quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Moçambique: RENAMO versus POLÍCIA, VALE O QUE VALE, GOVERNO PRÓ DIGITAL

 


Renamo dá ultimato ao Governo para retirar a polícia da sede do partido em Nampula
 
30 de Agosto de 2012, 11:48
 
Maputo, 30 ago (Lusa) - A Renamo, principal partido da oposição em Moçambique, deu um ultimato ao Governo até domingo, para a retirada da polícia das imediações da sede do movimento em Nampula, disse hoje à Lusa o porta-voz desta formação política.
 
A Força de Intervenção Rápida (FIR) mantém um contingente nas redondezas da sede da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) na província de Nampula, norte do país, desde março passado, quando esta polícia antimotim invadiu as instalações durante um confronto com antigos guerrilheiros do partido.
 
No confronto, um polícia morreu e 27 membros do principal partido da oposição foram detidos, dos quais a maioria foi libertada, enquanto alguns ainda aguardam julgamento.
 
Em declarações à Lusa em Maputo, o porta-voz da Renamo, Fernando Mazanga, disse que o partido comunicou ao Governo da província de Nampula que a polícia tem até domingo para se retirar da sede.
 
"O partido vai esperar até domingo e depois vai organizar uma manifestação de repúdio contra o cerco à sede. A FIR é para impor a lei e ordem e não para montar cercos a partidos políticos", disse o porta-voz da Renamo.
 
A Renamo, assinalou Fernando Mazanga, não espera "nenhum banho de sangue" na manifestação que poderá realizar-se contra a presença da polícia na sua sede, mas faz depender as consequências dessa ação à postura da polícia.
 
"Acreditávamos que os contactos entre o presidente da Renamo (Afonso Dhlakama) e o chefe de Estado (Armando Guebuza) resolveriam a questão, mas isso não aconteceu e já não é possível controlar a irritação dos membros do partido com a situação", acrescentou Fernando Mazanga.
 
O porta-voz da Renamo desmentiu que as mudanças na direção do partido em Nampula tenham a ver com uma nova postura que esta formação política quer impor na resolução do diferendo com a polícia.
 
"São mudanças necessárias para lubrificar a máquina partidária. Se (José) Mourinho entendesse que (Cristiano) Ronaldo não joga, não joga", enfatizou o porta-voz da Renamo, defendendo as competências de Afonso Dhlakama para restruturar a direção do partido.
 
No âmbito das mudanças anunciadas esta semana, Afonso Dhlakama exonerou Lúcia Afate do cargo de delegada da Renamo em Nampula e nomeou para o posto Júlia Sebastião e exonerou António Nihórua do posto de chefe de mobilização, não tendo ainda indicado o novo titular.
 
PMA.
 
Governo vai criar regulador de infraestuturas ferro-portuários construídas pela Vale
 
30 de Agosto de 2012, 14:50
 
Maputo, 30 ago (Lusa) - O Governo moçambicano vai criar um operador logístico das infraestruturais ferro-portuárias que estão a ser construídas pela mineira brasileira Vale, empresa que hoje assegurou que respeitará o "princípio de transparência" na utilização das vias por outras companhias.
 
A Vale-Moçambique está a alargar os seus projetos, nomeadamente o complexo industrial de Moatize, construindo duas novas linhas férreas entre Moatize-Malaui, e os distritos moçambicanos de Lago-Monapo, e vai criar um novo terminal portuário em Nacala-a-Velha, na província de Nampula, norte do país.
 
Falando hoje aos jornalistas, o diretor de Implantação de projetos da Vale-Moçambique, Ricardo Saad, garantiu que "não há de forma alguma conflito de interesse" da parte da multinacional brasileira, que constrói as linhas, ao abrigo de um acordo com o Governo de Maputo.
 
"Há um projeto do Governo de estabelecer o operador logístico, ou seja, o órgão nacional que vai regular a operação logística, o órgão estatal que define o modelo de segurança. O nosso modelo operacional de Nacala não está definido. Nós podemos operar as nossas composições, como também algumas daquelas empresas podem", disse Ricardo Saad.
 
As vias em construção ou reabilitação serão utilizadas por empresas mineiras que exploram o carvão no centro de Moçambique, província onde existe uma das maiores reservas de carvão do mundo.
 
O projeto carvão de Moatize, por exemplo, detém um depósito aproximado de mais de mil milhões de toneladas métricas de carvão e compreende a operação de mina a céu aberto.
 
"Não há de forma alguma conflito de interesse e a gente preza por isso. Os Caminhos-de-Ferro de Moçambique e o futuro órgão de gestão é que vão definir as regras operacionais" das infraestruturas ferro-portuárias, disse Ricardo Saad.
 
Em breve, quatro multinacionais mineiras vão iniciar a exploração do carvão em Tete, onde, pelo menos, 30 empresas estão a proceder a pesquisa e prospeção do carvão mineral, em Tete, designadamente nos distritos carboníferos de Moatize, Changara e Cahora Bassa.
 
Com a entrada destas quatro novas empresas, eleva-se para sete o número de multinacionais que trabalham na área de mineração em Tete, onde já operam a gigante brasileira Vale, a australiana Rio Tinto e a britânica Minas de Moatize, no distrito carbonífero de Moatize.
 
A Vale-Moçambique está igualmente a construir uma nova linha férrea de 60,3 quilómetros entre a vila de Moatize, em Tete, e a região de Kambulatsitsi, junto à fronteira moçambicana com o Malaui.
 
O troço faz parte de um projeto mais abrangente, o do Corredor de Nacala, que prevê o desenvolvimento do corredor ferroviário, desde a mina de Moatize, em Tete, até ao novo porto de Nacala-a-Velha, Nampula, de onde a matéria-prima será exportada para o estrangeiro.
 
O plano de reestruturação da linha férrea entre Lagos-Monapo antevê a restituição do corredor ferroviário existente numa extensão de aproximadamente 575 quilómetros, via que tem início na fronteira com o Malaui, próximo de Lagos, na província de Niassa, e terminará 20 quilómetros a sul de Nacala, perto de Monapo, em Nampula.
 
"A Vale como operadora é cliente destes sistemas e não a gestora", garantiu o diretor de Implantação de projetos da Vale-Moçambique.
 
MMT.
 
Governo poderá proibir importação de aparelhos de tecnologia analógica
 
30 de Agosto de 2012, 15:06
 
Maputo, 29 ago (Lusa) - O Governo moçambicano poderá proibir a importação de aparelhos analógicos de TV e rádio, face ao compromisso do país de empreender a migração para a tecnologia digital até 2015, anunciou hoje o regulador do setor em Moçambique.
 
Falando no Fórum da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) sobre Migração Digital, o presidente do Instituto Nacional das Comunicações de Moçambique (INCM), Isidoro da Silva, afirmou que esta entidade vai pedir ao Governo que aprove um decreto a proibir a entrada no país de aparelhos que usam a tecnologia analógica.
 
"Não vai ser uma ação unilateral do regulador. Será preciso coordenar ações com as Finanças e com o Comércio. A vontade é de ver as importações impedidas para evitar que o nosso país se transforme numa lixeira de equipamentos eletrónicos", sublinhou Isidoro da Silva.
 
Nesse sentido, o INCM vai fazer subir ao Conselho de Ministros nos próximos 15 uma proposta que veda a importação de equipamento que funciona com base na tecnologia analógica.
 
"Concluir a migração tecnológica em 2013, conforme recomenda o roteiro da SADC, é um desafio, tomando em conta que há muitas atividades ainda por realizar, mas o INCM está empenhado para que ainda em 2013 ou 2014 possa alcançar o objetivo", sublinhou o presidente do instituto.
 
À exceção de Angola, que adotou a tecnologia digital japonesa, os Estados da SADC, incluindo Moçambique, optaram pela tecnologia DVB-T2 europeia, "por ser a mais recente, moderna e que oferece mais facilidades", acrescentou Isidoro da Silva.
 
O Fórum da SADC sobre Migração Digital reuniu-se em Maputo para analisar os passos que os países da região já deram para a introdução da tecnologia digital e as medidas necessárias para acelerar a operação.
 
PMA.

*O título nos Compactos de Notícias são de autoria PG

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