Nilza Massango –
Jornal de Angola
A ministra
moçambicana dos Recursos Minerais, Esperança Bias, considerou ontem em Luanda
que Angola é um país atractivo, quando saía de uma audiência com o ministro
angolano dos Petróleos, Botelho de Vasconcelos.
Esperança Bias
disse que a reunião com o ministro Botelho de Vasconcelos serviu para a troca
de experiências e informações na área do petróleo e gás. “Queremos saber como
Angola está a gerir o petróleo e como se tornou um país atractivo. Como sabe,
Moçambique é produtor de gás em quantidades industriais e acreditamos que cada
um dos países tem experiências a trocar”, disse.
Acompanhada de uma delegação, a ministra moçambicana informou que o seu país
está aberto ao investimento de empresas angolanas para o mercado de petróleo e
gás. “As empresas angolanas são bem-vindas. A cooperação com a Sonangol nos
diversos ramos está a ser bem sucessiva. A Sonangol conseguiu fortalecer-se no
mercado dos petróleos e Moçambique também quer seguir o mesmo caminho”, referiu
Esperança Bias.
A ministra moçambicana reconheceu que o seu país tem muito por fazer em termos
de regulamentação do sector do petróleo e gás e com Angola pretende também
colher experiências e conhecimentos sobre o quadro legal, jurídico e
regulamentar e também a forma como tem financiado a formação de quadros
angolanos.
O ministro dos Petróleos, Botelho de Vasconcelos reforçou a disposição de
Angola na troca de experiências com Moçambique, numa altura em que o país
pretende melhorar a actividade de pesquisa e exploração do gás e aumentar o
potencial que ainda considera insignificante. “Podemos no futuro trabalhar
nesta direcção. Enviar técnicos angolanos para Moçambique e moçambicanos para
Angola”, disse Esperança Bias.
Formação de quadros
A ministra disse que existe um grupo de moçambicanos em formação no Sumbe.
Existe também uma estratégia de formação aprovada pelo governo moçambicano que
prevê a formação de 10 mil moçambicanos, num período de 10 anos. “Queremos que
Angola apoie Moçambique.
Queremos também, para além da formação, que seja possível estudantes
moçambicanos estagiarem nas instituições que lidam com o petróleo, quer no
sector privado ou público, de forma que ao regressarem a Moçambique levem
alguma experiência, afirmou.
Depois da reunião com o ministro Botelho Vasconcelos, no Ministério dos
Petróleos, a ministra dos Recursos Minerais de Moçambique tinha na sua agenda
do dia, uma visita à Base da Sonils. Uma base industrial que serve de apoio ao
sector petrolífero e que contribui para o desenvolvimento da indústria
angolana, disse Botelho de Vasconcelos.
Estado melhora receitas
O Governo de Moçambique arrecadou mais de 1,3 mil milhões de dólares nos
últimos dois anos em impostos sobre os lucros das empresas que operam no sector
mineiro, o que representa 9,0 por cento de toda a riqueza do país.
De acordo com o relatório mensal do gabinete de estudos económicos e
financeiros do BPI, “ a autoridade fiscal moçambicana anunciou a recolha de 520
milhões de dólares no final de Março com a venda de 10,0 por cento da
participação da companhia petrolífera Anadarko na bacia de Rovuma, o que,
juntando aos ganhos de capital obtidos desde 2012, quando o Governo começou a
taxar as grandes transacções financeiras, representa ganhos cumulativos de 1,3
mil milhões de dólares, o equivalente a 9,0 por cento do PIB do ano
passado".
No relatório, os analistas do BPI consideram que \"a exploração das
reservas naturais pode dar uma ajuda ao desenvolvimento do país se o Governo
usar essas verbas para resolver as necessidades básicas".
No ano passado, a economia de Moçambique cresceu 7,0 por cento, vincando o
desenvolvimento sustentado do país, escrevem os autores do relatório do BPI,
que notam que o crescimento foi \"mais elevado nas indústria com mais
capital intensivo e nas actividades com maior exposição aos grandes projectos
estrangeiros do que nos sectores tradicionais\". O BPI exemplifica que a
produção mineira subiu 38,2 por cento.
Foto: Vigas da
Purificação/JA
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