sexta-feira, 12 de abril de 2013

Guiné-Bissau: PR e PM NO TRÁFICO, GOLPISTAS FELIZES, “SECRETA” PERDE CHEFE




Presidência de transição da Guiné-Bissau classifica de "informações criminosas" as que relacionam PR com droga

11 de Abril de 2013, 14:29

Bissau, 11 abr (Lusa) - A Presidência da República de transição da Guiné-Bissau apelidou hoje de "informações criminosas, porque falsas e caluniosas", notícias sobre o alegado envolvimento do Presidente e do primeiro-ministro em questões relacionadas com tráfico de droga.

Alegados traficantes de droga guineenses detidos nos Estados Unidos terão dito, no âmbito do processo que levou à sua captura pelas autoridades norte-americanas, que tinham ligações com o Presidente e o primeiro-ministro de transição e que os mesmos estavam a par da operação de tráfico de droga.

Um dia depois de o Governo já ter desmentido qualquer ligação, a Presidência da República fez hoje um comunicado no qual repudia tais notícias.

Golpe na Guiné-Bissau foi positivo e país regressa à legalidade - militares

11 de Abril de 2013, 15:49

Bissau, 11 abr (Lusa) - Um ano após o golpe que derrubou os governantes eleitos da Guiné-Bissau, os militares que o protagonizaram consideram que foi positivo e que hoje o país está a "regressar paulatinamente à legalidade constitucional".

Em entrevista à Agência Lusa um ano depois do golpe, o coronel Daba Na Walna, que a 12 de abril do ano passado foi o protagonista visível do levantamento militar, diz que continua a pensar que valeu a pena, porque "quem atua em legítima defesa pode dizer que a sua atuação é legítima e consequentemente vale a pena que o faça".

Também porta-voz do Estado Maior das Forças Armadas, Daba Na Walna afirma que não esteve, não está nem estará arrependido de ter participado no golpe militar, porque, diz, o fez para defender a vida.

"Se não me tivesse defendido contra o Carlos Gomes Júnior (primeiro-ministro na altura e candidato a Presidente) hoje não estava aqui a falar. As pessoas podem pensar que isto é mentira mas nós sabemos do que estamos a falar", afirma.

E acrescenta que também não se arrepende porque não fez nada de mal, não matou, não torturou nem insultou ninguém, e sempre lutou "para respeitar a dignidade e a integridade das pessoas".

Numa altura em que surgem em Bissau muitas críticas à situação atual do país, nomeadamente de que está pior em termos económicos, Daba Na Walna diz ter já ouvido essas "leituras" mas para ele "tudo o que era feito antes continua até hoje".

"O governo anterior tinha como bandeira o pagamento de salários. Quando se fez o levantamento militar uma das questões que se colocavam era a de saber se este governo (transição) estaria em condições de pagar salários. E os salários estão a ser pagos", diz.

Usando esse indicador afirma Daba Na Walna que a situação não se alterou e acrescenta que este governo até está a "trabalhar mais", porque está "completamente bloqueado (sem apoio internacional) mas consegue pagar salários".

"Já ouvi que o governo está a pagar salários com dinheiro da droga. Isso é falta de vergonha. É especulação de alguns indivíduos que tinham depositado toda a confiança na impossibilidade de o governo pagar salários", afirma.

Com a comunidade internacional a querer eleições ainda este ano o porta-voz das Forças Armadas reafirma aquela que tem sido a posição dos militares: o país precisa de mais tempo, para "refletir profundamente sobre o que é a Guiné-Bissau desde o 07 de junho (guerra civil de 1998/99)", que tem "vindo a transitar de golpe em golpe".

"O país nunca parou para refletir sobre o que está mal", diz, pelo que defende mais tempo para analisar os problemas. Mas também critica que não haja ainda uma agenda de transição, sem a qual se torna difícil pedir mais tempo à comunidade internacional.

As Forças Armadas, lembrou o coronel, pediram aos políticos para que criassem um espaço de concertação no qual todos pudessem discutir os problemas do país, algo que os deputados não querem, por considerarem que esse espaço é Parlamento.

Daba Na Walna junta a essa indefinição sobre a data das eleições o que chama de "oportunismo dos partidos políticos", que querem eleições este ano ou não consoante o que pensam que melhor lhes convém.

Mas olhando a realidade um "bom patriota, um bom guineense, que quer este país e não pensa no poder e nas vitórias eleitorais, diria seguramente que nós não conseguimos ainda traçar uma agenda de transição e que era preciso traçar algo para acabar com este ciclo de violência e permitir que as eleições a terem lugar sejam livres e transparentes", afirma.

FP/MB // APN

Governo de transição da Guiné-Bissau exonera chefe da 'secreta' civil

11 de Abril de 2013, 17:16

Bissau, 11 abr (Lusa) - O Governo de transição da Guiné-Bissau exonerou o chefe dos serviços de informação do Estado, coronel Serifo Mané, nomeando para o posto o coronel Nhaga Oliveira.

O despacho que anunciou as mexidas não adiantou os motivos, apenas referiu que por decisão do ministro do Interior, António Suca N'Tchamá, são operadas as alterações nos serviços de Informação do Estado "para dar maior dinâmica".

Serifo Mané era responsável da 'secreta' civil há praticamente três anos, tendo sido nomeado ainda na vigência do governo de Carlos Gomes Júnior (deposto por um golpe de Estado há um ano) e mantido no cargo pelo atual executivo de transição.

O novo diretor-geral dos serviços de Informação do Estado guineense, coronel Nhaga Oliveira, é um oficial do Ministério do Interior.

MB // APN

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