MB – HB - Lusa
Bissau, 13 nov
(Lusa) - As escolas públicas da Guiné-Bissau voltaram a funcionar após quase
dois meses de greve dos professores, mas muitos alunos e docentes continuam
ausentes das salas de aulas.
Numa ronda por
alguns liceus e escolas do ensino básico de Bissau, a agência Lusa constatou
que nalgumas escolas comparecem entre segunda e terça-feira apenas 45 por cento
do total de alunos matriculados.
Sene Djau, diretor
do liceu Agostinho Neto, um dos mais importantes estabelecimentos do ensino
público da Guiné-Bissau, disse que a escola "funciona a meio gás" e
que se os alunos continuarem a não comparecer vai tomar medidas sancionatórias.
"Estamos a
funcionar a meio gás. Os alunos e os professores estão aparecendo a
conta-gotas. Apelámos aos pais e encarregados de educação dos alunos para que
mandem os seus educandos para as aulas, mas muitos continuam a não aparecer.
Mas para a semana vamos tomar medidas. Aos alunos que teimarem em não
comparecer vamos simplesmente anular as matrículas, dando lugar a outros
alunos", afirmou o diretor do Agostinho Neto.
O responsável disse
que tem sido hábito na Guiné-Bissau os alunos não comparecerem nos primeiros dias
de aulas após a greve dos professores.
"É apanágio
dos alunos dizerem que a primeira semana após a greve as aulas não deve ser a
sério", destacou Sene Djau, negando que a fraca afluência nas aulas tenha
a ver com o conflito entre os sindicatos dos professores e o Governo, e não
entendendo também a ausência de alguns professores nas escolas.
Mário Benante,
diretor do liceu Rui Barcelos da Cunha, entende que se o Governo "está a
cumprir" com o acordo com os sindicatos os professores devem "fazer a
sua parte" comparecendo nas salas de aulas.
"Ainda ontem
(segunda-feira) ouvi pela rádio o presidente do sindicato, Luís Nanacassa, a
apelar os professores para irem para as salas de aulas, porque já está tudo
ultrapassado com o Governo, isto porque já foram pagos sete meses de
diuturnidade aos professores efetivos, um mês aos novos ingressos e
contratados", assinalou Mário Benante.
E acrescentou:
"Como dizia o presidente do sindicato, agora é a nossa vez, nós os
professores, de cumprirmos".
Na opinião dos dois
diretores, não será fácil recuperar "o tempo perdido" com a greve,
uma vez que o primeiro período de letivo que devia ter 56 dias está prestes a
terminar.
"O primeiro
período devia terminar em dezembro mas teremos de dilatá-lo até janeiro para
pelo menos atingirmos os 80 por cento da matéria programada", observou
Sene Djau, anunciado que vai propor ao conselho de professores e ao Ministério
da Educação para que haja aulas aos sábados.
Sem comentários:
Enviar um comentário