terça-feira, 13 de novembro de 2012

Escolas públicas da Guiné-Bissau voltam a abrir após dois meses de greve

 

MB – HB - Lusa
 
Bissau, 13 nov (Lusa) - As escolas públicas da Guiné-Bissau voltaram a funcionar após quase dois meses de greve dos professores, mas muitos alunos e docentes continuam ausentes das salas de aulas.
 
Numa ronda por alguns liceus e escolas do ensino básico de Bissau, a agência Lusa constatou que nalgumas escolas comparecem entre segunda e terça-feira apenas 45 por cento do total de alunos matriculados.
 
Sene Djau, diretor do liceu Agostinho Neto, um dos mais importantes estabelecimentos do ensino público da Guiné-Bissau, disse que a escola "funciona a meio gás" e que se os alunos continuarem a não comparecer vai tomar medidas sancionatórias.
 
"Estamos a funcionar a meio gás. Os alunos e os professores estão aparecendo a conta-gotas. Apelámos aos pais e encarregados de educação dos alunos para que mandem os seus educandos para as aulas, mas muitos continuam a não aparecer. Mas para a semana vamos tomar medidas. Aos alunos que teimarem em não comparecer vamos simplesmente anular as matrículas, dando lugar a outros alunos", afirmou o diretor do Agostinho Neto.
 
O responsável disse que tem sido hábito na Guiné-Bissau os alunos não comparecerem nos primeiros dias de aulas após a greve dos professores.
 
"É apanágio dos alunos dizerem que a primeira semana após a greve as aulas não deve ser a sério", destacou Sene Djau, negando que a fraca afluência nas aulas tenha a ver com o conflito entre os sindicatos dos professores e o Governo, e não entendendo também a ausência de alguns professores nas escolas.
 
Mário Benante, diretor do liceu Rui Barcelos da Cunha, entende que se o Governo "está a cumprir" com o acordo com os sindicatos os professores devem "fazer a sua parte" comparecendo nas salas de aulas.
 
"Ainda ontem (segunda-feira) ouvi pela rádio o presidente do sindicato, Luís Nanacassa, a apelar os professores para irem para as salas de aulas, porque já está tudo ultrapassado com o Governo, isto porque já foram pagos sete meses de diuturnidade aos professores efetivos, um mês aos novos ingressos e contratados", assinalou Mário Benante.
 
E acrescentou: "Como dizia o presidente do sindicato, agora é a nossa vez, nós os professores, de cumprirmos".
 
Na opinião dos dois diretores, não será fácil recuperar "o tempo perdido" com a greve, uma vez que o primeiro período de letivo que devia ter 56 dias está prestes a terminar.
 
"O primeiro período devia terminar em dezembro mas teremos de dilatá-lo até janeiro para pelo menos atingirmos os 80 por cento da matéria programada", observou Sene Djau, anunciado que vai propor ao conselho de professores e ao Ministério da Educação para que haja aulas aos sábados.
 

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