PMA – VM - Lusa
Maputo, 02 ago
(Lusa) - O presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Daviz
Simango, terceiro maior partido moçambicano, acusou a Frelimo, no poder, e a
Renamo, principal partido da oposição, de se terem "coligado" para
não perderem o monopólio político no país.
Em entrevista ao
Canal de Moçambique, o presidente do MDM, que em cinco anos de existência
conseguiu eleger oito deputados na Assembleia da República e ganhar dois
importantes municípios, considerou ainda que a Frelimo (Frente de Libertação de
Moçambique) e a Renamo (Resistência Nacional Moçambicana) não estão
interessadas nas eleições municipais de novembro por recearem a consolidação da
ascensão do seu partido.
"(...) nota-se
claramente que a Renamo não está preparada para estas eleições. E à Frelimo não
lhe interessam estas eleições. À Frelimo não interessam estas eleições, porque
depois das eleições intercalares de Cuamba, Pemba e Quelimane, e mais tarde
Inhambane, foi clara e notória a capacidade de organização do MDM", disse
Daviz Simango.
Segundo o líder da
terceira maior força política moçambicana, o receio dos dois principais
partidos moçambicanos pela quebra da bipolaridade que vêm mantendo na vida
política moçambicana verificou-se nas eleições gerais de 2009, quando a
candidatura do MDM foi chumbada na maioria dos círculos eleitorais do país pela
Comissão Nacional de Eleições (CNE), maioritariamente composta por membros da
Frelimo e da Renamo.
"Nas eleições
gerais de 2009, o MDM apresentou as suas propostas de candidaturas. A Frelimo e
a Renamo coligaram-se na CNE e excluíram o MDM em sete províncias, assim como
no círculo eleitoral da Europa e da África. Aí ficou mais uma vez claro que
ambos jogam entre si. Havia essa coligação com o interesse de excluir o MDM do
panorama político nacional", enfatizou Daviz Simango.
Na entrevista, o
presidente do MDM acusa o Governo moçambicano de estar a inviabilizar o alcance
de um acordo nas negociações com a Renamo em torno da paridade na CNE, visando
resolver a tensão política no país, porque alegadamente defende os interesses
da Frelimo no processo negocial.
"O diálogo que
está a acontecer não passa de um diálogo entre a Frelimo e a Renamo. Se fosse
um diálogo entre o Governo e a Renamo, o Governo assumiria as suas
responsabilidades e teríamos um acordo", sublinhou Daviz Simango.
Daviz Simango
fundou o MDM, após ser expulso da Renamo, por ter desobedecido às ordens do partido
de não se recandidatar à presidência do município da Beira nas eleições de
2008.
Concorrendo como
independente, ganhou o escrutínio na Beira, segunda maior cidade do país,
fundando depois o MDM, que venceu as intercalares no município de Quelimane,
quarta maior cidade moçambicana.
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