quarta-feira, 28 de março de 2012

VIOLÊNCIA PARTIDÁRIA E CHANTAGEM DO GOVERNO EM TIMOR-LESTE



Redação

O REGRESSO DA VIOLÊNCIA?

Em Timor-Leste, um grupo cuja identidade é desconhecida incendiou a casa de um declarado apoiante do candidato presidencial Taur Matan Ruak, segundo revela o Diário Nacional transcrito no Timor Hau Nian Doben.

O crime ocorreu na cidade de Viqueque no domingo passado, tendo consumido a casa e uma moto do militante da campanha de Ruak.

Fidelis Magalhães, porta-voz da campanha de Taur Matan Ruak, comunicou que para além deste incidente em Viqueque também três apoiantes de Ruak ficaram feridos ao serem vítimas de apedrejamentos.

ARROZ EM TROCA DE VOTOS

Também do mesmo jornal timorense, Diário Nacional, o Timor Hau Nian Doben dá a conhecer as críticas de Mericio Akara, da ONG Luta Hamutuk, em Timor-Leste, ao governo de Xanana Gusmão-AMP, considerando que cometeram o crime de esconder e reter arroz desde 2010 para somente agora o distribuir em período de eleições.

Akara salienta que este procedimento tem por objetivo “comprar” a simpatia e apoio dos timorenses carenciados (na ordem de muitas centenas de milhar) de modo a influir em votos favoráveis. Arroz em troca do voto.

Opinião Página Global

Em entrevista à Angola Press a teoria da violência é afastada de Timor-Leste neste período eleitoral pelo Encarregado de Negócios da embaixada de Timor-Leste em Angola, José Luís Lopes da Cruz. Em dado passo diz que “Como aconteceu na primeira volta, no dia 16 de Abril (próximo) a votação vai correr com tranquilidade, porque os timorenses sabem que as rivalidades entre eles não os ajuda alcançar o desenvolvimento que pretendem”. Em postagem a seguir a entrevista está publicada na íntegra no Página Global.

Contrariando as declarações de José Luís Lopes da Cruz, mais em cima, no subtítulo “O Regresso da Violência” podemos e devemos interrogar com apreensão se os acontecimentos ali narrados são meros casos isolados ou se é o embrião de algo com maiores dimensões. O temor é que se venha a repetir algo trágico que leve a comunidade internacional a concluir que Timor-Leste, como a Guiné-Bissau – no quadro da lusofonia – não tem remédio e que ciclicamente as fações do poder, político-partidárias e outras, fomentam e levam à prática ações de instabilidade que prejudicam ainda mais o país e os timorenses que mesmo sem a vigência da instabilidade provocada pela violência já têm a vida muitíssimo complicada na luta constante para sobreviverem perante tantas carências que os governos não resolvem minimamente, como devem. No caso atual está por explicar pelo chefe do governo que dentro de meses termina o mandato, Xanana Gusmão, como se têm esfumado os milhões de dólares adstritos aos orçamentos do estado e que não correspondem – como é consenso quase geral – ao desenvolvimento prometido e tão propalado. Fala-se de roubos. O certo é que se constata existirem sinais exteriores de riqueza de uns quantos, próximos do governo, muito superiores ao que é de conhecimento sobre os seus vencimentos. Como o conseguem é uma incógnita.

Já sobre a chantagem do arroz pelo voto não podemos dizer que seja incógnita. É um facto. É método bastante usado por políticos em regimes desonestos. Nem é a primeira vez que de Timor-Leste surgem acusações deste tipo. Tal atitude mostra uma vez mais a baixeza dos que atuam deste modo, fazendo com que muitos timorenses sobrevivam subalimentados durante longos períodos para que depois uma espécie de fartura desague nos seus recipientes culinários sob a forma de arroz em troca de votos nas eleições. Procedimento inadmissível e inqualificável, ato criminoso, como muito bem afirma Mericio Akara da Luta Hamutuk. (Redação PG – AV)

2 comentários:

Anónimo disse...

Caro Mericio Akara,

Aqui a Lucrécia lembra como os armazéns estavam cheios de arroz em 2006, que a Fretilin guardava para distribuir antes das eleições. Arroz oferecido pela China para distribuir nas escolas e que a Fretilin, nunca distribuiu.
Foi quase todo pilhado nos graves acontecimentos de 2006, o povo aproveitou, mas as crianças ficaram a perder.

Beijinhos da Querida Lucrécia

Anónimo disse...

Eu ia dizer o mesmo,mas a querida Lucrécia já adiantou.

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