D. Boaventura |
Cerimónia dos 100 anos da Guerra de Manufahi adiada para o mês de Novembro
Sapo TL - 24 de Agosto de 2012, 19:30
A celebração dos 100 anos da Guerra de Manufahi, agendada para o dia 30 de Agosto em Same, foi adiada para o mês de Novembro devido a atrasos na organização do evento, informa o jornal Suara Timor Lorosae.
Segundo o Vice Ministro da Solidariedade Social, Jacinto Rigoberto, a escolha da data é da competência do PM Xanana Gusmão. O Ministério só tem que alocar o orçamento.
A comunidade de Same estará igualmente envolvida no evento, e dará todo o seu apoio a nivel logístico.
A Guerra de Manufahi teve a sua origem na morte do tenente e comandante militar de Same Luis Álvares da Silva. Esta guerra teve vários intervenientes, mas entre eles destacam-se dois protagonistas, quer pela condução das batalhas quer pela influência na história de Timor: Dom Boaventura da Costa Souto Maior (régulo de Manufahi) e de Filomeno da Câmara de Melo Cabral (Primeiro governador de Timor nomeado pela República Portuguesa e comandante e chefe das forças durante a guerra de Manufahi).
Esta revolta teve vários motivos quer de ordem nacionalista, política e económica. Desde os tempos de D. Duarte (1895), pai de D. Boaventura, que os povos de Manufahi estavam revoltados contra os Portugueses. A forçada pacificação foi levada a cabo pelo governador José Celestino da Silva.
Expulsar os portugueses de Timor era um imperativo. Havia algum tempo que alguns reinos não aceitavam o domínio dos “malae mutin” (estrangeiros, neste caso portugueses). Recordemos o pacto de 1719, cujo actor principal era o régulo de Camanasa, e a consequente guerra de Cailaco (1725-1726).
De ordem política, destaca-se a data 5 de Outubro de 1910 quando se deu a implantação do regime republicano em Lisboa. Os régulos timorenses que sempre juraram fidelidade ao rei de Portugal, não aceitaram a mudança do regime e a troca de bandeira. A bandeira real (azul e branca) pela nova bandeira (verde e vermelha). Alguns Liurais temiam que com o novo regime em Portugal, faria com que fosse destituídos e perdessem as regalias.
Conta-se que quando em Outubro 1910, os régulos foram a Díli para assistir à cerimónia da implantação da República, que já havia um pacto para uma possível revolta. E que esses régulos eram incitados por timorenses assimilados ou civilizados, entre os quais se contava um mestiço chamado Domingos de Sena Barreto que era filho de um goês e de uma chinesa. Estes foram incitados por europeus ligados à loja maçónica de Díli e que estavam descontentes com o Governador.
Da parte das autoridades portuguesas, forjou-se um outro motivo. A implicação dos holandeses que eram monárquicos e que queriam também expulsar os portugueses de Timor, para poderem dominar toda a ilha. As revoltas que ocorreram em Timor, nos reinos das Províncias do Bellos e de Servião, tiveram a sua origem principal na cobrança de impostos.
Em 1911 o governo ia aumentar os impostos. Por exemplo, a capitação (tribute cobrado à cabeça) deveria passar de uma pataca para duas patacas. O corte de uma árvore de sândalo seria taxado de duas patacas.
Os coqueiros e os gados seriam recenseados. Seria estabelecido um imposto de 5 patacas aplicado sobre os animais abatidos por ocasião das cerimónias (enterros, construção de uma lulic e realização de estilos).
Estes foram os principais motivos de descontentamento por parte dos régulos que depois se uniram em guerra contra as autoridades.
Segundo o Vice Ministro da Solidariedade Social, Jacinto Rigoberto, a escolha da data é da competência do PM Xanana Gusmão. O Ministério só tem que alocar o orçamento.
A comunidade de Same estará igualmente envolvida no evento, e dará todo o seu apoio a nivel logístico.
A Guerra de Manufahi teve a sua origem na morte do tenente e comandante militar de Same Luis Álvares da Silva. Esta guerra teve vários intervenientes, mas entre eles destacam-se dois protagonistas, quer pela condução das batalhas quer pela influência na história de Timor: Dom Boaventura da Costa Souto Maior (régulo de Manufahi) e de Filomeno da Câmara de Melo Cabral (Primeiro governador de Timor nomeado pela República Portuguesa e comandante e chefe das forças durante a guerra de Manufahi).
Esta revolta teve vários motivos quer de ordem nacionalista, política e económica. Desde os tempos de D. Duarte (1895), pai de D. Boaventura, que os povos de Manufahi estavam revoltados contra os Portugueses. A forçada pacificação foi levada a cabo pelo governador José Celestino da Silva.
Expulsar os portugueses de Timor era um imperativo. Havia algum tempo que alguns reinos não aceitavam o domínio dos “malae mutin” (estrangeiros, neste caso portugueses). Recordemos o pacto de 1719, cujo actor principal era o régulo de Camanasa, e a consequente guerra de Cailaco (1725-1726).
De ordem política, destaca-se a data 5 de Outubro de 1910 quando se deu a implantação do regime republicano em Lisboa. Os régulos timorenses que sempre juraram fidelidade ao rei de Portugal, não aceitaram a mudança do regime e a troca de bandeira. A bandeira real (azul e branca) pela nova bandeira (verde e vermelha). Alguns Liurais temiam que com o novo regime em Portugal, faria com que fosse destituídos e perdessem as regalias.
Conta-se que quando em Outubro 1910, os régulos foram a Díli para assistir à cerimónia da implantação da República, que já havia um pacto para uma possível revolta. E que esses régulos eram incitados por timorenses assimilados ou civilizados, entre os quais se contava um mestiço chamado Domingos de Sena Barreto que era filho de um goês e de uma chinesa. Estes foram incitados por europeus ligados à loja maçónica de Díli e que estavam descontentes com o Governador.
Da parte das autoridades portuguesas, forjou-se um outro motivo. A implicação dos holandeses que eram monárquicos e que queriam também expulsar os portugueses de Timor, para poderem dominar toda a ilha. As revoltas que ocorreram em Timor, nos reinos das Províncias do Bellos e de Servião, tiveram a sua origem principal na cobrança de impostos.
Em 1911 o governo ia aumentar os impostos. Por exemplo, a capitação (tribute cobrado à cabeça) deveria passar de uma pataca para duas patacas. O corte de uma árvore de sândalo seria taxado de duas patacas.
Os coqueiros e os gados seriam recenseados. Seria estabelecido um imposto de 5 patacas aplicado sobre os animais abatidos por ocasião das cerimónias (enterros, construção de uma lulic e realização de estilos).
Estes foram os principais motivos de descontentamento por parte dos régulos que depois se uniram em guerra contra as autoridades.
800 TONELADAS DE ARROZ APODRECERAM NUM ARMAZÉM EM TIBAR
TVTL - 24 de agosto de 2012 - Tradução de TIMOR RAI MURAK
Oitocentas toneladas de arroz oferecidas pelo governo da China em 2011, que foram guardados num armazém em Tibar não pode ser distribuído e consumido pela população porque muito do arroz está estragado.
De acordo com as observações da TVTL feitas hoje no armazém, das oitocentas toneladas do arroz doado pelo governo da China em 2011, muito do arroz está estragado.
De acordo com algumas fontes, já não se pode consumir o arroz, porque está preto e podre e muitas das sacas (de arroz) estão esburacadas porque foram armazenadas há quase um ano.
Algumas pessoas das comunidades que estavam no armazém de Tibar disseram que, este arroz é da responsabilidade do ministério da Segurança Social (MSS) e da Direção Nacional da Assistência Social, não foi possível confirmar com o diretor nacional da Assistência Social no MSS, em Caicoli, porque ele estava de serviço nos distritos.
A realidade demonstra-nos que o referido ministério, não tem um plano e a capacidade para gerir como deve de ser este arroz e apenas estragou, porquê que este arroz não foi fornecido à Igreja aos Orfanatos e às comunidades que precisam? Por este motivo, o governo necessita de criar bons mecanismos para este alimento, porque algumas comunidades na capital de Díli e nos distritos sofrem de fome e de carência de alimentos.
DEPUTADOS LAMENTAM - "DISCURSOS DO ESTADO TÊM DE SER EM TÉTUM"
Jornal Nacional Diário - Sexta-feira, 24 de Agosto de 2012 - Tradução de TIMOR RAI MURAK
Os membros do Parlamento Nacional pediram à liderança do país, para fazerem os discursos do Estado em Tétum, para que deste modo todo o povo possa compreender o que é dito pelos líderes.
"Seria melhor que nas cerimónias do Estado fosse utilizado o Tétum para que o povo timorense possa compreender tudo, não é usar a Língua Portuguesa. Apesar da Constituição da RDTL estipular que o Português e o Tétum são as línguas oficiais, mas para se implementar tem que se ter em conta as condições e a situação do povo", disse ao JN Diário na quinta-feira, o deputado da bancada do PD, quando comentou o discurso feito pelo Presidente do PN em Português, mas que o povo não compreendeu.
Virgílio Honrai na qualidade de Presidente da Comissão F que tem sob a sua alçada os assuntos relacionados com a Educação, Saúde, Cultura, Género e Veteranos disse que, em discursos solenes o povo precisa de saber quais são as recomendações de Timor-Leste para a liderança das outras nações, não é apenas ouvir falar esta língua".
"Nas cerimónias solenes têm de falar e discursar em Tétum para todas as pessoas perceberem, não é apenas para uma ou duas pessoas compreenderem", disse Honrai
O deputado da bancada da Fretilin, Inácio Moreira, demonstrou também a sua preocupação para com este assunto, porque o povo das montanhas quer saber o quê que os seus líderes disseram para o Secretário-geral da ONU.
"Nós falamos as duas línguas, mas quando chega a altura para confrontar o povo, nós temos de usar a língua que o povo sabe, não se pode prejudicar o direito deles de serem informados", disse.
Relativamente a esta questão, anteriormente o Presidente do Parlamento Nacional, Vicente Guterres, questionou: "Quem disse que o povo não sabe a Língua Portuguesa, por este motivo nós temos que usar as duas línguas oficiais, o Tétum e o Português".
*O título nos Compactos de Notícias são de autoria PG
- Miguel Relvas em Timor-Leste: VIGARISTA PORTUGUÊS É ACRESCENTO TEMPORÁRIO DA MÁFIA TIMORENSE, ontem no PG
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