O País (mz)
“O aumento da esperança de vida é um activo ou um fardo
para Moçambique”? Esta é uma das questões que a nova pesquisa do IESE levanta
no âmbito da situação dos idosos no país, sugerindo, outrossim, que seja
adoptada uma pensão universal mensal para a pessoa da terceira idade, fixada em
um terço do actual salário mínimo nacional (aproximadamente 800 meticais).
O livro lançado
ontem pelo Instituto dos Estudos Sociais e Económicos (IESE) revela que os
idosos em Moçambique estão entregues à sua própria sorte e que as actuais
políticas de protecção social atiram a pessoa da terceira idade para fora da
economia, estando predestinada a viver os últimos dias da sua vida na miséria.
Dados apurados
indicam que um idoso no país vive com menos de um terço de dólar por dia, o
mesmo que menos de 10 meticais. O problema é que o actual Subsídio Social
Básico é baixo (fixado entre 300 e 500 meticais) e não chega a todos os idosos.
Dados
disponibilizados pela pesquisa mostram que mais de 60% das famílias
moçambicanas com idosos vivem abaixo da linha de pobreza, o que mostra,
claramente, que a pessoa da terceira idade é mais pobre que a restante
população, na medida em que a pobreza geral em Moçambique está estimada em
54.7%.
Intitulado
“Envelhecer em Moçambique: Dinâmicas do Bem-Estar e da Pobreza”, a obra alerta
que o número de idosos tende a aumentar a um ritmo elevado, devendo merecer uma
atenção especial do Governo na delimitação de políticas, tendo em conta a
desgraça a que estão voltados os idosos.
“A pessoa idosa em
Moçambique vive em situações precárias, desde o deficiente acesso à habitação, água,
alimentação até a um serviço de saúde precário e distante. Muitas unidades
sanitárias estão a mais de 20 quilómetros das zonas onde residem pessoas da
terceira idade, o que dificulta o seu acesso, dada a fragilidade do sistema de
transporte”, comentou ontem o presidente do Fórum da Terceira Idade, Conde Fernandes.
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