Ilídia Pinto –
Dinheiro Vivo
Luís Bento,
economista e especialista em Recursos Humanos, acredita que a diferença face à
Roménia, que é de 5 a 6% desapareça até ao verão
O Dinheiro Vivo
pediu a Luís Bento, especialista em Recursos Humanos, que comentasse os dados
do INE sobre o aumento do número de portugueses a ganhar menos de 310 euros.
Os portugueses
ganham cada vez menos. Até quando?
Vai acentuar-se em 2013. Faz parte da matriz ideológica do programa da troika
promover uma diminuição forçada dos custos do trabalho, tentando melhorar a
competitividade externa das empresas à custa dos salários. O custo da mão de
obra em Portugal já se aproxima muito do da Roménia e no fim do 1º semestre já
teremos os salários mais baixos da UE.
Porquê no fim do
primeiro semestre?
O custo salarial é 5% a 6% superior ao da Roménia. Com o aumento de impostos e
a implementação das medidas do OE, de certeza que antes do fim do primeiro
semestre já teremos reduzido mais de 5% o custo do trabalho.
Falou em OE. A crise torna difícil cumprir as metas...
Por isso vamos ter nova escalada no empobrecimento e nova recessão, ainda mais
funda, quando, em abril, se fizer a avaliação da taxa de execução do 1.º
trimestre. Muito se vai jogar então. Espero que a própria UE, vendo o que se
passa em França, Itália e Espanha, tome medidas para diminuir progressivamente
o esforço do ajustamento. Em Portugal, acredito que o incumprimento das metas
da troika vá gerar uma crise política e nos obrigue a decidir se continuamos
nesta espiral recessiva ou se voltamos ao caminho de membro pleno da UE.
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