quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Angola: CNE “À LA CARTE” MPLA, JOVENS DETIDOS POR PROTESTOS JUNTO À CNE

 


90.000 delegados de partidos acreditados pela comissão eleitoral -- Porta-voz
 
30 de Agosto de 2012, 17:08
 
Luanda, 30 ago (Lusa) -- Mais de 90.000 delegados de partidos políticos foram acreditados para controlar o desenrolar das eleições gerais de sexta-feira em Angola, anunciou hoje a Comissão Nacional Eleitoral (CNE).
 
"Um total de 97.910 delegados do conjunto das listas apresentadas pelos partidos concorrentes às eleições foram acreditados" pela CNE, anunciou Júlia Ferreira, a porta-voz da comissão, em conferência de imprensa transmitida em direto pela televisão pública angolana.
 
A porta-voz leu seguidamente a lista dos delegados do conjunto dos partidos e de cada uma das 18 províncias que integram o país.
 
Esta tomada de posição da CNE surge no seguimento das repetidas críticas do principal partido da oposição, a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), que se queixa de irregularidades na organização do processo eleitoral.
 
Na quarta-feira à noite, numa derradeira tentativa, a UNITA, que considera insuficientes os esforços da CNE para corrigir as alegadas irregularidades, pediu um encontro com o Presidente cessante e candidato José Eduardo dos Santos para garantir a regularidade do escrutínio.
 
Ainda hoje, o presidente da CNE, André Silva Neto, fará uma declaração sobre as eleições.
 
NV.
 
Polícia dispersa jovens que tentavam manifestar-se, pelo menos seis detidos
 
30 de Agosto de 2012, 17:46
 
Luanda, 30 ago (Lusa) - Pelo menos seis pessoas foram hoje detidas na capital angolana, Luanda, quando tentavam juntar-se para uma vigília de protesto junto à Comissão Nacional Eleitoral (CNE) e a ação foi prontamente reprimida pela polícia.
 
Os manifestantes, cerca de três dezenas de jovens da Juventude Patriótica de Angola (JPA), ligada à Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), tentavam juntar-se na sede da CNE, na Rua Amílcar Cabral, no centro de Luanda, mas a cerca de 100 metros do local o grupo foi dispersado pela polícia.
 
Foram detidas pelo menos seis pessoas, constatou a Lusa no local, entre as quais Rafael Aguiar, secretário nacional da JPA e candidato a deputado, no 26.º lugar na lista nacional da CASA-CE às eleições gerais de sexta-feira em Angola.
 
Os jovens amarraram-se ao princípio da tarde de hoje, dia de reflexão eleitoral, com fitas amarelas, da mesma cor da bandeira da CASA-CE, criada pelo dissidente da UNITA Abel Chivukuvuku, e pretendiam protestar contra as irregularidades no processo eleitoral.
 
No local estava um forte aparato policial, sendo maior o número de elementos das forças de segurança do que de manifestantes.
 
Os agentes da polícia nacional angolana foram reforçados com membros da Polícia de Intervenção Rápida e cães.
 
Depois de a manifestação ter sido dispersada, ouviu-se o disparo de uma arma numa rua adjacente ao local do protesto.
 
"Estamos a fazer uma manifestação de solidariedade com os nossos companheiros delegados de lista que não foram credenciados", afirmou à Lusa, pouco antes da intervenção policial Agostinho António, 34 anos, secretário adjunto da JPA na província de Luanda.
 
Segundo o responsável provincial da JPA, a CNE apenas credenciou 50 por cento dos delegados de lista solicitados pela CASA-CE.
 
"Um partido que quer ganhar tem de fiscalizar. O processo só é credível e livre quando o pressuposto é concluído na sua integra", disse Agostinho António, referindo "que tudo indica que este processo está viciado, e não é de hoje".
 
O partido no poder, MPLA, "não está preparado para deixar o poder, honrar os seus compromissos e honrar os angolanos", declarou o dirigente da juventude da CASA-CE, que gostaria de ver um vencedor justo das eleições gerais, "nem que fosse o MPLA, desde que com credibilidade".
 
O propósito da ação de hoje era o de "chamar a atenção da comunidade nacional e internacional para as regularidades que a CNE tem estado a atropelar", seguindo, acusou Agostinho António, "orientações políticas do partido no poder.
 
O secretário provincial da JPA disse ainda não ter medo da polícia, porque, "ao longo do tempo, os 'cara-feia' também ensinaram como se deve interagir com eles".
 
"Vão-nos bater, mas vamos ficar aqui. Eles é que sabem se nos matam, já estão habituados a matar", disse antes de se juntar aos outros manifestantes, poucos minutos antes da intervenção policial.
 
O líder da CASA-CE, Abel Chiuvukuvuku, não secundou a UNITA na denúncia de fraudes eleitorais em curso, mas condicionou a transparência das eleições gerais de sexta-feita à existência de cadernos e fiscais dos partidos nas mesas de voto e disponibilização de atas síntese para todos no fim da votação.
 
O comandante da Polícia Nacional, Ambrósio de Lemos, avisou hoje que a sua força "está pronta e prestará serviços específicos nesta quadra para dar resposta a todos os desafios que atentem contra a estabilidade e a materialização das eleições".
 
O presidente da CNE tem prevista uma declaração à comunicação social ao fim da tarde de hoje em Luanda, que deverá ser dominada pelas queixas dos partidos de oposição à atuação da CNE, em particular da UNITA, que quer o adiamento da votação e disse não se responsabilizar pelo que suceder, caso o MPLA recuse o diálogo.
 
HB/EL/VM.
 
90.000 delegados de partidos acreditados pela comissão eleitoral -- Porta-voz
 
30 de Agosto de 2012, 17:08
 
Luanda, 30 ago (Lusa) -- Mais de 90.000 delegados de partidos políticos foram acreditados para controlar o desenrolar das eleições gerais de sexta-feira em Angola, anunciou hoje a Comissão Nacional Eleitoral (CNE).
 
"Um total de 97.910 delegados do conjunto das listas apresentadas pelos partidos concorrentes às eleições foram acreditados" pela CNE, anunciou Júlia Ferreira, a porta-voz da comissão, em conferência de imprensa transmitida em direto pela televisão pública angolana.
 
A porta-voz leu seguidamente a lista dos delegados do conjunto dos partidos e de cada uma das 18 províncias que integram o país.
 
Esta tomada de posição da CNE surge no seguimento das repetidas críticas do principal partido da oposição, a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), que se queixa de irregularidades na organização do processo eleitoral.
 
Na quarta-feira à noite, numa derradeira tentativa, a UNITA, que considera insuficientes os esforços da CNE para corrigir as alegadas irregularidades, pediu um encontro com o Presidente cessante e candidato José Eduardo dos Santos para garantir a regularidade do escrutínio.
 
Ainda hoje, o presidente da CNE, André Silva Neto, fará uma declaração sobre as eleições.
 
NV.
 
Polícia dispersa jovens que tentavam manifestar-se, pelo menos seis detidos
 
30 de Agosto de 2012, 17:46
 
Luanda, 30 ago (Lusa) - Pelo menos seis pessoas foram hoje detidas na capital angolana, Luanda, quando tentavam juntar-se para uma vigília de protesto junto à Comissão Nacional Eleitoral (CNE) e a ação foi prontamente reprimida pela polícia.
 
Os manifestantes, cerca de três dezenas de jovens da Juventude Patriótica de Angola (JPA), ligada à Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), tentavam juntar-se na sede da CNE, na Rua Amílcar Cabral, no centro de Luanda, mas a cerca de 100 metros do local o grupo foi dispersado pela polícia.
 
Foram detidas pelo menos seis pessoas, constatou a Lusa no local, entre as quais Rafael Aguiar, secretário nacional da JPA e candidato a deputado, no 26.º lugar na lista nacional da CASA-CE às eleições gerais de sexta-feira em Angola.
 
Os jovens amarraram-se ao princípio da tarde de hoje, dia de reflexão eleitoral, com fitas amarelas, da mesma cor da bandeira da CASA-CE, criada pelo dissidente da UNITA Abel Chivukuvuku, e pretendiam protestar contra as irregularidades no processo eleitoral.
 
No local estava um forte aparato policial, sendo maior o número de elementos das forças de segurança do que de manifestantes.
 
Os agentes da polícia nacional angolana foram reforçados com membros da Polícia de Intervenção Rápida e cães.
 
Depois de a manifestação ter sido dispersada, ouviu-se o disparo de uma arma numa rua adjacente ao local do protesto.
 
"Estamos a fazer uma manifestação de solidariedade com os nossos companheiros delegados de lista que não foram credenciados", afirmou à Lusa, pouco antes da intervenção policial Agostinho António, 34 anos, secretário adjunto da JPA na província de Luanda.
 
Segundo o responsável provincial da JPA, a CNE apenas credenciou 50 por cento dos delegados de lista solicitados pela CASA-CE.
 
"Um partido que quer ganhar tem de fiscalizar. O processo só é credível e livre quando o pressuposto é concluído na sua integra", disse Agostinho António, referindo "que tudo indica que este processo está viciado, e não é de hoje".
 
O partido no poder, MPLA, "não está preparado para deixar o poder, honrar os seus compromissos e honrar os angolanos", declarou o dirigente da juventude da CASA-CE, que gostaria de ver um vencedor justo das eleições gerais, "nem que fosse o MPLA, desde que com credibilidade".
 
O propósito da ação de hoje era o de "chamar a atenção da comunidade nacional e internacional para as regularidades que a CNE tem estado a atropelar", seguindo, acusou Agostinho António, "orientações políticas do partido no poder.
 
O secretário provincial da JPA disse ainda não ter medo da polícia, porque, "ao longo do tempo, os 'cara-feia' também ensinaram como se deve interagir com eles".
 
"Vão-nos bater, mas vamos ficar aqui. Eles é que sabem se nos matam, já estão habituados a matar", disse antes de se juntar aos outros manifestantes, poucos minutos antes da intervenção policial.
 
O líder da CASA-CE, Abel Chiuvukuvuku, não secundou a UNITA na denúncia de fraudes eleitorais em curso, mas condicionou a transparência das eleições gerais de sexta-feita à existência de cadernos e fiscais dos partidos nas mesas de voto e disponibilização de atas síntese para todos no fim da votação.
 
O comandante da Polícia Nacional, Ambrósio de Lemos, avisou hoje que a sua força "está pronta e prestará serviços específicos nesta quadra para dar resposta a todos os desafios que atentem contra a estabilidade e a materialização das eleições".
 
O presidente da CNE tem prevista uma declaração à comunicação social ao fim da tarde de hoje em Luanda, que deverá ser dominada pelas queixas dos partidos de oposição à atuação da CNE, em particular da UNITA, que quer o adiamento da votação e disse não se responsabilizar pelo que suceder, caso o MPLA recuse o diálogo.
 
HB/EL/VM.
 
*O título nos Compactos de Notícias são de autoria PG
 
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