Jorge Marcos - O País
(mz)
Na palestra
subordinada ao tema “Greve dos Médicos”, havida sexta-feira última na cidade
de Quelimane, província da Zambézia, o presidente da Associação Médica de
Moçambique (AMM), Jorge Arroz, deixou claro que “ainda reina um nível
acentuado de insatisfação” na classe médica, tudo porque o Governo não
resolveu as suas preocupações levantadas aquando da greve que durou 28 dias.
Mesmo assim, Arroz
assegura que a greve cessou, mas deixa claro que uma outra greve geral dos
médicos pode acontecer, caso a entidade patronal, neste caso, o Governo, não
trabalhe no sentido de assegurar a melhoria das condições de vida e salariais
dos profissionais afectos ao Serviço Nacional de Saúde.
O homem forte da
classe médica no país frisou ainda na palestra, organizada pelo Conselho
Municipal daquela urbe, que o executivo moçambicano só não teve vontade de
melhorar as condições dos médicos, pois “nós temos indicações claras que existe
dinheiro mais do que suficiente para incrementar salários ao nível que
solicitamos de forma a manter o equilíbrio no seio da função pública”, disse.
O palestrante
criticou duramente o executivo moçambicano pelo facto de ter pautado por um
comportamento de dura intimidação aos que aderiram à greve.
Arroz referiu que
os descontos salariais que aqueles profissionais estão a sofrer por terem
aderido à greve, a transferência compulsiva de médicos para zonas recônditas
sem nenhuma negociação entre as partes e a paralisação da pós-graduação na
Universidade Eduardo Mondlane revelam, claramente, que o Governo de Moçambique
pretende extinguir o direito constitucional à greve.
Jorge Arroz
explicou que a greve dos médicos só teve lugar no país porque esgotaram todos
os recursos do diálogo entre a classe e o Governo. “Nós estabelecemos todos os
mecanismos de diálogo com o Executivo, mas a arrogância por parte da entidade
governamental mostrou-nos que não havia interesse para solucionar as
preocupações”, disse o presidente da Associação Médica de Moçambique,
ressalvando que a greve deve ser o último mecanismo a ser levado acabo por
qualquer que seja o grupo de trabalhadores.
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