A troika está de
novo em Lisboa.
Portugal tem de passar por teste adicional. Em Dublim ficou
claro que os verdadeiros bons alunos são os irlandeses; quanto aos portugueses,
logo se verá... depois desta prova extra. Do que se trata é de convencer os
nossos amigos credores - dos quais todos afirmam querer ver-se livres quanto
antes! - do acerto das medidas alternativas para os 1326 milhões de euros, em
salários e pensões, que o Governo deixou de estar autorizado para meter ao
bolso.
Quanto à orientação
global da política orçamental - em Portugal, como na totalidade dos países do
euro com défices públicos e dívidas do Estado excessivos -, nada mexe. A
prioridade é reduzir desequilíbrios; a via é a da austeridade. Logo, do que se
trata aqui é de aquilatar a consistência das medidas permanentes, que deverão
constar do Orçamento Retificativo, que há de marcar o ano fiscal de 2013.
Curiosamente, o
resto do mundo, em vésperas da reunião primaveril do FMI, vê, com crescente
inquietude, a política de ajustamento da Europa. Por duas razões: nem a limpeza
dos balanços na banca parece progredir o suficiente para libertar as verbas
necessárias à economia europeia, que lhe permitam voltar ao crescimento; nem a
receita de mais e mais austeridade está a permitir às contas públicas dos mais
endividados atingir as metas estabelecidas - mesmo à custa de recessões que se
prolongam por vários anos.
Tudo isto parece
ficar à margem das conversas de pé de orelha entre o Governo de Portugal e a
troika de credores. Pelo menos em Lisboa mantém-se inabalável a crença de que a
viragem da economia se encontra ao virar da esquina no calendário. Vá-se lá
compreender por quê...
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