço de consultoria ao mesmo tempo em que atuava como deputado federal.

A denúncia da direita é de enriquecimento ilícito.

Alguns dias depois desta reportagem da Folha surgiu uma nova matéria sobre o caso, desta vez publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo. Além da denúncia de enriquecimento ilícito, a matéria ainda aponta que outros cinco ministros também estão envolvidos no mesmo esquema e tem empresas de consultoria ao mesmo tempo em que trabalham para o governo.

Diante das denúncias, os partidos da direita e o Psol entraram com uma representação, pedindo que Palocci seja investigado.

A direita tem aproveitado o caso para desgastar o ministro e o próprio governo. Sua principal política foi apresentar um pedido para que Palocci fosse dar explicações no Congresso Nacional de seu enriquecimento.

A tentativa fracassou completamente. O governo venceu com folga a votação na Câmara dos Deputados e derrubou o pedido por 266 a 72 votos. Com a derrota, a oposição apresentou pedido de convocação em quatro diferentes comissões da Câmara dos Deputados e promete não votar nada nestas comissões enquanto a convocação do ministro chefe da Casa Civil não entrar em pauta.

O jogo da direita

Palocci era o principal articulador do governo na questão do Código Florestal.

As acusações de corrupção contra ele tinham como objetivo fazer o governo recuar ainda mais em alguns pontos e ceder diante da pressão dos latifundiários. Eles se aproveitaram da fraqueza de Palocci e conseguiram estabelecer, entre outras coisas, que o novo Código Florestal irá ser votado no dia 24, terça-feira.

Desta forma, a tentativa do governo de adiar novamente a votação na Câmara não será realizada.

O caso evidencia que estas denúncias de corrupção plantadas nos principais jornais da imprensa capitalista têm como objetivo forçar o governo do PT atender ainda mais os interesses da direita.

Assim como aconteceu em vários casos como, por exemplo, na tentativa de cassar Sarney, as denúncias de corrupção servem como cobertura para uma determinada política de uma das alas da burguesia contra outra.

O recuo do governo e o fato de aceitar que a direita e parte dos seus aliados, como o PMDB, votem o novo Código atendendo quase que integralmente as decisões dos latifundiários mostra que o PT não é capaz de combater minimamente a direita. Mesmo quando tem todas as condições de impor uma derrota. A vitória na votação contra o pedido de esclarecimento de Palocci é uma prova disto.

Os atritos de setores do governo com os latifundiários, por menores que fossem, ficaram de lado e agora o novo Código Florestal pode ser aprovado contra a vontade da maioria esmagadora da população.

Diante deste caso, é preciso denunciar a manobra da direita e mais uma capitulação do governo do PT que irá atender os interesses dos latifundiários com o novo Código Florestal.

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