Cristina Lai Men -
TSF
O Executivo de
Passos Coelho vai transmitir nos próximos dias à troika que não vai poder
cumprir a meta de 5% do défice em 2012, adianta o Diário Económico.
A derrapagem de
três a cinco décimas é dada praticamente como certa, mas o Diário Económico
adianta que o deslize pode ser ainda maior.
Os sinais são
negativos: pela primeira vez desde o início do programa de ajustamento, em
setembro, Portugal falhou a meta trimestral do défice.
As receitas fiscais
terão continuado a cair em outubro, depois das receitas com o IRC terem
registado em setembro, uma queda superior a 20 por cento, em relação ao mesmo
período do ano passado.
O Diário Económico
lembra que a despesa também está a sofrer com o impacto do desemprego e da
quebra das contribuições na segurança social.
A agravar ainda
mais as contas, as exportações terão caído a pique para a casa dos 10%, depois
de em setembro se ter registado uma queda de 6,5%.
Com este cenário, a
derrapagem é praticamente certa, mas o Eurogrupo já fez saber que fecha os
olhos se a derrapagem for ligeira. Não vai ser dada autorização expressa para a
violação da meta, mas Portugal não deverá ser obrigado a tomar medidas
adicionais.
Ontem, ao lado de
Angela Merkel, o primeiro-ministro recordou que a revisão das metas do défice
só foi possível porque Portugal está a cumprir o que lhe é exigido. Passos
Coelho não deixou qualquer sinal de que o cumprimento do objetivo para este ano
possa estar em risco.
O ministro das
Finanças, Vítor Gaspar, já admitiu que, sem medidas adicionais, o défice real
seria de pelo menos 6 por cento.
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