SBR (LAS) VM - Lusa
Lisboa, 13 nov
(Lusa) -- A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) desvalorizou hoje
as declarações do líder do principal partido da oposição em Moçambique
(Renamo), que, na segunda-feira, ameaçou "destruir" o país.
À saída de uma
audiência com o Presidente da República, Cavaco Silva, hoje, em Belém, o
secretário-executivo da CPLP, Murade Murargy, de nacionalidade moçambicana,
desvalorizou as "declarações gratuitas" do líder da Resistência
Nacional Moçambique (Renamo), Afonso Dhlakama, que, numa entrevista à agência
AFP divulgada na segunda-feira, ameaçou voltar a recorrer à violência, se o
Governo de Maputo não responder às suas exigências: partilha da riqueza e
reforma do sistema eleitoral.
Aos jornalistas,
Murade Murargy recordou que Afonso Dhlakama "faz ameaças
constantemente" e "há 20 anos que vem dizendo que atacará
amanhã".
Mas, "enquanto
não houver uma ação concreta de distúrbio da ordem pública" - e Murargy
disse não acreditar que tal venha a acontecer -, as declarações do líder da
Renamo "não preocupam a CPLP, nem o Governo de Moçambique".
Líder da guerrilha
que lutou, entre 1977 e 1992, na guerra civil contra o Governo da Frelimo, que
causou um milhão de mortos, Afonso Dhlakama, que, há 20 anos, assinou o acordo
de paz que pôs fim ao conflito, disse à AFP: "Estou a treinar os meus homens
e, se for necessário, sairemos daqui para destruir Moçambique."
Já a 02 de
novembro, em entrevista à agência Lusa, Afonso Dhlakama se tinha queixado de
"injustiças e humilhações", desde que foi assinado o Acordo Geral de
Paz para Moçambique, a 04 de outubro de 1992, em Roma.
Sob a égide da
Comunidade de Sant'Egídio, o acordo pôs termo a 16 anos de guerra civil entre a
Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) e o Governo da Frente de Libertação
de Moçambique (Frelimo), introduzindo um sistema multipartidário no país.
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