Agência Efe –
Joanesburgo – Opera Mundi
Anene Booysen foi
levada por um grupo de homens de uma festa para um local em obras, na cidade de
Bredasdorp
A morte de uma
adolescente de 17 anos após sofrer um estupro coletivo provocou indignação na
África do Sul, informou nesta quarta-feira (06/02) a imprensa local. O crime
ocorreu no fim de semana mas só se tornou de conhecimento público hoje. O fato
se passou na cidade de Bredasdorp, na província do Cabo Ocidental.
A jovem sul-africana Anene Booysen foi levada por um grupo de homens de uma
festa para um local em obras, onde foi brutalmente estuprada por vários
indivíduos. A adolescente conseguiu identificar um dos envolvidos antes de
morrer no hospital em função dos ferimentos sofridos durante a agressão.
A polícia localizou e prendeu o suposto autor do crime e mais quatro homens que
podem estar envolvidos no estupro. Outros três suspeitos estão sendo
procurados.
Em
dezembro, uma jovem indiana, de 23 anos, morreu após sofrer um estupro coletivo dentro
de um ônibus em seu país, o que gerou violentas manifestações para pedir pena
de morte para os autores do crime.
"Capital do
estupro"
A Liga de Mulheres do Congresso Nacional Africano (CNA), partido que governa o
país, classificou hoje os "crimes sexuais contra mulheres e crianças"
de "vergonha nacional" e frisou que os estupros não são
exclusivamente um problema das mulheres. "Os estupradores devem saber que
ninguém em uma sociedade moral os protegerá uma vez tenham cometido um crime
atroz", afirmou a seção feminina do CNA por meio de um comunicado.
O psicólogo Ilse Ahrend, do Centro Saartjie Baartman para a Mulher e a Infância
na Cidade do Cabo, disse à emissora de rádio Eyewitness News que este
tipo de ataque deveria provocar indignação generalizada. Episódios similares ao
ocorrido em Bredasdorp provocaram consternação na África do Sul nos últimos
meses.
Segundo dados de organizações em defesa das mulheres, a cada ano ocorrem na
África do Sul milhares de estupros e a maioria não é denunciada para a polícia.
A Interpol chegou a qualificar a África do Sul como a "capital mundial do
estupro". Segundo a emissora estatal SABC, uma mulher é estuprada no
país a cada 17 segundos.
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