No Rio de Janeiro e
em Brasília houve confronto com a polícia
Protestos de rua
eram realizados em várias cidades do Brasil neste sábado 7 de setembro, Dia da
Independência, e no Rio de Janeiro, e Brasília, manifestantes enfrentaram a polícia, que tentou
dispersá-los com gás lacrimogêneo e gás de pimenta.
Vários grupos convocaram manifestações em mais de 100 cidades do país através de redes sociais, mas são até agora significativamente menores que as de junho, quando mais de um milhão de pessoas protestaram contra a corrupção, os gastos milionários com a Copa de 2014 e os serviços de saúde, educação e transporte de má qualidade.
Vários grupos convocaram manifestações em mais de 100 cidades do país através de redes sociais, mas são até agora significativamente menores que as de junho, quando mais de um milhão de pessoas protestaram contra a corrupção, os gastos milionários com a Copa de 2014 e os serviços de saúde, educação e transporte de má qualidade.
Outras manifestações também foram realizadas em Porto Alegre, Belo Horizonte, Cuiabá, Belém, Fortaleza e Maceió, entre outras cidades.
No Rio de Janeiro, um grupo de mais de 100 manifestantes, alguns mascarados, invadiram o Desfile Militar no centro. A polícia disparou gás lacrimogêneo perto dos espectadores, muitos deles famílias com crianças, que correram para se proteger. Nove pessoas ficaram feridas, segundo a Secretaria Municipal da Saúde, e ao menos 12 manifestantes foram detidos, indicou a Polícia Civil. Uma agência bancária próxima ao local do desfile foi destruída pelos manifestantes. Nem o prefeito do Rio, Eduardo Paes, nem o governador do Estado, Sérgio Cabral, assistiam ao desfile, cuja duração e número de participantes foi reduzido devido aos protestos previstos.
— A educação brasileira é uma vergonha, os salários também. Há investimento para iniciativas privadas ao invés de iniciativas públicas — disse o estudante Eduardo Marques, 25 anos, que acaba de se formar como professor e exige "a inserção social de todos os brasileiros".
A segurança foi reforçada em todas as cidades, principalmente em Brasília, onde Dilma Rousseff participou sem incidentes do tradicional desfile militar a bordo de um automóvel oficial. Apenas 5 mil espectadores assistiram ao desfile na Esplanada dos Ministérios, que tem lugar para 24 mil pessoas. Depois do fim do desfile, cerca de 2 mil manifestantes contra a corrupção marcharam até o Congresso e foi registrado um confronto com a polícia, que lançou spray de pimenta contra algumas pessoas.
— Queremos melhorias na educação, reforma e democratização da mídia, os protestos de junho serviram para pressionar o Congresso para que aprove medidas, temos de manter isso vivo — afirmou Philip Leite, do movimento estudantil Kizamba.
Está previsto que as manifestações durem todo o dia. Em Brasília, coincidirão, à tarde, com a disputa do amistoso da seleção brasileira contra a Austrália no estádio Mané Garrincha. Quase 4 mil policiais protegem a capital federal, onde a polícia advertiu que os manifestantes mascarados serão identificados e detidos, uma medida que já começou a entrar em vigor no Rio para impedir atos de vandalismo contra bancos, comércio e bens públicos.
A presidente Dilma disse na véspera, durante a transmissão de um pronunciamento à nação, que "a população tem todo o direito de indignar-se com o que está errado e exigir mudanças", mas pediu para que não deixem que "uma camada de pessimismo cubra tudo e ofusque o mais importante: o Brasil avançou como nunca nos últimos anos".
Em São Paulo, uma manifestação convocada com o lema "Grito dos Excluídos" bloqueou o trânsito em parte da Avenida Paulista, segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).
— Vim hoje porque quero uma casa digna (...). Esta é uma marcha pacífica por uma moradia digna e também pela saúde e educação — explicou Regina Silva, 50 anos.
Em Recife, os manifestantes começavam a se concentrar usando traje de praia, com a ideia de fazer um protestos em bicicletas. A princípio, o objetivo era fazer o protestos com todos nus, mas a polícia alertou que haveria prisões caso isso acontecesse.
AFP – Zero Hora
Leia mais em Zero
Hora
Sem comentários:
Enviar um comentário