quarta-feira, 28 de maio de 2014

Angola: "O 27 tem muitas verdades e Neto não era um herói" - Lara Pawson




“Em Nome do Povo - O Massacre que Angola Silenciou” , um livro de relatos de gente que viveu o Fraccionismo, directa ou indirectamente.

Voz da América

 O 27 de Maio de 1977 marca um momento na vida de muitos angolanos que até hoje pouca gente sabe explicar. À falta de respostas definitivas ou certezas absolutas, a investigação de Lara Pawson, jornalista britânica, resultou no “Em Nome do Povo -  O Massacre que Angola Silenciou” , um livro de relatos de gente que viveu o Fraccionismo, directa ou indirectamente.

O livro que para muita gente vem trazer mais perguntas do que respostas é para a sua autora, um passo para abrir a discussão e gerar a reflexão e é também o seu contributo para a História de Angola.
O que foi o 27 de Maio?

Encarada como a primeira e única tentativa de golpe de Estado em Angola, a acção revolucionária liderada por Nito Alves a 27 de Maio resultou na morte de milhares de pessoas e ainda hoje assombra os angolanos.

A imagem de Nito Alves como o possível herói do povo tem servido de inspiração a alguns jovens que se rebelam contra o Governo do MPLA, convocando manifestações.

No livro, Lara consegue transportar o leitor a cada detalhe da sua vida enquanto investigava, bem como à vida dos seus intervenientes, pessoas irreverentes, assustadas, reprimidas, mas acima de tudo “corajosas”, como as descreve Pawson, que fugindo ao convencional retrata um Governo de Neto sem dó, nem piedade.

Lara foi correspondente da BBC em Angola, em 1998, altura em que teve conhecimento do 27 de maio. A partir daí, confessa, tornou-se “obcecada por um tema que não encontrava escrito em lado nenhum”. Para a jornalista, tentar definir se o 27 foi uma tentativa de golpe de Estado ou uma manifestação, é demasiado simplista, é preciso ir mais longe.


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