AMF - MBA
Viseu, 04 nov
(Lusa) - O secretário-geral do PS, António José Seguro, avisou hoje o
primeiro-ministro que o seu partido não será cúmplice na criação de um Estado
'low cost' para os portugueses.
Ao intervir em
Viseu, na sessão de encerramento do XVIII Congresso Nacional da Juventude
Socialista, António José Seguro defendeu que "a proteção social não é um
capricho dos socialistas", mas "uma necessidade de toda a sociedade
portuguesa" para manter a coesão social e combater as desigualdades
sociais.
Na sua opinião,
"é isso que está em causa, não é um exercício de contabilidade numa folha
de excel" e, por isso, apelou à mobilização dos jovens portugueses para
este combate.
"Este não é um
exercício de contabilidade, é uma opção política determinante para o futuro de
Portugal. E desengane-se o primeiro-ministro se espera que o PS seja cúmplice
da criação em Portugal de um Estado estilo 'low cost' para portugueses",
frisou.
O líder socialista
considera falsa a ideia de que não há alternativa à austeridade, apesar de reconhecer
que se vive "uma situação de grande emergência" em Portugal.
"Tenho
consciência da dificuldade do caminho que temos de prosseguir. Nós temos um
caminho estreito, mas temos um caminho diferente para mobilizar os portugueses,
de modo a sairmos desta crise e construirmos um país diferente", garantiu.
António José Seguro
exemplificou com propostas concretas que o PS tem apresentado, como a criação
de uma linha de crédito para pequenas e médias empresas, o uso dos fundos
estruturais para programas de reabilitação urbana, de modo a preservar empresas
de construção civil, a redução dos custos de energia e a criação de um banco
público de fomento que ajude a economia, e lamentou que o Governo tenha fechado
"os horizontes da juventude portuguesa", retirando-lhes a esperança e
confiança e não lhes apontando outro caminho a não ser o da emigração.
"Nós
consideramos isto inaceitável", afirmou, reiterando que "é colocando
a prioridade no emprego e no crescimento económico" que Portugal sairá da
crise e, simultaneamente, se dá "confiança e esperança aos jovens e a
todos os portugueses".
António José Seguro
mostrou-se indignado por "um primeiro-ministro que pediu tantos
sacrifícios aos portugueses, cujos resultados falharam", não ter
"nada para dizer aos portugueses", nomeadamente "lhes pedir
desculpa" e "reconhecer o seu erro".
"O
primeiro-ministro insistiu no mesmo erro e propõe para 2013 um orçamento ainda
mais restritivo e quer-nos convencer que essa é que é a receita",
lamentou, garantindo que os socialistas não serão "cúmplices da sua
receita de empobrecimento do país, que conduz ao desastre, à tragédia".
António José Seguro
disse aos jovens socialistas presentes que conta com a sua mobilização para
mudar de política: "Ajudem-nos a construir um país melhor, moderno,
europeu, solidário, que não deixe nenhum português para trás. Nós não
abandonaremos nenhum português", garantiu, aludindo ao lema "ninguém fica
para trás" do novo presidente da JS, João Torres.
Sem comentários:
Enviar um comentário