Lisboa, 17 out
(Lusa) - O secretário-executivo da comunidade lusófona defendeu hoje "uma
nova CPLP" em que os oito Estados membros apostem no capital humano,
comprometendo-se a considerar uma percentagem do seu PIB para a educação, a
saúde, a inovação e o género.
Na sua intervenção
na conferência "O futuro da Agenda Global de Desenvolvimento: Visões para
a CPLP", a decorrer em Lisboa, o secretário executivo da Comunidade dos
Países de Língua Portuguesa, Murade Murargy, recordou que a organização acaba de
lançar um debate sobre os desafios de futuro, numa altura em que se prepara
para celebrar 18 anos.
Afirmando que a
organização continua a ser "uma comunidade em construção e em constante
processo de aprendizagem", defendeu que a instituição quer adequar-se às
expectativas dos cidadãos dos seus Estados-membros.
"Uma nova CPLP
é o que nós queremos", afirmou, acrescentando que o objetivo é usar a
força dos oito Estados-membros e "contribuir ativa e sinergicamente para o
esforço de desenvolvimento" dos países, sempre com o Homem como foco
principal.
Reiterando que não
é possível uma agenda de desenvolvimento sustentável "sem o concurso do
homem capacitado", Murargy apelou aos Estados-membros para que assumam
"o compromisso do desenvolvimento do capital humano", nomeadamente
considerando uma percentagem do seu Produto Interno Bruto para Educação, a
Saúde, a Inovação e o Género.
Defendeu ainda a
consagração do direito à alimentação como um direito humano fundamental nos
Estados-membros da CPLP.
"A atual
situação não é sustentável e tem origem na inércia em fazer face aos fatores
estruturais da fome", alertou.
Referindo-se ainda
à nova visão da CPLP que quer ver definida, Murargy defendeu que ela resulte de
um "diálogo amplamente inclusivo, com a participação dos povos" de
todos os Estados-membros.
"Esta agenda
deve incorporar a essência do que pretendemos ser nos próximos anos para
superar o atraso, a miséria, o analfabetismo e as assimetrias", afirmou.
FPA // JMR - Lusa
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