quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Portugal: “TROIKA DEVIA RECONHECER QUE FALHOU REDONDAMENTE”

 


Lusa, publicado por Luís Manuel Cabral – Diário de Notícias - Ontem
 
O líder da CGTP considerou hoje que se a 'troika' fizesse uma "avaliação séria" de um ano de "políticas do memorando" reconheceria que "falhou redondamente", já que Portugal vive uma "grave recessão" e um desemprego "nunca visto".
 
"Temos uma recessão ao nível que todos conhecemos, um desemprego como nunca tivemos em Portugal, cada vez mais trabalhadores desempregados que não recebem qualquer tipo de proteção social, temos os trabalhadores a baixarem perigosamente os seus rendimentos, temos as desigualdades a aumentarem e depois temos um empobrecimento generalizado do país", afirmou Arménio Carlos à agência Lusa e ao Público.
 
O secretário-geral da CGTP falava a propósito da quinta avaliação da 'troika' à execução do programa de assistência a Portugal, que se iniciou na terça-feira e se vai prolongar pelas próximas duas semanas.
 
"Se porventura a 'troika' quisesse fazer uma avaliação séria daquilo que é um ano de políticas do memorando em Portugal, a primeira coisa que tinha de reconhecer publicamente é que falhou redondamente (...) já falhou na Grécia, está a falhar em Portugal", defendeu.
 
Na opinião do líder sindical, a solução passa por "colocar de lado" o memorando e "deixar à consideração dos portugueses a possibilidade de autonomamente encontrarem saídas para a resolução dos problemas".
 
"É preciso pôr o país a crescer economicamente, promover o desenvolvimento económico e social, dar atenção especial ao mercado interno, estamos a falar de 96 por cento das empresas e privilegiar a criação de emprego, associada a uma outra política de rendimentos", considerou.
 
Questionado se concorda com a tese de que em 2013 se registará uma inversão da tendência económica, Arménio Carlos notou que "todos os economistas, a começar no FMI, dizem que a seguir à recessão teremos a estagnação e que crescimento económico só em 2017 e na ordem de 1,5 por cento".
 
"Se o primeiro-ministro é tão célere a ler os relatórios do FMI, então seja coerente e diga que com estas políticas não vamos lá", afirmou.
 
Arménio Carlos acrescentou que "até pessoas da área de apoio ao Governo já reconheceram que já chega de austeridade e que com mais austeridade o país não vai lá".
 

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