Presidência de
transição da Guiné-Bissau classifica de "informações criminosas" as
que relacionam PR com droga
11 de Abril de
2013, 14:29
Bissau, 11 abr
(Lusa) - A Presidência da República de transição da Guiné-Bissau apelidou hoje
de "informações criminosas, porque falsas e caluniosas", notícias
sobre o alegado envolvimento do Presidente e do primeiro-ministro em questões
relacionadas com tráfico de droga.
Alegados
traficantes de droga guineenses detidos nos Estados Unidos terão dito, no
âmbito do processo que levou à sua captura pelas autoridades norte-americanas,
que tinham ligações com o Presidente e o primeiro-ministro de transição e que
os mesmos estavam a par da operação de tráfico de droga.
Um dia depois de o
Governo já ter desmentido qualquer ligação, a Presidência da República fez hoje
um comunicado no qual repudia tais notícias.
Golpe na
Guiné-Bissau foi positivo e país regressa à legalidade - militares
11 de Abril de
2013, 15:49
Bissau, 11 abr
(Lusa) - Um ano após o golpe que derrubou os governantes eleitos da
Guiné-Bissau, os militares que o protagonizaram consideram que foi positivo e
que hoje o país está a "regressar paulatinamente à legalidade
constitucional".
Em entrevista à
Agência Lusa um ano depois do golpe, o coronel Daba Na Walna, que a 12 de abril
do ano passado foi o protagonista visível do levantamento militar, diz que
continua a pensar que valeu a pena, porque "quem atua em legítima defesa
pode dizer que a sua atuação é legítima e consequentemente vale a pena que o
faça".
Também porta-voz do
Estado Maior das Forças Armadas, Daba Na Walna afirma que não esteve, não está
nem estará arrependido de ter participado no golpe militar, porque, diz, o fez
para defender a vida.
"Se não me
tivesse defendido contra o Carlos Gomes Júnior (primeiro-ministro na altura e
candidato a Presidente) hoje não estava aqui a falar. As pessoas podem pensar
que isto é mentira mas nós sabemos do que estamos a falar", afirma.
E acrescenta que
também não se arrepende porque não fez nada de mal, não matou, não torturou nem
insultou ninguém, e sempre lutou "para respeitar a dignidade e a
integridade das pessoas".
Numa altura em que
surgem em Bissau muitas críticas à situação atual do país, nomeadamente de que
está pior em termos económicos, Daba Na Walna diz ter já ouvido essas
"leituras" mas para ele "tudo o que era feito antes continua até
hoje".
"O governo
anterior tinha como bandeira o pagamento de salários. Quando se fez o
levantamento militar uma das questões que se colocavam era a de saber se este
governo (transição) estaria em condições de pagar salários. E os salários estão
a ser pagos", diz.
Usando esse
indicador afirma Daba Na Walna que a situação não se alterou e acrescenta que
este governo até está a "trabalhar mais", porque está
"completamente bloqueado (sem apoio internacional) mas consegue pagar
salários".
"Já ouvi que o
governo está a pagar salários com dinheiro da droga. Isso é falta de vergonha.
É especulação de alguns indivíduos que tinham depositado toda a confiança na
impossibilidade de o governo pagar salários", afirma.
Com a comunidade
internacional a querer eleições ainda este ano o porta-voz das Forças Armadas
reafirma aquela que tem sido a posição dos militares: o país precisa de mais
tempo, para "refletir profundamente sobre o que é a Guiné-Bissau desde o
07 de junho (guerra civil de 1998/99)", que tem "vindo a transitar de
golpe em golpe".
"O país nunca
parou para refletir sobre o que está mal", diz, pelo que defende mais
tempo para analisar os problemas. Mas também critica que não haja ainda uma
agenda de transição, sem a qual se torna difícil pedir mais tempo à comunidade
internacional.
As Forças Armadas,
lembrou o coronel, pediram aos políticos para que criassem um espaço de
concertação no qual todos pudessem discutir os problemas do país, algo que os
deputados não querem, por considerarem que esse espaço é Parlamento.
Daba Na Walna junta
a essa indefinição sobre a data das eleições o que chama de "oportunismo
dos partidos políticos", que querem eleições este ano ou não consoante o
que pensam que melhor lhes convém.
Mas olhando a
realidade um "bom patriota, um bom guineense, que quer este país e não
pensa no poder e nas vitórias eleitorais, diria seguramente que nós não
conseguimos ainda traçar uma agenda de transição e que era preciso traçar algo
para acabar com este ciclo de violência e permitir que as eleições a terem lugar
sejam livres e transparentes", afirma.
FP/MB // APN
Governo de
transição da Guiné-Bissau exonera chefe da 'secreta' civil
11 de Abril de
2013, 17:16
Bissau, 11 abr
(Lusa) - O Governo de transição da Guiné-Bissau exonerou o chefe dos serviços
de informação do Estado, coronel Serifo Mané, nomeando para o posto o coronel
Nhaga Oliveira.
O despacho que
anunciou as mexidas não adiantou os motivos, apenas referiu que por decisão do
ministro do Interior, António Suca N'Tchamá, são operadas as alterações nos
serviços de Informação do Estado "para dar maior dinâmica".
Serifo Mané era
responsável da 'secreta' civil há praticamente três anos, tendo sido nomeado ainda
na vigência do governo de Carlos Gomes Júnior (deposto por um golpe de Estado
há um ano) e mantido no cargo pelo atual executivo de transição.
O novo
diretor-geral dos serviços de Informação do Estado guineense, coronel Nhaga
Oliveira, é um oficial do Ministério do Interior.
MB // APN
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