Romano Prates, Bissau
Xanana Gusmão e
Mari Alkatiri estão em viagem rumo à Guiné-Bissau a fim de se inteirarem da
situação do conturbado país da lusofonia. Timor-Leste tornou oficialmente
público a sua intenção de ajudar a Guiné-Bissau a superar este momento dificil.
Os dirigentes timorenses deverão chegar à capital guineense nas primeiras horas
de sábado.
Entretanto, fala-se
em Bissau e é notícia do jornalista Aly Silva, no Ditadura do Consenso, que o “director de campanha de Carlos
Gomes Jr., Botche Candé está 'desaparecido' desde o fim da tarde de hoje.
Motivo? O candidato Carlos Gomes Jr., enviou uma mensagem para ser lida aos
militantes do partido de que (ainda) é presidente, mas algumas forças de
bloqueio impediram a sua leitura. Então, estrategicamente, Botche dirigiu-se a
Gabu, no Leste do país, onde leu a mensagem de Cadogo, sem qualquer
contratempo. No regresso para Bissau, foi avisado de que militares andavam à
sua procura querendo prendê-lo. E, simplesmente, Botche sumiu”. Aly Silva
acrescenta que Botche está bem e “em local seguro”. Outros elementos da campanha
de Carlos Gomes Júnior afirmaram estar preocupados por desconhecer o paradeiro
de Botche e presumirem que a perseguição que lhe está a ser movida corresponde
à verdade.
Este episódio,
relacionado com o diretor de campanha eleitoral de Carlos Gomes Júnior, vem
novamente comprovar que o militar-banditismo continua a perdurar neste país e
que o regime golpista que tomou pela força o poder na Guiné-Bissau não tem
intenções de devolver aos guineenses a legalidade e a democracia própria de um
estado de direito. Factos que devem ser tomados em consideração também pelos
dirigentes timorenses a chegarem dentro de horas a Bissau. Principalmente pela
ONU que tem a obrigação de fazer avançar uma força militar de manutenção da
paz, da legalidade e da estabilidade tão ansiadas pelos guineenses.
Considerando os
diversos incidentes que vêm demonstrando a vontade oculta de fazer perdurar o
regime golpista na Guiné-Bissau, por parte dos atuais e ilegais detentores do
poder e de países vizinhos, qualquer tentativa de promoção da paz e da
reposição da legalidade, de personalidades como Xanana e Alkatiri e da ONU,
deve tomar em consideração esse facto e superar tais intenções propondo a
demissão dos golpistas e a formação de um governo provisório sob a égide da
ONU. Desse modo será muito mais plausivel fomentar a pacificação e estabilidade
que possibilite um ambiente propício à realização do recenseamento e das
eleições que venham a repôr a legalidade democrática na Guiné-Bissau.
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