União Europeia: Bélgica
dá o sinal de partida a uma semana social agitada
No domingo, 11 de
novembro, foram cerca de 20 mil os operários a manifestarem-se junto à fábrica
da Ford, em Genk. O
encerramento
da unidade de produção da construtora americana, anunciado no passado dia
25 de outubro, deverá acontecer no final de 2013, destruindo cerca de dez mil
postos de trabalho. Uma manifestação de força que “ilustra a angústia social da
Europa”, segundo
La Libre Belgique.
O diário de
Bruxelas escreve que as negociações que se vão iniciar com o Governo para a
elaboração de um plano social “acontecem num contexto duplamente tenso: no
plano nacional, o Governo de Di Rupo espera conseguir fechar, esta semana, um
orçamento com um forte perfume de austeridade. […] Por outro lado, à escala
europeia, a contestação contra a austeridade aumenta”, como mostra o apelo a
uma Jornada Europeia de Ação e Solidariedade,
na quarta-feira, 14 de novembro, lançado pela Confederação Europeia de
Sindicatos (CES). “Cerca de quarenta organizações de vinte e três países
participarão” [nessa Jornada], noticia o jornal, para quem esses sindicatos querem pedir aos
líderes europeus que ajam perante o crescente desemprego e “respondam à
angústia social dos cidadãos”. […] Esta jornada dará lugar a movimentos de
greve em Espanha, Portugal, Grécia e Itália, quatro países muito atingidos pela
crise. Estão previstas manifestações na Bélgica […], em França, em alguns países
de Leste como a Polónia, a Eslovénia e a Roménia e também frente à sede da
Comissão Europeia, em Bruxelas.
Esta contestação
testemunha a existência de duas velocidades na Europa, escreve La Libre Belgique :
Sublinhe-se, como
fator sintomático, o de os sindicatos dos países do Norte da Europa não se
terem associado a este movimento, pelo menos por enquanto. Uma atitude que
testemunha bem a fratura cada vez maior entre o Norte da Europa, que continua a
defender o rigor orçamental, e os países do Sul que temem a asfixia sob o peso
da austeridade que os atinge. […] Este movimento de protesto acontecerá apenas
24 horas antes da publicação dos números sobre o crescimento na zona euro, que
deverão confirmar a sua entrada em recessão pela segunda vez em três anos.
*Título PG
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