Edna Dala – Jornal deAngola - foto José Cola
A formação de
quadros e o interesse de empresas portuguesas em se transferirem para Angola no
âmbito da reconstrução nacional são as principais questões a serem abordadas
durante a cimeira bilateral dos Chefes de Estado e de Governo, que vai decorrer
ainda este ano em Luanda.
O ministro das Relações Exteriores, Georges Chikoti, que anunciou o facto
ontem, em Luanda, afirmou que a reunião pode ocorrer no segundo semestre e vai
servir também para rever alguns acordos entre os dois países, que precisam de
ser melhorados.
Georges Chikoti fez esta declaração no fim de uma sessão de trabalho com o
ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Paulo Portas. Lembrou também
que o acordo dos vistos é um dos temas a ser analisado na cimeira dos Chefes de
Estado.
O ministro Georges Chikoti reconheceu que existem atrasos no processamento dos
vistos específicos para Angola, reforçando que é interesse do Ministério das
Relações Exteriores melhorar o processamento dos vistos e que Portugal tem sido
ágil na concessão de vistos para os angolanos.
Parceria estratégica
O ministro dos
Negócios Estrangeiros de Portugal, Paulo Portas, garante que a cimeira pode ser
uma oportunidade para abordar a questão da formação de quadros para o futuro de
Angola e dar uma dimensão mais elevada à parceria estratégica que existe entre
os dois países. Paulo Portas realçou que Portugal pode fazer muito na formação
universitária, fornecendo bons professores.
O chefe da diplomacia portuguesa informou que existem projectos industriais
importantes que podem gerar emprego em Angola. Paulo Portas realçou a
participação dos portugueses residentes em Angola na economia angolana. Afirmou
que, em 2012, as autoridades de Lisboa registaram a maior remessa de fundos dos
emigrantes portugueses em Angola, contribuído para a animação da economia
portuguesa.
Paulo Portas disse que Portugal tem uma “política amiga” de investimento
estrangeiro, porque “só há crescimento quando há investimento, criação de
emprego e confiança”.
Exportações cresceram
O ministro Paulo Portas lembrou que, no ano passado, as exportações de Angola
para Portugal cresceram para 50 por cento, enquanto as importações aumentaram
32 por cento. O ministro acrescentou que muitos portugueses trabalham em Angola
e existem muitas parcerias económicas e investimentos angolanos em Portugal.
“Essa realidade gera circulação, amizade, aproximação, investimentos e criação
de riqueza, o que permite mais oportunidades de trabalho e tornar sólidos os
pilares da economia”.
O ministro português falou também do acordo de facilitação de vistos entre os
dois países, assinado no ano passado. Paulo Portas afirmou que a aplicação dos
acordos precisa de tempo, “porque é importante para as pessoas, empresas e
instituições que essa circulação se faça de forma segura e rápida”.
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