terça-feira, 27 de março de 2012

Vítor Gaspar diz que opinião da agência Fitch é "respeitável" mas não concorda com ela



EL (PGR) - Lusa

Luanda, 27 mar (Lusa) - O ministro Vítor Gaspar disse em Luanda que não concorda com a previsão hoje divulgada pela agência notação Fitch, que considerou "provável" que o Governo recorra a novas medidas de austeridade.

"A análise que é divulgada pelas agências de notação corresponde a uma opinião. Julgo que a opinião da Fitch é uma opinião respeitável, mas eu não estou de acordo com a análise da Fitch", disse Vítor Gaspar, que falava numa conferência de imprensa em Luanda, último ato da sua visita oficial de dois dias a Angola.

"A posição do governo português e do Ministério das Finanças é aquela que decorre do terceiro exame regular do programa de ajustamento estrutural com o FMI, Comissão Europeia e BCE, segundo o qual o programa está no bom caminho", acrescentou.

Segundo Vítor Gaspar, "os objetivos quantitativos do programa são alcançáveis no quadro de políticas orçamentais e variantes. Sendo assim, eu não estou de acordo com a análise da Fitch", concluiu.

A agência de notação financeira Fitch anunciou hoje que previa que o PIB português encolha 3,7 por cento este ano, e considerou "provável" que o Governo recorra a novas medidas de austeridade.

"O risco de derrapagens relativamente à meta para o défice orçamental em 2012 [4,5 por cento do PIB] é grande", escreve a agência numa nota de análise sobre as dívidas soberanas da zona euro. Este receio está relacionado com a probabilidade de um cenário macroeconómico mais negativo que o esperado, ou com novos problemas orçamentais nas empresas públicas.

A Fitch prevê ainda que a economia de Portugal se contraia 3,7 por cento no próximo ano - uma recessão mais grave do que a previsão mais recente do Governo, 3,3 por cento. Para 2013, a Fitch augura um ano de estagnação (variação nula do PIB).

Em novembro, a Fitch reduziu a notação de Portugal de BBB- para BB+, níveis considerados "lixo". Isto significa que a agência considera que o investimento em dívida portuguesa comporta riscos muito elevados.

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