sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Moçambique: ECONOMIA EXCLUI IDOSOS

 

O País (mz)
 
O aumento da esperança de vida é um activo ou um fardo para Moçambique”? Esta é uma das questões que a nova pesquisa do IESE levanta no âmbito da situação dos idosos no país, sugerindo, outrossim, que seja adoptada uma pensão universal mensal para a pessoa da terceira idade, fixada em um terço do actual salário mínimo nacional (aproximadamente 800 meticais).
 
O livro lançado ontem pelo Instituto dos Estudos Sociais e Económicos (IESE) revela que os idosos em Moçambique estão entregues à sua própria sorte e que as actuais políticas de protecção social atiram a pessoa da terceira idade para fora da economia, estando predestinada a viver os últimos dias da sua vida na miséria.
 
Dados apurados indicam que um idoso no país vive com menos de um terço de dólar por dia, o mesmo que menos de 10 meticais. O problema é que o actual Subsídio Social Básico é baixo (fixado entre 300 e 500 meticais) e não chega a todos os idosos.
 
Dados disponibilizados pela pesquisa mostram que mais de 60% das famílias moçambicanas com idosos vivem abaixo da linha de pobreza, o que mostra, claramente, que a pessoa da terceira idade é mais pobre que a restante população, na medida em que a pobreza geral em Moçambique está estimada em 54.7%.
 
Intitulado “Envelhecer em Moçambique: Dinâmicas do Bem-Estar e da Pobreza”, a obra alerta que o número de idosos tende a aumentar a um ritmo elevado, devendo merecer uma atenção especial do Governo na delimitação de políticas, tendo em conta a desgraça a que estão voltados os idosos.
 
“A pessoa idosa em Moçambique vive em situações precárias, desde o deficiente acesso à habitação, água, alimentação até a um serviço de saúde precário e distante. Muitas unidades sanitárias estão a mais de 20 quilómetros das zonas onde residem pessoas da terceira idade, o que dificulta o seu acesso, dada a fragilidade do sistema de transporte”, comentou ontem o presidente do Fórum da Terceira Idade, Conde Fernandes.
 
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