quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Combatentes da ex-Brigada Negra querem que Xanana continue como primeiro-ministro

 


Díli, 13 fev (Lusa) - Os antigos combatentes timorenses da Brigada Negra afirmaram hoje, em conferência de imprensa, que estão contra a anunciada demissão do primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, e afirmaram estar prontos para contribuir para o desenvolvimento do país.
 
"De momento, até novas informações, não concordamos com a resignação de Xanana Gusmão a breve prazo. Nós, combatentes da ex-Brigada Negra [ala secreta da resistência contra a Indonésia, especializada em guerrilha urbana] declaramos estar prontos e comprometidos para cumprir novos deveres e assegurar e acompanhar o processo de independência que Xanana Gusmão está a gerir", afirmou o comandante operacional da ex-Brigada Negra, Tamalaka Aquita.
 
Na conferência de imprensa, realizada numa unidade hoteleira em Díli, Tamalaka Aquita pediu também para o primeiro-ministro de Timor-Leste "considerar a atual fragilidade do processo de construção do Estado antes de tomar uma decisão política".
 
Em relação à transferência do poder para a nova geração, argumento utilizado por Xanana Gusmão para justificar a demissão, Tamalaka Aquita afirmou que a "possível transferência" deve ser feita de uma "forma sólida, estável e fundamentada na visão de assegurar a estabilidade nacional e garantir a todos os timorenses um espaço para viver como um só povo e nação".
 
Para os combatentes da ex-Brigada Negra, a nova geração que possa vir a liderar o país deve ter legitimidade política e profissional adquirida no processo da luta pela restauração da independência e durante a fase de construção do Estado.
 
O primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, afirmou no final de 2013 que iria apresentar o cargo de chefe de governo para passar o poder à nova geração.
 
Xanana Gusmão disse que vai deixar o cargo após a cimeira de chefes de Estado e de governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, que se deverá realizar em julho em Díli.
 
A Brigada Negra foi criada nos anos 90 e era uma ala secreta militar das Falintil que atuava na Indonésia através de ações de guerrilha urbana.
 
Os elementos da Brigada Negra entregaram em dezembro a sua documentação ao Arquivo e Museu da Resistência timorense, mas ainda não foram oficialmente dissolvidos.
 
MSE // PJA - Lusa
 

Sem comentários:

Mais lidas da semana