Buraco nas empresas
públicas superior a três mil milhões
João Silvestre -
Expresso
Além do Metro do
Porto, que motivou saída de dois secretários de Estado, outras empresas têm
perdas potencialmente ruinosas. O Metro de Lisboa é o pior.
As perdas
potenciais das empresas públicas com contratos financeiros derivados
(swaps) rondavam três mil milhões de euros no final do ano passado.
Não existem ainda
dados oficiais para dezembro mas, pelas contas do Expresso a partir do buraco
em setembro de 2,6 mil milhões de euros e da evolução das taxas de juro, o
agravamento terá rondado 500 milhões de euros nos últimos três meses do ano.
O caso do Metro do
Porto é o segundo mais grave, com uma perda potencial de 832 milhões de euros
no final do terceiro trimestre do ano passado e que se agravou até
dezembro. Terá sido isso que motivou a saída de dois secretários de Estado
tornada pública este fim de semana, por terem estado ligados aos contratos
assinados com a banca, numa altura em que a Inspeção-Geral de Finanças está a
investigar.
Mas várias outras
empresas públicas fizeram este tipo de contratos para cobertura do risco de
variação da taxa de juro. Desde logo o Metro de Lisboa, o caso mais
grave, em que as perdas em setembro eram já de 1,1 mil milhões de euros.
Empresas como a CP, a Refer ou a STCP também entraram neste tipo de
contratos.
Remodelação do
Governo não pára
Ângela Silva –
Expresso
Afinal, sai mais um
secretário de Estado, o dos Negócios Estrangeiros, que será substituido por
Francisco Almeida Leite, ex-jornalista. A remodelação dura há uma semana. A
posse é hoje às 19h.
Subiu para cinco o número de secretários de Estado que hoje tomará posse, em
Belém, pelas 19h. Brites Pereira vai deixar os Negócios Estrangeiros e
Cooperação e para secretário de Estado de Paulo Portas irá Francisco Almeida
Leite, ex-jornalista do DN e actual administrador do Instituto Camões
Fernando Alexandre
será o novo secretário de Estado da Administração Interna. Independente,
foi co-autor de um estudo que em setembro de 2012 avaliou de forma muito
negativa a baixa da TSU.
Atualmente, integra
a direção Escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho. Vai substituir
Juvenal da Silva Peneda, que sai do Governo por estar envolvido, como o seu
colega da Defesa, Paulo Braga Lino, em operações de "swaps" (compra
de produtos financeiros de alto risco), enquanto administrador do Metro do
Porto.
Silva Penda e Braga
Lino saem depois das Finanças terem detetado eventuais irregularidades, tendo a
secretária de Estado do Tesouro admitido enviar o caso para o Ministério
Público. Para o lugar de Braga Lino, na Secretaria de Estado da Defesa, vai
Berta Cabral, ex-líder do PSD/Açores.
A estes dois novos
membros do Governo somam-se mais dois secretários de Estado que irão integrar a
equipa de Miguel Maduro, o ministro adjunto empossado na semana passada. São
eles, Castro Almeida, que será secretário de Estado do Desenvolvimento
Regional, e António Leitão Amaro, que ocupará a pasta de secretário de Estado
do Poder Local.
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Expresso
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