sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Xanana e Alkatiri em Bissau num clima de constante golpismo, perseguições e terror

 

Romano Prates, Bissau
 
Xanana Gusmão e Mari Alkatiri estão em viagem rumo à Guiné-Bissau a fim de se inteirarem da situação do conturbado país da lusofonia. Timor-Leste tornou oficialmente público a sua intenção de ajudar a Guiné-Bissau a superar este momento dificil. Os dirigentes timorenses deverão chegar à capital guineense nas primeiras horas de sábado.
 
Entretanto, fala-se em Bissau e é notícia do jornalista Aly Silva, no Ditadura do Consenso, que o “director de campanha de Carlos Gomes Jr., Botche Candé está 'desaparecido' desde o fim da tarde de hoje. Motivo? O candidato Carlos Gomes Jr., enviou uma mensagem para ser lida aos militantes do partido de que (ainda) é presidente, mas algumas forças de bloqueio impediram a sua leitura. Então, estrategicamente, Botche dirigiu-se a Gabu, no Leste do país, onde leu a mensagem de Cadogo, sem qualquer contratempo. No regresso para Bissau, foi avisado de que militares andavam à sua procura querendo prendê-lo. E, simplesmente, Botche sumiu”. Aly Silva acrescenta que Botche está bem e “em local seguro”. Outros elementos da campanha de Carlos Gomes Júnior afirmaram estar preocupados por desconhecer o paradeiro de Botche e presumirem que a perseguição que lhe está a ser movida corresponde à verdade.
 
Este episódio, relacionado com o diretor de campanha eleitoral de Carlos Gomes Júnior, vem novamente comprovar que o militar-banditismo continua a perdurar neste país e que o regime golpista que tomou pela força o poder na Guiné-Bissau não tem intenções de devolver aos guineenses a legalidade e a democracia própria de um estado de direito. Factos que devem ser tomados em consideração também pelos dirigentes timorenses a chegarem dentro de horas a Bissau. Principalmente pela ONU que tem a obrigação de fazer avançar uma força militar de manutenção da paz, da legalidade e da estabilidade tão ansiadas pelos guineenses.
 
Considerando os diversos incidentes que vêm demonstrando a vontade oculta de fazer perdurar o regime golpista na Guiné-Bissau, por parte dos atuais e ilegais detentores do poder e de países vizinhos, qualquer tentativa de promoção da paz e da reposição da legalidade, de personalidades como Xanana e Alkatiri e da ONU, deve tomar em consideração esse facto e superar tais intenções propondo a demissão dos golpistas e a formação de um governo provisório sob a égide da ONU. Desse modo será muito mais plausivel fomentar a pacificação e estabilidade que possibilite um ambiente propício à realização do recenseamento e das eleições que venham a repôr a legalidade democrática na Guiné-Bissau.
 
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