Brasil de Fato
Mesmo com protestos
dos professores municipais em greve contra o projeto apresentado pelo prefeito
Eduardo Paes (PMDB), os vereadores do Rio de Janeiro aprovaram na tarde dessa
terça-feira (1º) o Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR) por 36 votos
a favor e 3 contra. Onze parlamentares de oposição não compareceram ao plenário
para votação. O presidente da Câmara, Jorge Felippe (PMDB), foi considerado
regimentalmente impedido e o seu voto não foi computado. O projeto foi
publicado no Diário Oficial do município nesta quarta-feira (02).
A sessão chegou a
ser interrompida quando o vereador Leonel Brizola Neto (PDT) invadiu a mesa da
Câmara. Ele foi retirado por assessores da presidência e os trabalhos foram
reiniciados. Antes da votação em segunda discussão, os vereadores aprovaram o
bloco de emendas que integraram o texto final. Alguns parlamentares de
oposição, como o vereador César Maia (DEM), pediram a votação nominal para que
houvesse a identificação dos votos.
Do lado de fora do
Palácio Pedro Ernesto, sede da Câmara Municipal, havia forte tensão entre
manifestantes e o aparato da Polícia Militar montado para impedir que os
trabalhadores se aproximassem do prédio. Os profissionais de educação
contrários à aprovação do PCCR protestaram. Eles disseram que não negociaram o
plano com a prefeitura.
Segundo a
coordenadora-geral do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio
de Janeiro (Sepe), Gesa Corrêa, manifestantes foram feridos e dois professores,
presos. Gesa disse que a greve dos professores do município, que começou no dia
8 de agosto, vai continuar. “Nós aprovamos antes a continuidade da greve. Não
vamos aceitar isso. Vamos fazer uma campanha imensa contra o plano e também
contra a violência do governo em cima da categoria", disse à Agência
Brasil após a votação.
A dirigente
sindical disse que o Sepe vai analisar que tipo de medida cabível pode ser
adotada contra o plano. “A avaliação da aprovação do plano é a pior possível.
Falta de diálogo e autoritarismo. O governo usou todas as medidas para impedir
a categoria de chegar aqui ao local onde seria a votação. A categoria não vai
recuar. A indignação é muito grande”, disse.
Truculência
Durante a noite
houve mais repressão da PM contra manifestantes que retornaram às escadarias da
Câmara Municipal do Rio, na Cinelândia, após a aprovação do Plano de Cargos,
Carreiras e Remuneração dos professores da rede municipal de ensino. A
manifestação era formada por professores municipais e membros do grupo Black
Bloc.
A Tropa de Choque
da PM dispersou, com bombas de gás lacrimogêneo, os manifestantes. A ação
deixou pelo menos 11 pessoas feridas e 17 detidas.
Os professores
retiraram o acampamento montado na Rua Alcindo Guanabara, ao lado da Câmara
Municipal, na manhã desta quarta-feira (2). As nove barracas estavam no local
desde a madrugada de domingo (29), quando os profissionais da educação foram
expulsos do plenário da Casa. Os professores municipais informaram que a greve
vai continuar e uma assembleia está marcada para sexta-feira (4). (com reportagem
da Agência Brasil)
Foto: Pablo Vergara
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