segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Moçambique: “AINDA REINA INSATISFAÇÃO NA CLASSE MÉDICA”

 


Jorge Marcos - O País (mz)
 
Na palestra subordinada ao tema “Greve dos Mé­dicos”, havida sexta-feira última na cidade de Quelimane, província da Zambézia, o presi­dente da Associação Médica de Moçambique (AMM), Jorge Ar­roz, deixou claro que “ainda rei­na um nível acentuado de insa­tisfação” na classe médica, tudo porque o Governo não resolveu as suas preocupações levantadas aquando da greve que durou 28 dias.
 
Mesmo assim, Arroz assegura que a greve cessou, mas deixa claro que uma outra greve ge­ral dos médicos pode acontecer, caso a entidade patronal, neste caso, o Governo, não trabalhe no sentido de assegurar a melho­ria das condições de vida e sala­riais dos profissionais afectos ao Serviço Nacional de Saúde.
 
O homem forte da classe mé­dica no país frisou ainda na palestra, organizada pelo Con­selho Municipal daquela urbe, que o executivo moçambicano só não teve vontade de melhorar as condições dos médicos, pois “nós temos indicações claras que existe dinheiro mais do que sufi­ciente para incrementar salários ao nível que solicitamos de for­ma a manter o equilíbrio no seio da função pública”, disse.
 
O palestrante criticou dura­mente o executivo moçambi­cano pelo facto de ter pautado por um comportamento de dura intimidação aos que aderiram à greve.
 
Arroz referiu que os descon­tos salariais que aqueles profis­sionais estão a sofrer por terem aderido à greve, a transferência compulsiva de médicos para zo­nas recônditas sem nenhuma negociação entre as partes e a paralisação da pós-graduação na Universidade Eduardo Mon­dlane revelam, claramente, que o Governo de Moçambique pre­tende extinguir o direito consti­tucional à greve.
 
Jorge Arroz explicou que a greve dos médicos só teve lugar no país porque esgotaram todos os recursos do diálogo entre a classe e o Governo. “Nós estabe­lecemos todos os mecanismos de diálogo com o Executivo, mas a arrogância por parte da entida­de governamental mostrou-nos que não havia interesse para so­lucionar as preocupações”, disse o presidente da Associação Mé­dica de Moçambique, ressalvan­do que a greve deve ser o último mecanismo a ser levado acabo por qualquer que seja o grupo de trabalhadores.
 
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